Bem, tem alguns comentários que eu queria fazer sobre os comentários do post seriado sobre os judeus, que não caberiam naquele espaçozinho.
Plataformista, o que torna o Holocausto algo singular não é o número de judeus mortos, mas o fato de se montar uma máquina bem azeitada com a única finalidade de matar um povo, pelo único crime de serem de uma etnia específica (lembre-se que ser judeu diz menos respeito a religião que à sua noção de nação e etnia). A escravidão no Novo Mundo matou mais gente, no total, mas seu objetivo não era a eliminação dos negros, e sim seu aproveitamento econômico.
A idéia de se matar seres humanos, naquela escala e de forma industrial, é única na história da humanidade.
Além disso é sandice dizer que negam a civilização como ela é. Independente de sua crença religiosa, Plata, você carrega a tradição e os valores judaico-cristãos nas suas costas, queira ou não. Eles são a civilização ocidental.
Quanto às guerras entre árabes e judeus, se não me engano a primeira agressão partiu dos árabes (não tenho certeza; posso estar errado). O que vem depois é conseqüência. O que torna Israel um Estado odioso — e ultimamente um Estado racista e genocida que não deixa nada a dever ao III Reich — é a forma como vem se comportando desde a ocupação da Cisjordânia. A propósito, os judeus estavam ali desde antes da criação de Israel, antes que esse assunto venha à tona. Têm todo o direito de estar ali.
Ao mesmo tempo é meio irritante, mesmo, essa idéia de que judeus são eternas vítimas e sempre bonzinhos; há alguns ecos disso no que o Alter diz. Não são. São gente como eu, e eu não sou bonzinho. Nos últimos 50 anos essa propaganda pró-judaica vem tomando corpo (ajudada por Hollywood, claro; dê uma olhada na ficha técnica de qualquer filme para entender a razão destes parêntesis), e é tão inverdadeira como as bases sociológicas do anti-semitismo nazista.
Paulo, se a gente conclui que o cristianismo é bom porque dura 2 mil anos, além do que o Alter falou posso concluir também que a escravidão como um conceito socialmente aceito também é boa, porque vem durando muito mais que isso, né?
De qualquer forma, o cristianismo não durou tanto tempo somente por sua força como sistema dogmático ou justeza divina, mas porque politicamente os cristãos foram inteligentes e perseverantes. Enquanto os judeus não faziam proselitismo, os cristãos decidiram que todos deveriam ser cristãos. Inclusive Constantino. Principalmente Constantino. Além disso, em seu furor evangelizador, o cristianismo patrocinou e deu justificativa moral à expansão européia, como se pode ver pelas cruzadas, pelo genocídio dos índios brasileiros, pela conquista dos astecas, e tantos outros exemplos. A habilidade cristã em chegar ao poder político é o principal fator determinante de sua permanência.
(Antes disso, no entanto, vem um dos meus heróis, São Paulo, provavelmente mais importante que Jesus na história do cristianismo. Mas isso já é assunto para outro post.)
Concordo com Vc! Sei que nestes dois mil anos…o Cristianismo cometeu muitos erros… Mas sei que comparações (escravidãoxcristianismo) se assemelham muito a silogismos… Devemos tomar muito cuidado com “premissas”…(Falsas ou verdadeiras…) Pois a partir delas chegamos a conclusões…(Falsas ou verdadeiras!) Tbém Admiro “São Paulo”.
Das guerras entre árabes e judeus… a propaganda semita muito bem financiada pelos banqueiros e empresários nova iorquinos de que a região de Israel deveria ser um estado de Judeus veio primeiro que qualquer ataque armado de qualquer uma das partes. Espalharam isso para os judeus do mundo inteiro exigirem a terra que lhes foi dada por Deus. Interessante que o centro de NY continua com rabinos barbudos igualmente. A questão da influência: nunca neguei as origens. Não é bem por aí.
Plata, os judeus estão lá desde sempre. E lutaram muito pelo direito de ter um Estado (com as mesmas armas que os palestinos hoje usam). Tinham o direito de ter um Estado, assim como os palestinos têm hoje. A propósito, em NY também há rastafaris, havia muçulmanos, tem de tudo. E todo mundo tem o direito de estar lá. O movimento sionista data de bem antes (piada antiga: um sionista é aquele que quer que os outros vão para Israel).
Não entendi a de NY: não falei nada de quem deve estar lá ou não… 😛 Mas falando sério… eles tem o direito deles… mas depois que eles se espalharam vieram os árabes que também tem sua fatia de direito ao meu ver. A questão não é simples como a ONU quis ao criar o estado em 49(?).
Não é exatamente que a ONU tenha decidido criar o Estado do nada; foi o reflexo de uma luta antiga e justa, em 48. Não é que a Diáspora tenha removido os judeus de lá; muitos continuaram, e por isso o direito àquela terra é legítimo. Assim como o dos palestinos.
Pra mim a única reflexão que houve foi a de interesses legítimos em ter filhos do capital presentes nas mediações do oriente próximo… lugar muito estratégico faz alguns milênios. Não desmerecendo a legitimidade do estado israelense, mas dividir palestinos nas patéticas faixa de gaza e cisjordânia… convenhamos.
Isso é excesso de simplismo, Plata.
uahuahauahuahau.
Blá, blá, blá…. só faltou você me explicar a “gatice” dos judeus. hehehehe
Não queria ser judeu.
Plata, concordo com você. Dividir os palestinos entre a faixa da Gaza e Cisjordânia é um absurdo político-geográfico.
O correto seria Israel anexar a faixa de Gaza ao seu território e os palestinos se restringirem à Cisjordânia.