Uma moça chamada Brazil

Via nomínimo (de novo), o caso de Cristina Schultz, brasileira que estudava em Stanford e até dia desses ganhava a vida cobrando 1,300 dólares para mostrar a cavalheiros ianques o que é que a gaúcha tem (além de muito silicone nos peitos e botox nos beiços). Por duas horas.

O belo blog Filisteu resolveu fazer da moça um caso de violação da nossa soberania, um motivo para deixarmos fluir nosso antiamericanismo e defender com unhas e dentes nossa pátria ultrajada.

Bobagem.

O problema da moça não vem do fato de ela ser brasileira. Não vem sequer do fato de ela ser puta. Cristina está no xilindró porque não cumpriu uma lei tributária americana, só isso. Mais graves são os casos de brasileiros detidos em aeroportos americanos, de diplomatas tupinambás se humilhando e tirando os sapatos para quaisquer guardinhas de alfândega. Isso vale mobilização e retaliação. O caso da Cristina, não.

Aliás, a celeuma que se criou lá foi por um problema interno, por grupos liberais que querem a descriminação da prostituição e dizem que o problema fiscal é apenas pretexto para o governo arrancar dinheiro da moça. Na verdade, é um monte de gente usando a pobre (quer dizer, pobre não) moça para fazer seus lobbies. Mas isso é problema deles. Não é nosso.

Tentar criar caso por causa de uma moça de vida fácil que não sabe sequer sonegar impostos é jogar o auto-respeito dos brasileiros no lixo. Se olharmos por outro ângulo, o nome de guerra da moça, Brazil, é uma grande sacanagem: ajuda a manter por aquelas bandas a idéia de que brasileira é puta. E ajuda a trazer para o Brasil hordas de operários atrás de meninas de 14 anos nas praias de Fortaleza e Recife.

Quanto à Cristina, olha, a moça estudou direito em Stanford. Deve entender um mínimo de leis americanas. E ainda que não entenda, cobrando quase 4 mil reais por duas horas de sacanagem ela tem condições de pagar o advogado que quiser. Ela se vira, podem deixar. Como diz em seu website, “A geminiana quintessencial, eu sou uma mistura incomum de boa menina bem educada e bachiana-erótica-sensual, com alguma doçura pé-no-chão no meio. Tenho certeza de que você não vai esquecer um minuto sequer passado comigo, e eu espero te encontrar logo”.

Agora, alguém pode me explicar se um diploma em Stanford faz uma noite com uma gauchinha valer 5 mil dólares? Porque se fizer eu vou para Harvard. Já sei até o meu nome de guerra: Male Goat.

6 thoughts on “Uma moça chamada Brazil

  1. Hummm…
    Talvez você não faça o mesmo sucesso. Aguardo atualizações.
    Ciao.

    PS – o filho do Omar nasceu depois que ele tinha se mandado pra cá.

  2. Excelente este post.

    Enquanto elas são presas no exterior … aqui no Brasil, muitas delas são eleitas vereadoras. Um travesti se elegeu em Teresina e uma pernambucana radicada em Fortaleza desde os treze anos (pedofilia do seu post), acabou sendo eleita vereadora.

    Ainda bem que este caso não gerará outra polêmica de retaliação, eu sou contra, se a retaliação for contra os turistas.
    Nós brasileiros temos que retaliar contra os estadunidenses que abordam aqui por obrigação de trabalho, com interesse financeiro ou pra sugar nossas reservas. O turista é pacifista por natureza e escolheu o Brasil por opção. Quem têm que sofrer retaliação é o homem de negócios ou casos com aquele do piloto do “dedão”.
    Exceção apenas pra aquele turista que aborda em Fortaleza e Recife pra fazer o turismo sexual.

  3. Era melhor ter cobrado um pouco menos e não na web.. Ou então noutro país, claro. Que não fosse aqui, porque ganhar em real… bem.. deixa pra lá.. Ganhar em real não dá pra viajar pelo mundo.Esta é a verdade. A mulher só faz se degradar (e não por sua própria culpa) ainda mais nesse mundo atual.. e virtual – a cópia do dito real.

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