O que aconteceria se…

Oscars 2023.

Na plateia, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro.

Do palco, Danilo Gentili se dirige a eles.

“Dudu Bananinha, te vejo ano que vem em ‘Querida, Encolhi as Crianças’. E Carluxo, é verdade que tem o dedo e outras coisas do Léo Índio no fato de sua noiva lhe largar quase no altar?”

Revoltado com a piada com seus filhos, o ex-presidente Jair Bolsonaro se levanta, vai até Danilo e lhe dá um tapa na cara.

A internet quebra mais uma vez, em razão unânime a Bolsonaro.

11 thoughts on “O que aconteceria se…

  1. Pois é, todo mundo defendendo o Will, inclusive a esquerda. Ele e o Chris que se matem, são dois babacas. Chris é um humorista chulo e apelativo. Will Smith é adepto da cientologia (assim como a esposa ofendida) e um tremendo egocêntrico.

  2. Ah, Rafael, é isso. Sabe exaustão? Tou assim. Não dá pra acreditar nas coisas que tenho lido. (meu corretor queria que eu escrevesse “tenho lindo”)
    Tá puxado por demais.

  3. Olha, eu posso te garantir que se alguém tentar humilhar minha mulher na minha frente eu teria feito pior que o Will Smith. Não sei se naquela situação, que poderia dar uma resposta mais incisiva e com mais efeito sabendo que ia ganhar o Oscar (eu não acompanho, mas pelo que li o pessoal tava dizendo que era um dos premiados mais previsíveis da noite). Não digo que é certo, mas comigo não teria rolado um tapinha, seria murro pra quebrar os dentes. E eu nem sei brigar, por isso que partiria pro ataque total de cara sem dar oportunidade de reação inicial (inclusive já aconteceu, mas foi algo bem mais grave)

  4. Ele não fez uma piadinha sobre mulher careca. Ele falou sobre ela, especificamente, numa piada humilhante. Não é o caso de fazer piada com sergipano ou baiano, teu caso, ou de paraense ou paraibano, o meu. É fazer uma piada especificamente contigo ou comigo pra expor ao ridículo. Entendo sim.

    PS: no caso da última briga física que entrei, que não acontecia desde o fundamental, quando eu apanhava sempre, um cara tentou passar a mão na bunda da minha mulher no ônibus, isso faz quase 10 anos. Eu segurei a mão dele antes de chegar lá, puxei na minha direção e bati. Me arrependo? Nunca!

    • Grilo, então posso inferir que, por analogia, você também daria razão a Bolsonaro, certo? Afinal, um homem tem o dever de proteger e vingar os seus. Mesmo quando se é um verme como o Bozo, que ama os filhos até mais que o Aristides.

      Mas vamos lá: você não acha realmente que uma piada leve, num evento público onde se espera que façam piadas com a plateia, seja a mesma coisa que um sujeito passando a mão na bunda de uma mulher, acha?

      Claro que ela tem o direito de se sentir ofendida. Mas é uma atriz, num ambiente de atores. Faltou bom senso, absoluto.

      Agora, avançando um pouco mais nisso. Primeiro, nesses casos estou sempre do lado do tapa, porque é empolgante e não sou eu dando ou levando.

      “Jada, I love you. G. I. Jane too, can’t wait to see it.” Mesmo achando que a piada não era humilhante, é claro que ela tem o direito de se sentir ofendida. Mas é uma atriz, num ambiente de atores. E nada justifica um tapa em um ambiente pretensamente civilizado — aliás, nem para mim, nem para a Academia: basta ver a condenação geral e os efeitos positivos para o Rock e muito negativos pro Smith.

      O que mais me impressionou, no entanto, é como problematizam tudo hoje em dia. Segmentos do movimento negro ficaram putos, por exemplo, mesmo que o acontecido não tenha anda a ver com questões raciais.

      Outra coisa que me impressionou nesse caso foi ver a ruma de feministas militantes dizendo “Eu sou contra a violência, mas…” Primeiro porque parece que as pessoas não perceberam que o que está por trás de comportamentos como o do Smith é o mesmo que está por trás de um sujeito que desce a mão na mulher: a consciência do papel masculino numa sociedade patriarcal.

