Descubro que sou de uma era já passada, em que as pessoas eram educadas para poupar as outras de seus problemas e da exposição desnecessária de suas vidas. Que as vidas das pessoas não precisavam — na verdade, não deviam — ser um livro aberto. E no entanto vivo em um tempo em que a exposição pessoal parece ser a regra. Em que as pessoas ficam famosas por ter vídeos de suas aventuras de alcova publicados na internet, ou por exibir peitos siliconados na TV, nada mais que isso. Não é um mundo que me agrade particularmente — embora eu me veja forçado a confessar que a visão de peitos não me é desagradável, siliconados ou não, firmes ou flácidos. Mas isso não importa, que o que me agrada ou desagrada não é importante e não interessa a ninguém. O problema está no fato de que este não é um mundo que eu entenda, e à medida que vou chegando à meia-idade, ele me espanta mais e menos ao mesmo tempo. Eu sou velho.
Velho? Nem tanto… Pois hoje vi a crítica de um adolescente que disse não estar sozinho em suas opiniões ao se deparar com uma criança rebolativa e pais histéricos aplaudindo em uma apresentação escolar. A crítica evoluiu com relação as mulheres que almejarem ser tratadas como princesas mas não contribuem para isso. Enfim, parece que a idade pouco importa e estamos todos sentindo falta de certos valores.