10 anos de Wired

Hoje ela não é nada mais que uma revista chata sobre uma indústria previsível e repetitiva. Mas há pouco mais de 30 anos, a Rolling Stone representou um marco na imprensa. Foi a revista que percebeu que uma revolução estava acontecendo, e embarcou imediatamente nela.

É esse o segredo. A Rolling Stone não era uma revista sobre música. Era sobre comportamento. Revistas de música já existiam aos montes, mas a RS era a primeira que via tudo sob o ponto de vista daquela geração que estava transformando os costumes do mundo inteiro. E como influenciou gente. A entrevista de John Lennon dada à revista, no início dos anos 70, é a mais importante de toda a história dos Beatles, como qualquer fã sabe. A Rolling Stone teve sua época

(Parêntesis: nos anos 80 ela já era uma revista estupidamente mainstream. Mas mesmo então deu ao mundo uma das campanhas publicitárias mais brilhantes da década, em que apontava sua transformação e pedia mais carinho (tá, carinho não, o velho e bom dinheiro dos anunciantes, por mais establishment que fossem.)

Demoraria até o início da década de 90 para que outra revista tivesse o mesmo impacto sobre a sociedade. É difícil. Primeiro, é preciso que uma revolução de costumes esteja ocorrendo. Segundo, alguém tem que perceber isso, rapidamente. E, terceiro, o resultado disso deve ser uma revista que atraia a atenção do mundo.

Isso só ocorreria novamente com a Wired. Lançada em 93, a Wired percebeu, antes de todo mundo, que todas aquelas transformações relacionadas ao computador eram, acima de tudo, uma nova revolução de costumes, e que havia um público que queria não apenas ver os seus objetos de adoração nas páginas de uma revista, mas, acima de tudo, queria ver a si mesmos.

Quase imediatamente a Wired virou a bíblia daquele pessoal que estava antenado com o que acontecia, gente que olhava para o Silicon Valley para saber em que direção o vento estava soprando. Não apenas geeks, mas gente que sentia, intuitivamente, em que direção o vento estava soprando.

Mas o que me impressiona é que ela está fazendo 10 anos, e ainda não apareceu nada mais “up to date” do que ela. Nenhuma revolução à vista?

One thought on “10 anos de Wired

  1. Meu caro amigo gostei muito.
    quando vc é casado pai de dois filhos o unico a trabalhar na sua casa e ainda faz bicos no final de semana fica impossivel ler livros e fazer resenhas, por isso estou procurando alguma coisa pronta para dar tempo
    tenho que fazer uma resenha do livro rota 66 do jornalista caco barcelo ou do livro olga se vc puder me ajudar eu te agradeço.
    que Deus te abençoe valeu.

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