Depois de mais de dez anos sem botar os pés num forró, com uma Coca na mão enquanto olho as pessoas suarem e se contorcerem numa sublimação rítmica de seus desejos, a mulata passa por mim requebrando, calças justas realçando seus dotes calipígios. Uma gracinha dita e ela olha para mim com o que sergipanos chamam de “cara de fedor”.
E aí dá vontade cantar um sambinha antigo para ela.
Eu tenho grana e minha cor não pega
(Somente a sua grana vai me interessar)
Mas pra botar a mão na minha grana
Você tem que rebolar, rebolar, rebolar
Ela não sabe que minha carteira anda vazia, coitada, então eu posso mentir. Porque a idéia de cantar esse sambinha é tentadora. E bem que eu queria ver a mulata rebolando, rebolando, rebolando.
e eu então que tou aqui no SUR???