Como todo mundo entre 30 e 50 anos, eu comecei a escrever numa Olivetti Lettera (um modelo mais antigo serviu de musa inspiradora para um belo blog). Na infância já brincava com uma Remington Ipanema, mas só fui escrever mesmo nas Olivetti da vida.
Há uma série de hábitos perdidos que ainda lembro. A primeira coisa a fazer era tirar a capa que protegia os tipos, que sempre se embaralhavam; sou de um tempo em que, com dois dedos, batíamos à máquina mais rápido do que ela podia agüentar. Ela era condescendente e humilde, não tinha esse sorriso debochado e desafiador com que os teclados de computador olham para nós. A outra era o hábito de levantar a máquina e deixá-la na vertical, enquanto revisava o texto que algum terrorista filho da puta já estava cobrando. Até hoje bato com força excessiva no teclado do computador — coisa que quem já teve uma máquina com fita velha lembra bem o que é.
Em 1989 agências como a Propeg de Salvador já usavam a Praxis 20, a primeira eletrônica portátil de que ouvi falar; eu usava a ET Personal 50 e, alguns anos mais tarde, tive uma Panasonic KX-R530. Embora lindas, já nasceram como anacronismos, resultantes da miopia de mercados que tentavam dar sobrevida a um produto já marcado pelo hálito da morte.
Nos meus primeiros anos com o computador, eu sentia um certo bloqueio em relação a ele. Era uma máquina maravilhosa e eu me viciei imediatamente; mas na hora de escrever, mesmo, havia algum problema. O computador então criou uma situação esdrúxula: muitas vezes comecei a escrever um texto à mão, para só então levar para o computador; pelo menos para revisar e editar um texto, o computador sempre foi insuperável.
O meu caso de amor com máquinas de escrever, e os de tantos outros, talvez reflitam um sentimento ludita típico de pessoas que se recusam a acompanhar o caminhar dos tempos. Se for, pelo menos não é novidade: Ercilio Tranjan, um dos maiores redatores publicitários que o país já viu, sempre escreveu à mão — e então passou direto para o computador.
Ainda estou em busca de uma Underwood portátil, máquina que nunca vi pessoalmente mas que me parece o ápice do estilo. Não que vá usá-la algum dia. A essa altura da vida, meu corpo e minha mente se acomodaram à praticidade do computador. Mas para quem, como eu, acha a máquina de escrever um dos maiores símbolos do século XX, ela é o mais belo objeto de decoração imaginável. Um dia eu compro uma.
E, nessa viagem ao passado, encontrei um site destinado a colecionadores de máquinas de escrever. Se eu fosse capaz de colecionar algo mais que espantos diante da vida, provavelmente me tornaria um deles.
Que lindo… máquinas de escrever são objetos tão poéticos! Mas doiam tanto os dedos…
Algumas coisas têm um simbolismo incrível, Rafael… E a máquina de escrever certamente é uma dessas relíquias! Boa lembrança!
preciso de um manual de instruções p maquina de screver eletrica panasonic kxr540…
Sabe onde posso encontrar?
Olá
Tenho uma kx-r530 e por discuido perdi o manual
seria possivel me mandar um, não consigo mais usar teclo letras sai numeros e assim por diante
No aguardo de uma resposta
Desde já agradeço
Tomazi
gostaria do manual em portugues da maquina
kx-r540 obrigado !!
rafael
Gostaria de adquirir o manual da Kx-r530, se possível em português.
Obrigado,
Jadson Pimenta
11.3695-4754
gostaria de adquirir o manual da maquina de escrever olivetti praxix 20. Obrigado
Eu gosto muuuito de máquinas de escrever. Embora eu tenha apenas 15 anos, tenho 19 máquinas, e uso todas elas, principalmente para fazer trabalhos de escola… os professores até se espantam… Abraços!
Olá amigo, gostaria de saber se você tem o manual da máquina de escrever Panasonic KX-R540 ou se saberia me informar onde posso conseguir. Grande abraço!
Como faço para adquirir o manual da maquina elétrica (Electronic Typewriter KX-R530)?
Você tem esse manual em português?
Por favor mande-me resposta!
Muito obrigado pela atenção
Luis Fernando
Não, eu não faço idéia de onde achar o manual da KX-R530.