Muito tempo atrás.
Ela tinha uns feminismos esquisitos, que não condiziam com este arquétipo do troglodita paraíba que vos escreve. E se levava muito a sério, pecado mortal que só determinados atributos — que não têm nada a ver com essas coisas de filosofia — tornam tolerável.
Dia chato, tedioso, dia de mormaço, ela com aquelas conversas mortalmente chatas sobre a tal mulher moderna. Terminou com uma mezzo-pergunta, mezzo-afirmação: “…porque, afinal: como as mulheres se vêm hoje em dia”?
“No espelho, enquanto se maquiam.”
Eu podia perder a namorada, mas não podia perder a piada.
E então descobri que feministas engolem a piada, mas não perdem o namorado.
Duvido que ela fosse feminista. Duvido que tivesse medo de perder o namorado. A conclusão, na verdade, é: duvido que fosse inteligente.
Afinal, quando se tem argumentos, a corujice com os próprios neurônios acaba prevalecendo. E o comentário inteligente e sincero a respeito das piadinhas masculinas acaba sendo um artifício para garantir a presença de namorados inteligentes. 😉
Paradoxo curioso: seu texto é, ao mesmo tempo, uma declaração de taradice pelo sexo feminino e uma ode à misoginia. 😉