Há uma série de diferenças entre a imprensa brasileira e a ango-saxã, além do fato de que as matérias dos bons jornais e revistas americanos e ingleses são geralmente mais bem escritos: eles se levam mais a sério, parece. E isso inclui cortar na própria carne quando algo se torna público e ameaça arranhar sua imagem.
Nos últimos dois anos uma série de jornalistas foi desmascarada por inventar histórias. Jayson Blair, do New York Times, foi o mais famoso deles.
Aqui no Brasil, no entanto, isso nunca acontece. Donde se conclui que aqui ninguém inventa histórias.
Um post do Prints the Chaff, bom blog dirigido a editores de jornais, comenta isso: para ele, todo jornalista já teve a tentação — e muitas vezes cedeu — de inserir uma frase inventada,ou um fato ilustrativo em uma matéria sujo prazo de fechamento se aproximava.
No Brasil isso sempre foi mais comum do que se pensa. Acontece o tempo todo, por preguiça e, acho, por um certo pendor literário que historicamente caracteriza o exercício do jornalismo. Algumas vezes a invenção ou maquiagem com a conivência do objeto da reportagem.
Há alguns dias uma matéria sobre a vida louca dos jovens ricos de São Paulo conseguiu uma repercussão razoável. Afinal, tudo que retrata ricos sob ângulo desfavorável, se possível degenerado, é visto com bons olhos. “Não basta aqueles putos terem dinheiro, ainda querem ser legais?”
Assim que li a matéria, fiquei com uma sensação esquisita de estar diante de uma fraude. Era tudo exagerado demais, caricatural demais para começar; e as pessoas falavam como personagens mal delineados de escritores muito ruins.
A dúvida que ficou — em mim e em várias outras pessoas — não foi investigada.
pô, rafa… aqui o que MAIS se faz é INVENTAR matérias! é só pensar numa pautinha fria, desenhar os prsonagens e… dá-lhe GONZO!