Quando Balzac publicou “A Mulher de 30 Anos”, um livro de resto absolutamente medíocre, alguém disse que ele deu uma sobrevida amorosa às mulheres, numa época em que era comum se casarem aos 15 anos. Mas se Honoré fosse vivo hoje, teria que escrever outro livro: “A Adolescente de 30 Anos”.
De uns anos para cá as revistas, quando lhes falta assunto, falam do novo homem, da crise por que eles passam. (Falo eles porque ainda sou do tipo antigo; defendo veementemente o direito feminino de ir às ruas lutar pelos seus direitos, desde que deixem minha comida pronta.)
O que as revistas parecem não notar é a crise por que passam tantas mulheres nos primeiros anos do século XXI. Com exceções, uma mulher que chega aos 30 anos solteira começa a sentir um desespero inexplicável, uma espécie de revival da histeria do final da era vitoriana diagnosticada por Freud. É como se sentissem incompletas, como se lhes faltasse algo. A conta que fazem de suas vidas precisa de um fator que nem sempre está lá.
Esse fator é um homem.
São adolescentes aos 30 anos. Não percebem, mas têm o mesmo jeito de olhar a vida que tinham aos 17, como se não houvesse passado tanta água sob a ponte. Sem querer ser cruel, é como se o fato de amadurecerem emocionalmente antes dos homens implicasse uma estagnação depois disso. Chegam primeiro à adolescência e demoram a sair dela — muitas vezes direto para a velhice. Algumas, sem perceber, continuam fazendo aos 30 as mesmas exigências em relação aos seus parceiros que faziam quando ainda estavam na escola e alimentavam paixões imortais pelos garotos mais populares. Mudam apenas detalhes; já não querem um atleta, e sim um sujeito capaz de dividir os encargos da vida com elas ou, mais comumente, alguém “emocionalmente estável” [infelizmente, em 32 anos de vida ainda não vi ninguém emocionalmente estável de verdade, apenas instáveis em repouso]).
O resultado é apenas mais solidão. “Nossa, ela acha que vai encontrar homem na night!”, me disse uma das adolescentes. Enquanto isso, no trabalho não há homens interessantes, e os poucos que há são casados; sempre são. Por um processo de exclusão, vão eliminando todas as possibilidades de encontrarem alguém. Não importa o desespero: elas continuam criando para si torres de Rapunzel absolutamente intransponíveis.
Elas não se parecem se sentir à vontade em seus papéis. Para boa parte delas, a obrigação de independência parece um fardo insuportável a ser carregado. Se os homens foram achacados nas últimas décadas, com a obrigação de mostrarem sentimentos de forma feminina, as mulheres ainda tentam se acostumar a um mundo que deu uma certa igualdade a elas.
Alguém deveria dizer a essas moças umas coisas básicas, que elas deveriam saber.
Por exemplo, que todo o seu relacionamento com o sexo oposto é baseado em códigos que elas definem na adolescência. Muitos adolescentes do sexo masculino labutam anos infrutíferos até descobrirem esses códigos (sem contar, claro, os afortunados que os conhecem instintivamente). Mas depois que descobrem, o jogo acaba. Vira uma brincadeira, em que é necessário dizer apenas a coisa certa na hora certa. (Certo, estou simplificando e há muitas outras filigranas; mas estas são as linhas gerais, e são suficientes para um post em um weblog). Daí tantas mulheres infelizes, que não compreendem ou aceitam o simples fatos de existirem tempos e interesses diferentes entre duas pessoas.
De certa forma, as Adolescentes de Trinta criam seus cafajestes. Depois não sabem lidar com eles, porque ao criarem seu Frankenstein, achavam estar criando o novo Adão. E esqueceram que, entre Eva e Adão, havia uma serpente oferecendo uma maçã.
Originalmente publicado em 14 de novembro de 2003.
Oi, gostei do texto apesar de ter 30 anos e não me encaixar nesse perfil, rs! Vou te adicionar na lista de blogs, vc se incomoda? abs
Eu não vou nem ler.
Mas vc adora colocar lenha na fogueira… PQP.
Rafael, pq tanta implicância com as mulheres de 30?
Ô Rafael, tadinhas!
Abraço.
Me perguntaram se vc ia mesmo republicar este. Eu respondi “mas é claro que vai!”
E pelo jeito segue o bombardeio, mesmo depois de quase dois anos… abs
O post da Carol realmente ficou muito bom. Vale a pena conferir Rafa. Cueca Freiada? Por aqui nunca tinha ouvido isto.
Oi.
Sendo ainda um adolescente de 35, fiquei curioso quanto aos tais códigos.:-)
Isso, generaliza…!!! Bjs.
Mas que mauzinho que você anda sendo com as mulheres ;). Como em tudo, muita coisa se perde na generalização. E pensava que o velho «homem é tudo igual» era apanágio nosso.
Ah, então é aos 35 que eu, que sou uma eterna criança, vou chegar na adolescencia?
Tu me ama tanto assim, ou levasse um fora de uma balzaca recentemente?
