Coragem sob fogo

Em maio de 1988 eu era presidente do grêmio de uma escola pública. Fui obrigado a comandar uma greve de estudantes, e o resultado foi a saída da diretora do colégio.

Agora um amigo me traz um jornal atual do grêmio, que curiosamente tem as mesmas preocupações de 15 anos atrás, as mesmas características. É quase como uma viagem no tempo.

Em uma “Nota de Repúdio”, o grêmio faz uma ameaça à direção da escola:

Se a diretora pensa que é insubstituível no cargo, lembramos ou informamos que há quinze anos atrás (sic) os estudantes deste colégio “afastaram” uma diretora. O que nos impedirá de fazermos (sic) o mesmo?

A confiança e arrogância dos garotos me deixa meio perplexo. Talvez não valha a pena contar a eles a verdadeira história daquela confusão, cuja moral é que herói é aquele que não teve tempo de correr e que a história é melhor contada por aqueles que, pelo menos aparentemente, venceram.

3 thoughts on “Coragem sob fogo

  1. É… A idade está chegando. E acho que nem adianta contar qualquer verdade para adolescentes. Eles não acreditam mesmo… Aliás, fazem muito bem em não acreditar.

  2. Sempre fui favorável à verdade.
    Não acredito que o jovem de hoje não esteja interessado na história da educação.
    Eu sempre digo a verdade aos meus alunos e a qualquer adolescente.Faço questão de torná-los críticos e conhecedores, sempre, dos dois lados da moeda.

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