Em memória da pobre alma de Paganini

A Colombo é o único lugar que tem música ao vivo e não me irrita, porque ela é baixa, suave. O pianista agora é meu conhecido de vista.

Desta última vez ele estava acompanhado. E não era o trumpetista de outras vezes; era algo melhor, muito melhor.

A violinista errou algumas vezes — mas que bobagem para alguém notar, quando à sua frente, imponente com seu violino, está uma mulata deslumbrante, com um belo sorriso e mais belas ancas; sua beleza torna imediatamente perdoáveis quaisquer pequenos erros.

Que pena que não perguntei o seu nome. E que pena que não pedi para tocarem a “Rapsódia Sobre um Tema de Paganini”, para que a alma do violinista pudesse que ver que seu virtuosismo não era nada, diante da beleza brasileira de uma violinista aprendiz e desconhecida.

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