Sobre o autor

Ao longo dos anos, me impressiona a quantidade de gente que lê este blog e sequer sabe onde eu moro. Uns acham que ainda moro no Rio, outros acham que sempre morei em Salvador. Há ruído na comunicação, pelo visto.

Decidi então fazer uma pequena autobiografia, que finalmente vai esclarecer tudo aos leitores. Como eu tenho uma preguiça danada de escrever, aproveitei algo que escrevi há muitos anos e que tinha publicado em outro lugar. Uma atualizadinha de nada e pronto, o problema estava resolvido.

E aí vai. Resolvi também publicar uma foto. É velha, dez anos e muitos quilos a menos, mas é boa porque estou armado e perigoso. Deve servir para afastar essa ruma de filho da puta que vem aqui me encher o saco e me esculhamba e me chama de coisas feias como se eu tivesse culpa por ser assim como sou.

Nome
Rafael Galvão dos Santos da Silva de Jesus Júnior.

Idade
89, mas um corpinho de 74.

Idade mental
2, mas o doutor disse que é 1 só.

Cor
De burro quando foge.

Sexo
Quando dá. Mas anda tão difícil, meu Deus…

Profissão
Espectador atônito.

Onde trabalhou
Comecei a trabalhar muito cedo, para sustentar minha mãe alcoólatra e minha avozinha entrevada. Tinha 11 anos quando arranjei um estágio para limpar penicos no leprosário. Aos 15 já era leão-de-chácara no Cabaré de Cotinha. Depois de uma breve estadia no Juqueri, fui convidado a trabalhar lá mesmo, como espancador de velhinhos malucos. Foi bom, porque eu já fazia isso de graça; juntei então o útil ao agradável. Quando completei 18 anos e tive que servir o exército, bati o recorde de estadia na solitária, mas aproveitei o tempo torturando baratinhas incautas. Ao completar o serviço militar fui ser vapor no Borel, e pela minha competência em colocar cocaína na pipoca das crianças fui logo promovido a avião. Um pouco depois, devido a um pequeno problema com as autoridades constituídas, fui trabalhar como lanterninha num cinema que exibia filmes de putaria. Meninos, eu vi. Cansado de toda aquela sem-vergonhice, passei a tocar zabumba para Gilliard cover. Mas as coisas estavam difíceis, então fui trabalhar como alcagüete da polícia. Em pouco tempo fui promovido a torturador, onde apliquei tudo o que havia aprendido com as baratinhas no exército. Era um emprego informal mas que rendia bastante. Mesmo assim, para completar a renda, eu fazia uns bicos extorquindo pequenos traficantes. Cansado de não ver meu trabalho reconhecido me tornei ajudante de Mãe Valéria. Era eu quem fazia as vozes dos mortos que baixavam no terreiro. Depois fui para o Shopping Iguatemi, como gigolô de velhinhas carentes. Um ano depois entrei para o serviço público de Sergipe, levando mendigos para serem despejados na fronteira com a Bahia durante o governo João Alves. Aproveitei a experiência e logo depois passei a fazer contrabando de jabá na fronteira Brasil-Equador. Atualmente, vivo de renda. Dos outros.

Filhos
Tenho quatro filhas: Júlia, Sabrina, Bianca e Momentos Íntimos. Essa última vive me dando problemas. É uma danada.

Cantor
Waldick Soriano. Porque ele não é cachorro, não.

Cantora
Michael Jackson.

Animal de estimação
Nenhum. Mas minha mãe criou um rafael durante muito tempo.

Pensamento profundo
Penso, logo desisto.

Filme
“Alucinações Eróticas de um Jegue”. O diretor consegue criar, aqui, uma metáfora sobre a sexualidade humana num constante retorno ao mais recôndito do id, inserido no contexto da paranóia urbana do terceiro milênio. Essa metáfora pós-moderna representa um novo paradigma correlacionado ao paradoxo de uma moral sexual neo-liberal, resultando no surgimento de um movimento ecológico-reformista em contraposição à globalização em meio às crises nacionais. Não entendi porra nenhuma, mas o filme é genial.

Música
“Cadeira de Rodas”, de Fernando Mendes. Seus versos representam o que há de mais verdadeiro e mais pungente: “Sentada na porta, na sua cadeira de rodas ficava / Seus olhos tão lindos, sem ter alegria, tão tristes choravam / Mas quando eu passava a sua tristeza chegava ao fim / Sua boca pequena no mesmo instante sorria pra mim / Aquela menina era a felicidade que eu tanto esperei / Mas não tive coragem e não lhe falei do meu grande amor / E agora por onde ela anda eu não sei.” Isso é a verdadeira poesia popular. Fernando Mendes é gênio.

Melhor amiga
Hermenegilda, minha muriçoquinha de estimação.

Melhor amigo
Matei o filho da mãe semana passada.

Ator
Rocco Sifredi.

Atriz
Cicciolina e Savannah (que descanse em paz. Foi uma grande perda para a sétima arte).

Número de sorte
3,14

Hobby
Ler “O Mensageiro Católico” no banheiro, sentadinho e quieto, enquanto penso em como as coisas vêm e vão nesta vida.

Lugar
Atrás da bananeira.

Um beijo para…
Pra mamãe, pro papai e pra Xuxa.

Religião
Sou arcebispo da Igreja Rafaélica de Todos os Tostões, e espero que você contribua com o dízimo para que possamos continuar com a nossa obra em prol dos rafaéis carentes.

Perfume
O cheiro natural do corpo. Da Scarlett Johansson.

Frase
A vida é como rapadura. É doce mas é dura.

Programa de televisão
Tolerância Zero (porque a cana também é dura).

Prato predileto
Grátis.

Bebida
Tubaína.

