E lá fui eu assistir a “O Último Samurai”.
A verdade é que acho Tom Cruise uma simpatia. A câmera gosta do rapaz; eu também. Além disso, o filme prometia diversão descompromissada para a tarde de sábado.
“O Último Samurai” é a história de um capitão do exército americano que julga ter perdido a honra e a razão de viver nas guerras índias. Ele vai para um Japão dividido entre a tradição e a ocidentalização da era Meiji, como uma mistura de mercenário e agente do governo americano. Ao entrar em contato com a samurai way of life tem sua vida transformada. Blá blá blá. A moral do filme é que a teimosia e o individualismo americanos, quando aliados à disciplina japonesa, são imbatíveis.
Logo nos primeiros minutos vem a impressão que vai durar até o final do filme: aquele é uma espécie de “Xógum” no tatibitati de Hollywood.
“Xógum” é um best seller de James Clavell, livro pelo qual sou fascinado. Tudo o que sei sobre o Japão — e é muito pouco — vem dele. Eu costumo chamar “Xógum” de “‘O Príncipe’ com molho de soja”, e é uma aula de estratégia política. É bastante interessante, também, ao descrever o conflito entre duas culturas praticamente antagônicas. Mas, por mais que “O Último Samurai” beba dessa fonte, a verdade é que Nathan Algren está muito longe de John Blackthorne — e por favor, nem em seu sonho mais delirante Katsumoto mereceria ser assistido em seu haraquiri por Toranaga.
Há situações tão implausíveis que beiram o ridículo, como o filho do sujeito que Tom Cruise mata o adotando como pai postiço. Por muito menos Bruce Wayne virou o Batman.
É impressionante como Hollywood consegue reduzir toda cultura que não conhece direito a um arremedo de seus westerns. “O Último Samurai” se resume apenas a uma xerox mal tirada de “Xógum”. Bem fotografada, mas ainda assim uma xerox.
Para quem esperava “diversão descompromissada” é reclamação demais, eu sei. Mas “O Último Samurai” quebrou sua promessa. É esse o seu problema.
Bem, ainda não assisti a esse filme (porque moro numa roça que não tem cinema e porque não tenho dinheiro pra ir até BH assisti-lo – pronto, desabafei! – risos), mas conheço algumas pessoas que já assistiram e todos falaram dele muito bem. Sobre o Tom Cruise, ele é realmente um ótimo ator, e achei o máximo sua interpretação no excelente Magnólia, e principalmente no Entrevista com o Vampiro, onde ele realmente “deu vida” ao vampiro Lestat. Abraços.
Olá Rafael, “o destruidor de índios” (rs). Eu de novo, e dessa vez, sobre seu comentário no meu post mais recente, o fato é que do ponto de vista “mais racional”, a natureza é realmente imparcial. Ela simplesmente “age do seu modo” e os seres resistem a ela ou se adaptam. Ocorre que escrevi o post enquanto lia “Maya”, de Jostein Gaarder, e a ideologia do livro transbordou pro post. Caso não tenha lido, o autor dá a idéia (nada científica, claro) de que todos os eventos do Universo tiveram como objetivo o surgimento de uma “consciência”, para que “o Universo entendesse a si mesmo”. Assim sendo, desde o big-bang, passando pelos anfíbios, mamíferos, primatas e homem, a natureza “empurra” o homem nessa direção, para q ele se entenda e consequentemente lance um olhar para o Universo, que “enxergaria a si mesmo”. Nossa, acabou ficando bem mais confuso do que eu esperava, mas acho que deu pra ter uma idéia, nao? Abraços (de novo).
fui ver o MESTRE DOS MARES e é beeeemmmm melhor!
Ah sei lá, eu vi e achei legal. A vida é mais bela quando vivida sem tanta crítica. Adorei o filme. Vi o filme agora mesmo, entrei aqui e pensei: “Meu Deus mas era só um filminho…” Abraços. Até mais.
o último samurai está, realmente, com uma fotografia bonita. “Tom Cruise com seu cabelo milimetricamente desarrumado” foi uma boa colocação de algum crítico por aí. O filme, apesar de todos apelos, pra mim tentou a sutileza, ou pelo menos não teve os clichês maçantes, apesar de insinuados, como sexo entre o mocinho e a mocinha desprotegida. Existem realmente alguns absurdos, e a cultura (in despite of some high points) oriental foi um pouco porcamente explorada.
Rafael,
meus comentários não teem nada a ver com o filme. Vc comentou que leu o livro maya e eu queria pedir a voce um favor, ja que comecei e nunca terminei, de saber o final do livro. é a parte do dialogo dos coringas. Isso é muito importante para mim. Te agradeço dessde já.
Eu adorei o filme, ao mesmo tempo que tem guerras, tem romance.ADOREI, principalmente pelo Tom Cruise
Eu também assisti o Ultimo Samurai.É legal, mas é clara a semelhança com Xogum. Eu não me lembro mais da mini-série mas, li o livro pelo menos 3 vezes e concordo com vc.