Os jornais de hoje trazem como manchete a acusação do advogado da ministra Benedita da Silva de que a Comissão de Ética do Governo não é composta por gente com autoridade moral suficiente para dar lições de ética à ministra, aquela que resolveu orar na Argentina enquanto metia a mão no Erário.
Há algo de muito errado quando um membro de um governo coloca em dúvida a honestidade dos outros. O advogado de Benedita, que tem procuração legal para agir em seu nome e portanto é Benedita, chamou todos de desonestos. Por muito menos os “radicais livres” foram defenestrados.
As outras acusações do advogado são curiosas, coisas de advogado burro que não sabe até onde ir. A mais engraçada diz mais respeito ao seu senso de ética que à sua inteligência: “Fizeram um incêndio, um verdadeiro escândalo por uma quantia ridícula de R$ 3 mil de uma viagem a Buenos Aires.”
Alguém deveria dizer a esse advogado que, em primeiro lugar, essa quantia que ele chama de ridícula é mais do que dezenas de milhões de brasileiros conseguem ganhar em um ano de trabalho duro. E que não é o valor que importa: é o fato de esse dinheiro não pertencer a Benedita, e sim ao povo brasileiro. Eu, por exemplo, não simpatizo muito com a idéia de ela usar o meu dinheiro para dar suas oradas. Sempre achei que os evangélicos já tinham bastante dinheiro, aquele que tiram do bolso dos ot… ops, fiéis. Não precisam roubar o meu.
Um governo que se diz ético não pode se dar ao luxo de ter entre seus integrantes alguém que tem o péssimo costume de achar que dinheiro público pode ser usado para fins particulares, desde que seja um “valor ridículo”.
Se já esqueceram, é bom lembrar que não é a primeira vez que Benedita faz essa mistura pouco saudável entre dinheiro público e assuntos de sua igreja. Quando era vice-governadora ela cometeu a mesma confusão. O pior é saber que ela faz isso não por ser ignorante e não saber que o Brasil é um Estado laico, mas sim porque sabe muito bem qual é seu principal reduto eleitoral.
Por tudo isso, pela palhaçada que está cometendo e pela capacidade de se complicar ainda mais, Benedita deveria sair do governo.
O mais chato é saber que ela sofreu como muitos brasileiros, na favela inclusive. Batalhou e chegou num lugar de destaque, e hoje é oque é, uma perua.
Quer saber? Acho que não temos espírito de coletividade e somos muito “peruas”, todos nós brasileiros, homens e mulheres. A falta de tino para atuar em conjunto é 100% terrível. Sermos “peruas histriônicas” às vezes é bom. Faz parte do nosso charme, do nosso encanto. Mas outras vezes é nosso “tiro no pé”. Afinal, “peruas” gostam de desperdício, de gastar mais do que precisam, e de dar extrema importância a coisas tão dispensáveis, de não pensar que se o bem coletivo está legal, a vida individual fica mais legal. Sra. Benedita? Acho que teve seu lado “brasileiro-perua-ruim” repentinamente exacerbado pela ingestão excessiva da droga do Poder. Abusou, bobeou e dançou. E esse advogado dela é outro tiro no pé da Dona Pitanga, hein?
ai ….
eu me envergonho