Wolfiana

O que vem a seguir não é exatamente um post, e sim um comentário deixado em Prints the Chaff.

Tenho procurado minha velha e queridíssima amiga por quase 30 anos. (…)

Com meus botões eu a imaginava casada, com filhos, e talvez morando em uma bela casa, em algum lugar. Em vez disso eu tive a maior decepção de minha vida. Minha amiga estava morando como uma sem-teto nas ruas de São Francisco. (…)

Poderia acontecer a qualquer um. Nem em meus sonhos mais delirantes jamais imaginei minha amiga como uma viciada sem-teto empurrando um carrinho, segurando um cartaz pedindo dinheiro, portando HIV e tudo o que mais que vem com essa “Doença dos Sem-Teto”. Chamo assim porque é como vejo — uma doença. (…)

Só mais uma coisa: minha amiga, que agora vaga por São Francisco, estava a caminho da competição de ginástica nas Olimpíadas, e era também uma grande líder de torcida, era muito bonita, mascote da equipe de animadoras de torcidas, líder de classe e muito mais. A Doença dos Sem-Teto não discrimina.

Como dizia Tom Wolfe, você não pode voltar para casa.

One thought on “Wolfiana

  1. Fazendo uma “associação mental” com sua última frase, me lembrei de algo que Terry Moore escreveu numa edição de “Estranhos no Paraí­so: “não se pode mais voltar para casa / não se pode mais ter seu interior aquecido / no amor, somos como órfãos / estranhos no paraíso”.

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