Agora é seu

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa

Desde ontem a obra de Fernando Pessoa está em domínio público, como foi lembrado pela Cláudia.

13 thoughts on “Agora é seu

  1. Mto bom q o multifacetado universo criado pelo poeta tenha chegado ao domínio público. Q as pessoas do Fernando continue encantando os admiridares da poesia.

    Beijo, Rafa!

  2. Rafael,
    fui informada que o “ontem” foi um “hoje” simbólico e comemorativo (uma gaja acredita em tudo o que lê no jornal e é o que dá). Tecnicamente, a obra de Pessoa só passa a domínio público de hoje a um mês, dia de Ano Novo. Mas que se lixe: já entrámos na quadra festiva, quem é que se importa se erguermos o copo mais de uma vez e formos apanhados “em flagrante de litro”, à conta dele?

    Abraço,
    ACV.

  3. (Ad lucem)

    Oi! Faz muito tempo que não apareço por aqui, muito mesmo. Desde que me mudei do Escrever Por Escrever para o Armazém de Idéias, a pressa do mundo me envolveu mais do que esperava.

    Estou aqui hoje fazendo este “spam” porque preciso de ajuda: gostaria muito de criar uma espécie de “As 100 melhores músicas dos últimos 100 anos” para depois coletá-las aqui e acolá e fazer uma belíssima coletânea.

    Para tanto, estou à procura de HITS (músicas que fizeram sucesso em suas devidas épocas) nacionais e/ou internacionais.

    Sempre que você se lembrar de algum desses “HITS”, faça o favor de fazer-me saber também, deixando um comentário lá no Armazém de Idéias.

    Conto contigo e, se deixei este comentário aqui é porque, certamente, respeito sua opinião.

    Aproveite e me conte as novidades. O que andas fazendo da vida?

    (fim do spam)

  4. Que negócio é esse? Ousou alguém algum dia pensar que Fernandinho estaria “dominado”? :))

    “Se eu morrer novo,
    sem poder publicar livro nenhum
    Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
    Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
    Que não se ralem.
    Se assim aconteceu, assim está certo.

    Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
    Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
    Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
    Porque as raízes podem estar debaixo da terra
    Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
    Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.”
    Alberto Caeiro

    “Todos os meus escritos ficaram inacabados; sempre novos pensamentos se interpunham, associações de idéias extraordinárias e inexcluíveis, de término infinito
    ……………………………….
    O Caráter da minha mente é tal que odeio os começos e os fins das coisas, porque são pontos definidos.”
    Fernando Pessoa

    (ixe, ficou enorme… foi mal Rafa.)

  5. Oi Rafa, essa história do Fernando entrar para domínio público(o que só ocorrerá juridicamente em janeiro vindouro) é muito boa, mas fico pensando se ainda há nas pessoas sensibilidade o bastante para tanto.
    Abraço.

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