Pautas um pouquinho diferentes

Acabei de descobrir que existe uma revista chamada “O Empreiteiro”. Mais impressionante que a sua existência, até agora ignorada por mim — como de resto tantas coisas entre o céu e a terra, muito mais do que supõe a minha vã filosofia — é o fato de ela já ter 46 anos. Não é uma marca que qualquer revista consiga atingir.

Na verdade eu não devia ficar surpreso. Há um mundo de revistas de circulação dirigida, que são veículos publicitários mais eficientes que boa parte da mídia de massa, pelo menos para alguns nichos. Sempre existiram, e eu lembro de algumas em agências de propaganda. Além disso costumam ser a garantia de uns trocados a mais no bolso de jornalistas. Mais de um jornalista famoso tirou — e tira — um bom dinheiro editando revistas do tipo.

E eu fiquei imaginando a pauta da revista. Não a pauta real, porque essa é claramente uma revista séria e competente, abordando assuntos sérios e que realmente interessam à área, e isso pode ser visto apenas com um passar de olhos pelas suas matérias. Mas aquela que a gente gostaria de ver em qualquer revista:

“A luta pelos 10%”

“O limite de responsabilidade no corte do custo de fundações e estrutura”

“Por que vale a pena o asfalto mais fino que as especificações”

“Putas: saiba quando e como oferecer”

“A delicada questão de como agradar técnicos e engenheiros”

“Deu nos jornais. E agora? — Um manual de sobrevivência a denúncias”

“O lobista, esse desconhecido”

“Deputados: guia de compras e manutenção”

Sabe, eu acho que não daria um bom jornalista.

8 thoughts on “Pautas um pouquinho diferentes

  1. Bem Rafael, eu concluí que o produto de sua imaginação é quase como propor um novo édem. Onde o pecado original não fosse morder a maçã.
    Mas, de acordo com o ‘édem estabelecido’, seu post não é blasfemo. É assim mesmo como vc descreve.
    Mesmo que despidos, jornalistas ainda pousam de calças, camisas, paletós e gravatas. Em alguns casos até usam chapéus.
    E eu duvido muito que veríamos jornalistas andando nus pelo nosso país, sem que sentissem vergonha. Talvez seja por isso que vc sinta que não seria um bom jornalista. É tão bom andar nú com a mão no bolso ehehehe.

  2. ô RAfael, esse 4º ítem, o das putas, é bola quicando na pequena área. Bica que é gol certo…
    ps.: esse lugar em que morreram os roqueiros é omesmo do teu naufrágio?

  3. Cara, muito boas!
    Essas matérias, se não realistas, talvez fossem muito engraçadas.
    Se realistas, embora isso seja muito triste, certamente iria ter um “público dirigido” grande o suficiente para também durar pelo menos uns 50 anos… :/

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