Que ninguém me pergunte como, mas semana passada fui parar no estúdio onde o Nasi, do Ira!, está gravando seu disco solo.
A música gravada naquele momento era “É Preciso Dar Um jeito, Meu Irmão”, um lado B do Erasmo dos anos 70. A música é uma beleza, a gravação está perfeita, e embora ela só tivesse a voz guia, o que já estava finalizado mostrava que vai ficar muito, muito boa. Sem desrespeitar as origens “setentistas” da música, o Nasi imprimiu uma levada levemente blueseira que tornou a música muito mais interessante. Vai valer a pena comprar o CD.
Eu não conhecia o Nasi. Não era sequer grande fã do Ira!; nos anos 80 eu ouvia basicamente música dos anos 50 e 60. Mas o sujeito que conheci, e com quem fui tomar umas cervejas ao lado de uma amiga e de Tânia Soares (ex-deputada e atual presidente da Fundação Cultural de Aracaju, cuja lei sobre numeração de CDs foi devidamente desancada por mim alguns posts atrás, para não perder o costume de esculhambar meus amigos), é uma figura inteligente mas, mais que isso, gente boa. Foi uma boa surpresa.
Acontece que ultimamente tenho uma agenda política, baseada na certeza de que é necessário que se compreenda e lide com o MP3. E, com toda a cara de pau que mamãe me deu, além daquela propriedade absoluta da verdade que grilei sozinho, saí tentando convencer o Nasi de que o futuro é o MP3, que não há como controlar o compartilhamento livre de arquivos e que o que os artistas têm que fazer é simplesmente abraçar o danado e tirar o melhor dele.
Minha sugestão foi simples: por mim, o Nasi adotaria uma forte presença online. E liberaria as músicas. Vão copiar, mesmo, então que se saia na frente e ofereça graciosamente. As pessoas costumam simpatizar mais com esse tipo de atitude. E acho que assim mais gente vai conhecer o trabalho do sujeito.
Acontece que estou convencido de que, para idéias, fama é fortuna. Quanto mais gente conhecer suas músicas, mais gente comprará os seus discos — ou, no mínimo, mais gente irá aos seus shows. Dependendo o ângulo sob o qual você olha, o MP3 pode ser a melhor forma de subverter a ditadura das gravadoras. E de se adequar a um mundo que está mudando muito rápido.
Obviamente, não radicalizei a ponto de sugerir que liberasse as músicas em qualidade máxima, embora ache que é o que deve ser feito; e na hora não pensei em simplesmente gravar um show e liberar as músicas, deixando o CD de lado. Há milhões de possibilidades, e todas elas passam pela necessidade de se construir uma ligação com a comunidade que simpatiza com esse tipo de música. É uma questão de marketing, só isso.
O Nasi ouviu — ouvir é uma grande qualidade, não é? — e parecia concordar. Vamos ver se eu consigo ter alguma influência no rumo que a música brasileira vai tomar.
Se o Nasi te ouvir, acho que as coisas, embora o resto esteja na lama, vão melhorar no quesito música. Pelo menos nisso o Brasil presta, né?
Bom… Se você tiver influência, vai ser bom demais. Se não tiver, pelo menos foi mais uma voz falando de coisas boas. (as vozes são poucas, mas pelo menos existem)
Bom, só hj vi que vc falou de mim num post de uns dias atrás. Bom, é q acho engraçado q a gente vai lendo sobre as pessoas e na verdade nao sabemos como são.Então sempre achamos q elas são de alguma maneira… Sei lá… Sempre “crio” as pessoas na minha cabeça… Outra coisa: Não entendi o comentário da monica nesse dia… Já com relação ao telefone, não tenho um blog p/ arrumar nenhum h. Isso eu arrumo, ou pelo menos tento nas nights!
Pô, eu queria encontrar os livros recém-lançados na rede, pra copiar. Estou gastando quase R$500,00 por mês só com livros! hehehehehe
E vc sempre com esse xodó por mp3!
Voltou com tudo, hein Rafa? U-hu!!!
Interessante a parte do “saber ouvir” Muita gente não faz “as contas” para ver que temos apenas “uma” boca…e “duas” orelhas!!!! rs