Idiotas e fascistóides

Há alguns dias, dei neste blog minha opinião sobre a Rolling Stone brasileira.

Eu tinha achado a revista fraca (o Bia diz que o segundo número está melhor). E entre todas as matérias, tinha gostado especialmente pouco de uma assinada por um sujeito chamado Ricardo Soares. Quando uma matéria sobre um assunto aparentemente sério tem quatro páginas, mas apenas uma de texto, há algo errado. É como uma mulher muito feia excessivamente maquiada.

Ontem alguém que diz ser o próprio Ricardo Soares resolveu se manifestar, num comentário que pelo linguajar foi bloqueado (não custaria a ele ler o aviso na caixa de comentários; fosse mais inteligente e esse rapaz poderia dizer as mesmas coisas com outras palavras, e por uma questão ética — eu o citei originalmente — eu seria obrigado a publicar os xingamentos), mas que achei interessante e resolvi publicar:

Cara , esse teu comentário revela uma indigência mental alarmante… como já disse um leitor seu por aqui vc é um idiota completo…irrecuperável, fascistoíde e rancoroso… não entende português básico…o que tem a ver meu raciocínio com classe média e Jornal Nacional… que ignorante que vc é…

Se esse Ricardo, seja ou não o original, não sabe o que tem a ver o raciocínio primário de “ah, nenhum político presta” com classe média e Jornal Nacional, então não sou eu que vou conseguir explicar. Eu sou mentalmente indigente, e ele deve ter esquecido disso momentaneamente.

Sem contar outros adjetivos que o Ricardo não deve ter aprendido na faculdade, ele apela para um argumento fácil, que chega a envergonhar de tão inane: “fascistóide”. Jornalista sem muitos recursos faz isso: sempre acha uma maneira de falar em fascismo, mesmo que não se aplique. Se alguém descobrir por que o comentário feito em um blog qualquer sobre um artigo medíocre numa grande revista de circulação nacional é fascistóide, eu agradeceria. Ele deve ter visto mais do que eu vi. Eu pensava que era só uma opinião rasteira, dada en passant — até porque o artigo, cá entre nós, não valia lá uma grande análise.

Mas no fim das contas, o que o Ricardo Soares quis dizer foi o seguinte: se você não concorda comigo, então você é um idiota.

Logo, pelo raciocínio opulento (opulento é antônimo de indigente; precisei procurar no Houaiss, claro) do Ricardo, pelo menos desse Ricardo que deixou o comentário no meu blog, ele não é um idiota. Pelo raciocínio dele.

20 thoughts on “Idiotas e fascistóides

  1. Rafael, esse cara, seja quem for, é um grosso, que nem deve saber o que é fascistóide,
    nem merece que você perca seu tempo falando dele.
    Mas pô, por outro lado, eu não me acho (mas claro, isso é só pelo meu raciocínio) nem idiota nem fascistóide, nem assisto ao Jornal Nacional e no entanto acho – de todo coração, que nenhum político presta!
    Mas aponte-me um que lute pelo fim do voto obrigatório e poderei mudar de idéia.

  2. Rafael, não sei do seu trabalho, apesar de achar que você é um ótimo escritor e daria um excelente jornalista, mas é problema da classe.
    Ego inchado é pré-requisito na hora de fazer vestibular para jornalismo.
    O ser humano já tem uma grande dificuldade de escutar “seu trabalho não está bom”, uma classe com um ego desses então…
    O mais curioso é que é um trabalho públicom não é? Quem está na chuva deveria saber que é para se molhar.
    Bjs

    ps. Concordo com o lance da Rolling Stone. Li de amigos e ainda não me deu vontade de comprar.

  3. Rafael, não sei do seu trabalho, apesar de achar que você é um ótimo escritor e daria um excelente jornalista, mas é problema da classe.
    Ego inchado é pré-requisito na hora de fazer vestibular para jornalismo.
    O ser humano já tem uma grande dificuldade de escutar “seu trabalho não está bom”, uma classe com um ego desses então…
    O mais curioso é que é um trabalho públicom não é? Quem está na chuva deveria saber que é para se molhar.
    Bjs

    ps. Concordo com o lance da Rolling Stone. Li de amigos e ainda não me deu vontade de comprar.

  4. não sabe pq é facistóide? Mas que raciocinio “indigente” ….(q eu achava q eram somentes os mendigos e congeneres …rs).
    Ora, é … pq é!!!
    Entendeu agora?
    hahahahahahahahahaahahahahahahha
    (só rindo mesmo ….)

  5. Rafael, fiquei bestificada. Que grosseria a desse cara. Será que ele não aprendeu que quem escreve um artigo em uma mídia qualquer está arriscado a receber um comentário que não gostou? Ainda bem que você é um ignorante imbecil e ficou sem entender bem o que ele falou, rsrsrs. Beijocas da também idiota.

