A morte de uma canalha genial

O obituário do Globo cometeu uma injustiça com Leni Riefenstahl: disse que só recentemente ela foi reconhecida como grande cineasta.

É um profundo desconhecimento da história do cinema. Antes da II Guerra, Leni era considerada uma espécie de gênio, premiada em Veneza, por exemplo.

Não era à toa. Suas duas grandes obras, “Triunfo das Vontades” e “Olympia”, são marcos do documentário cinematográfico. O primeiro por mostrar de maneira grandiosa, inovadora e brilhante o congresso do Partido Nazista em Nuremberg. O segundo, o filme oficial das Olimpíadas de 1936, por dar ao corpo humano uma dimensão digna do ideal grego de beleza. Ambos podem ser encontrados em DVD nos EUA, e, obviamente, em DivX nas boas redes de troca de arquivos.

Os problemas de Riefenstahl começaram quando os soviéticos meteram o pé na porta de Berlim. Ela obviamente caiu em desgraça ao lado do regime a que dera tradução visual. Mas já faz um tempo que o mundo inteiro voltou a admitir a genialidade da moça.

One thought on “A morte de uma canalha genial

  1. Hey, Rasti. Você ficará zangado comigo com essa minha comparação, mas vamos lá. O que a Leni fez não difere do que faria qualquer publicitário. Ela foi contratada para divulgar, fazer propaganda. Não conheço nenhuma propaganda que fale mal do produto que está sendo divulgado. Eu já escrevi sobre isso no dia 27/03. Ao meu ver, omitir características negativas é tão indesejável quanto mentir. Publicidade como é feita, atualmente, ao meu ver é antiética por definição. Abraços, AlterEgo

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