      (E existe uma regra universal básica: se tem “mas” na frase você não é contra porra nenhuma, é só contra a porra dos outros. Me lembra uma professora de Penal, também delegada, que tive: “Eu sou contra a pena de morte, mas se mexerem com minha filha eu mato”.

      Aí me pergunto o que faria na situação do pobre Will Smith. Provavelmente eu iria lá, a contragosto, porque senão ia passar o resto da vida ouvindo “mas você não me defendeu!” em casa pelas próximas quatro décadas.

      • Galvão,

        eu entendo tudo isso e concordo. Eu não falei que a atitude do Smith foi certa, apenas que entendo e que poderia ter a mesma reação, a depender das circunstâncias. Também não igualei a piada com a tentativa de passar a mão na bunda da minha mulher, tanto que antes de contar a história eu falei que o meu caso foi bem mais grave.

        Quanto aos argumentos raciais, vi uns aqui e ali no twitter e me pareceram bem forçados. Quanto à discussão de gênero, não me lembro de ter visto nada, mas realmente acho que o homem tem sim o papel de defender a mulher em determinadas circunstâncias. A igualdade almejada se refere, grosso modo, a direitos. Fisicamente, embora haja exceções, no geral o homem é mais forte que a mulher, inclusive é isso que fundamenta violência doméstica ser um crime específico, do contrário seria mera lesão corporal. Sendo assim, ao ver uma mulher sendo agredida por um homem, acredito que é papel do homem agir pra parar a agressão, idealmente de forma civilizada, em casos de urgência descendo a porrada se for o caso e houver condições físicas.

        Enfim, nenhum desses exemplos foi o caso da situação. Repito que não falei que acho certo, só comentei que minha reação poderia ser pior, mas eu não sou nem pretendo ser régua moral ou legal de ninguém.

        Por fim, eu sou contra a pena de morte, mas se fizerem determinadas coisas com pessoas queridas e eu tiver oportunidade de matar, eu mato. O fato de eu ser violento e imaturo em determinadas situações não implica que o Estado deva ser, aliás um dos papéis do Estado seria justamente prevenir que pessoas impulsivas como eu concretizem seus desejos. Graças a Deus nunca passei por nenhuma situação em que pensei a sério em matar alguém, porque obviamente seria preso, não sou Michael Corleone pra matar alguém e ficar por isso mesmo. Espero que uma situação assim nunca e, caso venha a acontecer, eu não tenha os meios de executar nenhuma ação nesse sentido.

  5. Você descreveu uma crítica a representantes do poder. A eventual agressão ao comediante seria, de fato, condenável.

    Mas o que ocorreu este ano foi o contrário: uma piada endereçada a um grupo minoritário em situação de vulnerabilidade — aliás, estavam ali representadas diversas minorias em situação de vulnerabilidade, por mais privilegiada que fosse a pessoa alvo da piada.

    Você sugere uma falsa (e desonesta) simetria aí.

    O humor só tem uma regra: piada se faz contra poderosos, nunca contra quem é vítima do poder. E nesse seu exemplo você se esqueceu completamente desta regra.

    • Gabriel, desonesto é, primeiro, problematizar e expandir uma questão que é claramente individual, que diz mais respeito aos problemas internos da família Smith e à ideia de que se responde a uma piada com um tabefe. Por sinal, Smith não foi bater em Tupac, foi?

      Não vejo nenhuma agressão a pessoas com alopecia — nem mesmo a Jada Smith. É uma piada normal naquele ambiente e há milhares de exemplos semelhantes naquele ambiente ao longo das últimas décadas. Aliás, se você não percebeu, o conteúdo da piada hipotética do Gentili não tem a ver com política, e sim com problemas ou características pessoais, irrelevantes no contexto social ou político do “humor contra os poderosos” que você prega.

      Falando nisso, essa é a sua visão — na minha opinião muito pobre, por sinal —, que você tenta impor como universal. Humor não tem regra nem obrigação nenhuma; o nome disso é militância. Acho que você passou muito tempo vendo as tiras do Armandinho.

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