Não adianta, Rafa… a adolescente que há em mim detesta cigarro. Não rola…hehehehehehe.
Interessante.
Só as mulheres de trinta que têm problemas?
Que mundo é esse que eu não conheço?
Não tenho trinta(falta um tempo para chegar e vai chegar), já fui casada, se der eu caso de novo e se não der, não posso tornar o casamento como objetivo…
Sei lá.
Que post mais doido.
Se eu começar a falar mal de homem no meu blog, vão me chamar de mal amada. Já aconteceu, quando estava me sentindo frustrada.Mas já passou.
Eu, 32. Ela, 22.
Barzinho lotado, musica ao vivo rolando. Vejo ela olhando para lá e para cá procurando um garçon quase inexistente. Digo:
– Aceita um gole. (Conhaque)
– Aceito, acabou o meu camel. (Cachaça com Mel).
– …
Estamos juntos até hoje, fazem 11 anos.
Acreditem: É possível encontrar a outra metade na night!
Eu, 32. Ela, 22.
Barzinho lotado, musica ao vivo rolando. Vejo ela olhando para lá e para cá procurando um garçon quase inexistente. Digo:
– Aceita um gole. (Conhaque)
– Aceito, acabou o meu camel. (Cachaça com Mel).
– …
Estamos juntos até hoje, fazem 11 anos.
Acreditem: É possível encontrar a outra metade na night!
Eu, 32. Ela, 22.
Barzinho lotado, musica ao vivo rolando. Vejo ela olhando para lá e para cá procurando um garçon quase inexistente. Digo:
– Aceita um gole. (Conhaque)
– Aceito, acabou o meu camel. (Cachaça com Mel).
– …
Estamos juntos até hoje, fazem 11 anos.
Acreditem: É possível encontrar a outra metade na night!
Eu, 32. Ela, 22.
Barzinho lotado, musica ao vivo rolando. Vejo ela olhando para lá e para cá procurando um garçon quase inexistente. Digo:
– Aceita um gole. (Conhaque)
– Aceito, acabou o meu camel. (Cachaça com Mel).
– …
Estamos juntos até hoje, fazem 11 anos.
Acreditem: É possível encontrar a outra metade na night!
Eu, 32. Ela, 22.
Barzinho lotado, musica ao vivo rolando. Vejo ela olhando para lá e para cá procurando um garçon quase inexistente. Digo:
– Aceita um gole. (Conhaque)
– Aceito, acabou o meu camel. (Cachaça com Mel).
– …
Estamos juntos até hoje, fazem 11 anos.
Acreditem: É possível encontrar a outra metade na night!
Eu, 32. Ela, 22.
Barzinho lotado, musica ao vivo rolando. Vejo ela olhando para lá e para cá procurando um garçon quase inexistente. Digo:
– Aceita um gole. (Conhaque)
– Aceito, acabou o meu camel. (Cachaça com Mel).
– …
Estamos juntos até hoje, fazem 11 anos.
Acreditem: É possível encontrar a outra metade na night!
Opa. Não consegui ler todo o seu post, muito comprido e chato. Falou, falou e não disse nada. Eu amo as mulheres. Tenham elas 15, 30, 60 ou 90 anos. Balzac escreveu muita coisa boa, mas publicou um monte de asneiras também.
Deveria ser mais conciso em seus delírios.
Grande Abraço.
Rafael, sou 13 anos mais velho e começo a desconfiar que a tal estabilidade emocional foi uma teoria (de tudo fictícia) de alguma adolescente balzaquiana. Ou se tem emoções, ou se é estável.
Acredito que os tais códigos que servem de base às relações emocionais são definidos ainda antes da adolescência. Cabe a cada um adequá-los, rejeitá-los, substitui-los ou não encher o saco dos outros.
Ciao
olha, o zé luiz tá aqui tb. esse moço é um doce.
Eu näo tenho mais 30.Já cheguei aos 40 de forma sutil e sem dor, assim como vim navegando pela net até chegar aqui e te visitar.Na verdade, seu post é a cara da mulher sueca.Feminista e que enlameia a suecada, mas, fica fula da vida quando eles decidem sair da toca e casar com estrangeira.
Creio que a mulher descrita por vc, pode estar em qualquer esquina.Negar será possível?
Näo tenho necessidade de provar nada a ninguém.Assim, como Voltaire, dou a todo mundo o direito de pensar da forma que quiser e achar melhor.Mesmo que nao concorde.
E näo preciso fazer disso um cavalo de batalha…Por que o mais improtante na vida é ser feliz.O modelo, cada um tem o seu.O meu?Sou feliz com o modelo que eu e meu parceiro tracamos…cheio de imperfeicoes pra muitos, mas, pra nós foi a redencao da lavoura.
