Confesso: sempre fui fã de Steve Jobs.
O sujeito é um gênio. Não só por ter inventado o Macintosh, mas principalmente por tê-lo reinventado.
Veja o primeiro iMac. É um computador vagabundo, mas tem o toque de Midas do sujeito: ele percebeu que computadores pessoais estavam se tornando commodity e resolveu adicionar valor a eles, tornando-os peça de design.
(A propósito, eu nunca achei o primeiro iMac tão bonito assim. Transparente demais.)
O resto é só conseqüência. A segunda geração de iMacs são os computadores mais bonitos que já vi na vida – e duvido que haja algum mais bonito, mais elegante num futuro próximo ou distante.
Nada disso, entretanto, impediu que a Apple fosse perdendo market share. A razão é simples: um PC faz tudo o que um Apple faz, por metade do preço.
Mas parece o meu ídolo anda fazendo umas bobagens. Está transformando o Macintosh num gueto. Foi graças aos programas da Adobe – Photoshop, Illustrator, PageMaker e InDesign, Premiere – que a Apple conseguiu vender computadores quando o Windows dominava 90% do mercado: sobrevivendo em nichos como o educacional (nos Estados Unidos), o desktop publishing e a edição de vídeo.
Só que ele deu pra fazer seus próprios programas. Dizem que o browser da Apple, o Safari, é brilhante; e o Final Cut, para edição de vídeo, também. Acontece que com este último ele acabou comprando briga com a Adobe, que perdeu o mercado do Macintosh (tudo bem, é apenas 2% do mercado total, mas 25% do mercado da Adobe).
Na minha terra (que é a mesma do Ancelmo Góis), quando a gente está perdendo espaço a última coisa a fazer é se isolar.