  6. sabe qual é o problema, rafa? o seu partidarismo ideológico e seu lulo-petismo funadamentalista sempre vai te colocar em arapucas.
    primeiro q a rolling stone brasileira não é tão fraca assim como vc pensa. é uma revista comercial? sim, sem dúvida. mas vem suprir um vazio no mercado. qdo a gente passa pelas bancas de revistas vemos publicações de tudo qto é tipo. só para o público feminino deve ter umas 50 revistas e a rollingstone vem dinamizar ainda mais o setor editorial.
    agora, eu q acompanho fielmente seu blog, e gosto muito de vc e da sua maneira de escrever, venho percebendo essa sua raiva contra qualquer um q possa falar mal de lula. e a rolling stone numero 1 não alisou com certos petistas graduados, e como te conheço, sabia q vc ia detestar a revista e generalizar sua critica negativa.
    rafa, abre o olho amigo, esse negócio de alinhamento ideológico radical não é salutar para o escritor, para o cara q pensa intelectualmente pois ele sempre vai cair nas armadilhas da historia.
    um abraço fraterno

  7. Este é o lado mais negro e sórdido da arte de blogar. Pior do que o(a) blogueiro(a) que não aceita discordância é o que não permite comentários. Até hoje não compreendo como alguém pode ter um blog e não permitir que as pessoas expressem suas opiniões a respeito do que vc escreve, se o melhor do fato de se ter um blog é o retorno que vc pode ter.
    gd ab

  8. Aproveito aqui pra dizer para o Ricardo Soares que li apenas um trecho do seu texto (citado em algum blog por aí) e por causa dele economizei de comprar a revista. Era realmente de um raciocínio medíocre.
    Mas essas revistas são pra adolescentes mesmo, e quem sabe aquele texto enganava alguns.

  9. acabei de ler o texto do tal Ricardo Soares…tá no jornal de debates.
    é um atestado de amadorismo e histeria adolescente pós-Jornal Nacional.

  10. Não sou um entendido de blogs. Se isso é uma arte… o que mais não pode ser arte? Mas o melhor de ter um blog (suponho) pode ser justamente o fato de não aceitar certos comentários.
    O comentário em questão baseou seus argumentos para classificar o dono deste blog da forma que classificou. Mas fundamentou-os bem parcamente, aí depois, novamente o dono do blog, esculhambou com o sujeito de novo. Claro, ele teve tempo para racicinar, mas esculhambou. Se o sujeito comentador não usou o tempo dele para replicar de uma maneira convincente… mais uma razão para ser esculhambado – numa tréplica que virou post.
    Imagino blog uma terrinha. O dono é d(D)eus, e assiste organismos se multiplicarem a cada dia (a cada post). Sobrevive quem ele quer. Diferente do mundo real, enfim.

  11. Depois que tomei um susto quando vi o Iggy Pop na capa da RS em uma banca no Rio, decidi não comprar MESMO.

    Quanto ao Ricardo Soares, se é o mesmo desta entrevista aqui…

    http://www.geocities.com/SoHo/Lofts/1418/ricarso.htm

    …parece que ele andou desaprendendo o que sabia:

    “As matérias feitas pela revista VEJA, principalmente as de Carlos Graileb, são visões niilistas da literatura brasileira. Até que ponto correspondem a realidade?

    – Não concordo que as visões da revista Veja sobre a literatura brasileira sejam sempre niilistas. Algumas vezes são, outras não. Veja publica aquilo que está de acordo com seus princípios editoriais. Direito dela como é o nosso de discordar das opiniões que emite.”

    Por outro lado é preciso admitir que ele é capaz de raciocínios bem complexos:

    “Qual o papel do escritor na sociedade?

    – O papel do escritor na sociedade é existir como escritor.”

  12. O que sempre me assusta nesse tipo de coisa é a virulência desnecessária com que as pessoas se expressam quando são contrariadas ou criticadas. É uma tentativa infantil e apelativa de ofender seu crítico num nível acima do que se foi, supostamente, ofendido. Fico impressionado com tanto despreparo emocional e tanta falta de estrutura para se lidar com críticas. Mas o melhor é que você sempre se sai bem, e acaba valendo a pena só para ver suas respostas a esses sujeitos mal lidos.

  13. + 2 coisas
    1º : vc publicou ein ..rs
    blz .. valeu!

    2º : disconcordo com o jorge matos. Sei la qual a posição politica do rafael, mas ja o vi descendo a lenha um lula .. aqui mesmo .. procura e vc acha …

    certo?

    e giorgia (3° não citado ponto): corta o pré-conceito ein .. coisa feia.

  14. Rafael, provavelmente ele não gosta de criticas, não somos obrigados a concordar uns com os outros, e a maioria não admiti tal atitude, por isso ai vai uma citação que eu adoro.
    “O que eu espero senhores, é que depois de um razoável período de discussão, todo mundo concorde comigo”.
    Wiston Churchill

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