A principal razão para eu gostar de futebol não é exatamente amor ao esporte.
É que o futebol e suas paixões exaltadas me permitem um dos mais gostosos esportes que conheço: debochar do perdedor.
Não basta vencer, tem que tripudiar.
Minha família é flamenguista. Há gerações torcemos pelo Flamengo, temos Zico tatuado em nossos corações. Mas uma irmã resolveu ser palmeirense. Não adianta lembrar a ela que não podemos nos rebaixar torcendo por um time cuja camisa tem cor de catarro, um time que covardemente mudou de nome durante a II Guerra, que ultimamente só pode se orgulhar de ter subido para a primeira divisão. Ela tomou essa decisão tresloucada, fazer o quê? A juventude tem o direito de cometer suas besteiras.
Resta me dedicar ao doce esporte de ser profundamente chato e irritante. Rir do Palmeiras como rio do Botafogo, do Vasco, do Fluminense. Rir como rio do desplante de torcedores do Sport quando insistem que foram campeões brasileiros porque o Flamengo se recusou a jogar com um time da segunda divisão em 1987. (Torcedores do Sport: não interessa o que vocês acham. O Vasco, o Fluminense e o Botafogo reconhecem o campeonato, e isso é o que importa.)
Tudo isso é chato? É, sim. É muito chato. Para muita gente é insuportável. Não ganho prêmios de popularidade por esse hábito deplorável.
Mas ultimamente esse esporte não anda compensando. A emoção que o Flamengo tem nos dado é a expectativa, as promessas e os despachos nas encruzilhadas para que consigamos sair da zona de rebaixamento. E, se me dedico a ser desagradável nas épocas de vacas gordas, ao menos admito que não há oportunidade melhor para me devolverem toda a encheção de saco na qual alegremente embarco sempre que o Flamengo ganha um jogo.
Posso ser chato, mas não sou injusto.
E posso ser justo, mas não sou burro: este post estava escrito há algum tempo, mas esperei o Flamengo voltar a ganhar um semi-título para publicá-lo.
Infelizmente eu sou Vasco. E agora ainda tenho que aguentar o metrossexual brega do Alex Alves no time. Na verdade, nem acompanho mais…
Com a classe de um “pó de arroz”, só posso parabenizá-lo!
sou estrela solitaria.
campeão da taça guanabara 2009.
heheh