Da primeira vez que fui a Paris, décadas atrás, eu olhava para os velhinhos com quem cruzava na rua, alguns deles sobraçando baguetes, outros com aquele indefectível boné coroando um rosto curtido pelo tempo, e pensava: esse sujeito atravessou a II Guerra, aquele talvez tenha lutado na Resistência.
Depois os velhinhos começaram a rarear. Ou melhor, as suas histórias começaram a rarear.
Agora, eu olhava para os velhinhos e no máximo podia pensar: esse aí viu as barricadas de 68.
O passado não é mais como era antigamente.