Dias felizes pra ti…
Rafa,
tirando a história de a mulher poder lutar pelos direitos desde que deixe a sua comida pronta, achei esse post brilhante. (Um adendo: se *eu* fosse a sua namorada, você não usaria nunca essa frase, pelo simples detalhe de que provavelmente você ia preferir qualquer sanduíche ao meu toque desastroso na cozinha.) 8)))))))))))
By-the-way, só ampliando o foco um pouco: tá cheio de adolescente de 30 anos, de todos os sexos. Só acho que as mulheres vão ficando mais visivelmente desesperadas por conta de uma coisinha chamada relógio biológico. Depois de uma certa idade não dá mais para ela ter filhos, o que não é da mesma maneira para os homens.
Acredito que se não fosse esse pequeno detalhe, homens e mulheres iriam amar continuar sendo sustentados pelos pais, passar os finais de semana na balada e/ou seduzindo o parceiro mais próximo, na praia, na night, no cinema. E depois ficar contando pros amigos/as como foi. É uma agradável maneira de se passar a vida. Ou não é? 8))))))))))))))))))) Com certeza, deve ainda ser muito melhor fazer isso depois de já ter adquirido know-how, melhores músculos, menos tabus e menos espinhas.
Hum. Eu não sou adolescente, ainda sou criança mesmo. Aos 38 anos. Graçasadeus.
Rapaz se eu cozinhar, lavar, passar e for boa de cama, tu casa comigo e me sustenta? Ainda deixo vossimecê ter mais duas concubinas sem reclamar. Vamos fazer negócio? Posso morar em Salvadô e tu ficas aí nessa outra praia? Hein? Hein? Vambora?
Sou uma adolescente de 38, considerada charmosa, inteligente, porem o meu namorado acabou de me largar hoje, para comemorar vou tomar um vinho com um amigo e talvez depois vamos fazer amor. A vida é realmente dura nos dias atuais.
Sou uma adolescente de 30, mas como vc mesmo disse, quem naum é? Ollha que já fiz de tudo pra mudar, mas fazer o quê, coisas dos tempos atuais.
Beijos
Acho que o autor realmente ainda não conhece Mulheres, especialmente as de 30. Acho que ainda se trata de um garoto tardio, inseguro e que precisa aprender muita coisa antes de ter capacidade para analisar algum ser humano. Quanto às mulheres de 30 eu posso falar…sou uma com muito orgulho! A mulher de trinta é independente, sabe amar e ser amada. A mulher de 30 gosta de sexo! É culta e não admite ao seu lado homens de inteliGência inferior. Já fui casada e não estou à procura de um reprodutor..mas se o relógio biológico bater vou ter uma longa lista de pretendentes para escolher. E não, elas não querem desesperadamente casar…elas dormem com quem bem entendem e não estão à disposição do telefone no dia seguinte. E viva a diversidade e a individualidade nos relacionamentos, nós, mulheres de 30, não sabemos viver sem isso!
Aconselho o autor a ler uma crônica do Mário Prata à respeito das mulheres de 30. Esse sim conhece e gosta de mulher.
Esse Rafa tá frustradaço!!! Recalcado.. Tadinho.. deve estar na fossa por uma trintona!! hahah
Ótimo isso aqui:
[infelizmente, em 32 anos de vida ainda não vi ninguém emocionalmente estável de verdade, apenas instáveis em repouso]
Sinto-me exatamente assim.
E que códigos são esses, ahaha, joga na roda!!!
Que bela visão retrógrada e machista a respeito da mulheres hein sr Daniel?(Falo eles porque ainda sou do tipo antigo; defendo veementemente o direito feminino de ir às ruas lutar pelos seus direitos, desde que deixem minha comida pronta.)Por uma questão contextual, a vida não escolhe ninguem pelo sexo para dar a experiência que precisam para enfrentar os infortúnios e sim da a elas as mesmas armas; o discernimento. Tanto o homem de 32 ou a mulher de 30 anos, enfrentam os mesmo fantasmas.Por tanto vamos deixar de lenga, lenga e nos respeitemos mutuamente e teremos menos pessoas frustradas, sejam elas de 32 ou 30 anos, homem ou mulher.
Nossa, finalmente um blog realmente inteligente na internet. Tá nos favoritos já.
O texto é 100% verdadeiro e acredito que não seja questão de colocar lenha na fogueira por parte do autor e sim falar das coisas como elas são.
PS: Tenho de ir estender minha roupa, fazer minha janta e viver a vida de solteiro eterno que todo homem bonito e não rico leva hoje em dia enquanto continuo encontrando mocinhas de trinta anos para uma noite até elas descobrirem que eu vou para casa de ônibus.
Nem consegui terminar de ler o seu texto. Nada menos original do que machismo e ainda publicado.
Olha,Rafael não concordo com a sua crítica,descobrir isso nas mulheres de 30 foi uma das surpresas mais agradáveis que eu tive e uma das poucas
bênçãos memoráveis obtidas naquele deserto ano de 2008!.
Que texto sem significado nenhum. Uma bela dor de corno, deve ser. Quando chegar na casa dos quarenta vai falar a mesma coisa das mulheres de sua geracao. Procure ser feliz e escreva algo legal sobre pessoas, sejam homens ou mulheres 😉