Mulher ideal
Minha vaquinha Estrela. Cada peitão impressionante. E ela tem quatro.

Sonho de consumo
Eu quero comprar uma Ferrari Testarossa, uma mansão na Côte D’Azur, um castelo às margens do Danúbio, um iate de 64 pés, um LearJet último tipo com autonomia de vôo para dar a volta ao mundo, 563 ternos Armani, uma Adriane Galisteu e um japonesinho cego de um olho para carregar as malas.

Um conselho
Não dou conselhos. Vendo por um preço módico. Aceito cartão de crédito, cheque pré-datado — tudo em até 24 meses.

Uma lembrança de infância
Eu devia ter uns quatro anos. Depois de jogar querosene e atear fogo nos cabelos de minha irmã, e beliscar repetidas vezes minha velha avó paralítica, ceguinha e esclerosada, eu fui espiar a vizinha tomar banho, pelo buraco da fechadura (ela era uma mulher de 145 quilos que não tinha uma perna). Infelizmente não pude ver nada, porque sua barriga cobria suas partes pudendas, e os seios cobriam a barriga. Ela era muito sexy e a minha infância foi muito feliz.

Parte do corpo de que mais gosta
Contra-filé. Ao molho madeira.

Cidade preferida
Xangri-Lá.

Se você fosse um animal, você seria…
Eu já sou um animal. Minha única dúvida é se sou racional ou irracional.

Se você fosse um vegetal, você seria…
Professor do Departamento de Direito da Universidade Federal de Sergipe.

Filosofia de vida
Tem gente para tudo no mundo, e ainda sobra um para comer merda.

Maior medo
Precisar do SUS.

Maior ambição
Ser um grande físico nuclear. Mas pra isso eu tenho que aprender a ler primeiro.

Momento inesquecível
O primeiro show do Menudo a que assisti, nos maravilhosos anos 80. Foi a maior emoção de minha vida. Gritei os nomes de Robby, de Roy, de Ronny, de Roxy, de Rocky, de Ricky e de Ruby o tempo todo.

Fantasia Sexual
Sete anãs encharcadas de mostarda e pasta de amendoim brincam de adoleta, enquanto três judias comem carne de porco e lêem o Talmud em voz alta. Uma freira de hábito levantado é chicoteada na bunda por três eunucos zulus enquanto reza 100 “Salve Rainha”, e duas neguinhas com grandes abanadores de penas de avestruz refrescam o ambiente e dançam no ritmo da timbalada e repetem os nomes dos 16 orixás em tom monocórdio, sem parar. Enquanto isso, dez índias pintadas para a guerra fazem o quarup no centro do quarto. Três americanas ruivas magérrimas fazem contorcionismo e cinco bolivianas imensas de gordas se empanturram de geléia de morango, ao lado de nove árabes bêbadas, vestidas apenas com véus, que ajoelhadas em direção à Meca gritam “Alá! Alá!”, ao mesmo tempo em que duas suecas cantam The Winner Takes It All, e cinco japonesinhas nuas representam uma peça de teatro kabuki. Ui.

25 thoughts on “Sobre o autor

  1. Seu tesão por balzacas ainda lhe causa desconforto, por isso não declama isso aqui? Vida arretada essa, hein Cabra?

  2. Meu caro:
    O poder de Deus vem da intangibilidade. Você devia ter continuado com a foto que tinha o pé e que despertava o desejo dos aficionados por essa parte do corpo em particular. Se despir é bacana, mas, como deve saber, tira a magia.

  3. Santiago,

    É triste perceber isso, mas cê tá me chamando de feio? Sacanagem. Magoei.

    De qualquer forma, tem uma porrada de fotos minhas espalhadas por este blog. 🙂

    Aléssio,

    (Há quanto tempo, cabra.)

    O montão de títulos conflitantes é só um retrato da confusão mental que me acompanha. 🙂

  4. Na minha terra, eu diria: “Me afinei”, de tanto rir.

    Criatividade. Adorei.
    Número: 3,14 foi o melhor.

  5. boa noite rafael, parabéns pelo blog, estava lendo um post antigo seu sobre os beatles, e como minha monografia é sobre esse tema, gostaria de saber se vc poderia me dar uma entrevista, ou indicar algum critico que possa, grato.

  6. Adorei suas características pessoais. Uma pessoa com tanto senso de humor pode beber coca-cola avontade, não há toxina capaz de lhe fazer qualquer mal. Não lhe conheço, mas lhe adorei; aliás procurei saber quem vc era porque achei que seria alguém que conheço com seu mesmo nome; simples acaso. Vc é notável!!!! Muito prazer!!!!

  7. hahahahahahahaha!!!!!
    achei sua página do nada, procurando alguma coisa no google, e cá estou dando risado há um tempão!
    pessoa insana!

  8. Quem é esse cara? Sei lá e nem vou saber. Só tem louco na internet.
    Mas a dica dos livros dos clássicos da juventude valeu.

  9. Pingback: recreio do galvão « ~
  10. é mesmo?mas que menino!que diabo!tens novententinha e tantos?abismada….parabéns pelo texto e graça.

  11. Em matéria de debochar, você alçou à categoria hors concours. Parabéns. Posso confiar na explicação para “marré-de-si” ou a aula é grátis e o risco é todo meu? Jorge (professor de português nas horas muito vagas).

  12. Nem sei como vim parar aqui, mas adorei, principalmente seu perfil!!! Dá vontade de ler todos os seus posts e pedir mais… Muito bom, mesmo!!!

    PS: tem algum cadastro, ou coisa parecida, pra me avisar quando você publica um novo post??? Também sou preguiçosa e, se você não avisar, vai cair no meio da papelada, ou melhor, dos links perdidos… Dá pra ser???

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