Rafael, o popular

Indo jantar às duas da manhã com um amigo, que por acaso é político, prestei atenção ao modo como as pessoas me tratam.

Eu nunca recebo tantos cumprimentos excessivamente efusivos de gente que nunca vi antes quanto nessas horas.

Parece que o hábito de tratar bem quem tem algum poder é extensivo aos agregados. Se me vissem na rua sequer olhariam para mim — tá, olhariam para pensar “que gordinho lindo e sexy!” enquanto salivavam. Mas como estou ao lado do sujeito, e ele está numa posição em que deve ser cumprimentado, conseqüentemente passo a merecer a extensão desses cumprimentos. Certo, eles não me conhecem, nunca me viram mais gordo — mas vai que eu seja alguém, e aí? Com essas coisas não se brinca, e civilidade nunca é demais.

Mas que é uma bruta perda de tempo e de sorriso, ah, isso é.

6 thoughts on “Rafael, o popular

  1. Totó foi colega do meu pai no trabalho quando eu era pequena. Já tinha esse apelido na época, e eu nunca soube seu nome. Lembro-me dele porque desenhava, e eu sempre adorei desenhos. Totó Teixeira um dia resolveu entrar para a política.

    Já vereador, uma vez foi à empresa onde eu trabalhava para fornecer, a meu patrão, umas facilidades na aprovação junto à prefeitura do projeto de um supermercado. Meu patrão era muito rico e era seu amigo. Não sei se sabem, mas políticos são muito bonzinhos e facilitam a vida dos amigos. Como havia comentado anteriormente com um colega de trabalho (conhecido seu) sobre meu breve contato com ele na infância, esse colega me apresentou a ele. E Totó Teixeira falou que sentia saudade do meu pai, que se lembrava da Mônica criancinha… Me deu uma régua com propaganda política de presente (era época de eleição, e ele queria ser deputado), me abraçou… Depois de passado o período eleitoral, na Prefeitura, esbarramos, literalmente, um no outro, vindos de corredores diferentes. Ele me olhou nos olhos. E não me reconheceu.

    Ah, eu não votei em Totó Teixeira.

  2. (ah, rafael, antes que pense que o que contei faz alguma alusão ao seu amigo, devo pedir: relaxe. apenas contei um caso que seu post me lembrou.)

  3. Agora entendi porque o tempo fechou aqui no Rio… o senhor resolveu dar um ilustre comentário lá no meu bloguitcho.. que honra!!! Saudades, rafinha…. Adorei…. um beijo free! :)))

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