Setembro de 1993, e eu na passarela sobre a avenida Chile, que liga as sedes da Petrobras e do BNDES, apenas olhando as notícias nas bancas de jornal.
E então, de repente, assim como Saulo de Tarso na estrada de Damasco, eu vi.
O sujeito passou rapidamente, de um prédio a outro. Vestia um terno impecavelmente cortado, e falava apressado ao celular, numa época em que celulares ainda eram artigos de alto luxo. Sua atitude era a de alguém que sabe que está ganhando muito dinheiro, e não pode perder um minuto para ganhar ainda mais.
Naquele momento, o mundo perdia um comunista. Eu vi o que o capitalismo podia me oferecer. E gostei do que vi.
Eu queria saber se esse pensamento continua o mesmo depois de algum tempo.