Há algum tempo vi um filme obscuro no Futura. Tão obscuro que não sei absolutamente nada sobre ele, só que era um daqueles filmes colorizados por computador que fizeram a revolta de Woody Allen — e de todo mundo que tem algum senso estético — nos anos 80.
O filme era sobre aviadores americanos e ingleses durante a guerra no Pacífico. Serviu para lembrar que, embora a II Guerra hoje seja lembrada basicamente como uma guerra contra o nazismo, na época não era exatamente assim nos Estados Unidos. Para eles, era principalmente uma guerra contra os japoneses: não foram os alemães que atacaram Pearl Harbor. É bem provável que a guerra na Europa tenha adquirido essa prevalência ao longo dos anos por três razões principais: a semelhança cultural, a hediondez da Solução Final e o fato de que para países imperialistas como os Estados Unidos é mais fácil justificar a guerra contra a loucura alemã do que contra o imperialismo japonês, tão semelhante ao seu próprio.
O que me impressionou no filme foi o nível de racismo que o filme demonstrava. Os termos com que se referiam aos japoneses eram tudo, menos respeitosos. Eram adjetivos rancorosos que os filmes da época nunca usavam para se referir aos alemães ou aos italianos. Havia ali, claramente, um conflito de culturas, mas também havia o desprezo dos americanos por uma raça que, pelo menos naquele momento, julgavam inferior.
Mesmo assim, e Hiroshima e Nagasaki à parte, não há indícios de que a ocupação americana do Japão tenha sido excessivamente desrespeitosa. Mizuko Ito, irmã de Joi Ito, tem um post em que fala do primeiro encontro de sua família com os americanos; episódio que, se por um lado expõe o desconhecimento típico do ocupador a respeito da cultura onde é forçado a se inserir, também mostra que havia um nível mínimo de deferência.
Corta para a ocupação americana no Iraque e a tortura de prisioneiros iraquianos em Abu Ghraib.
A pergunta é: o que aconteceu nesses 60 anos? Difícil encontrar uma resposta, mas há algumas pistas. Nesse meio tempo, os Estados Unidos se tornaram a única superpotência mundial. Sua arrogância, provavelmente, acompanhou essa ascensão.
é fácil notar que entre todos os motivos que fizeram os países se juntarem para derrubar o regime nazisma e facista, certamente o da bondade e o da contrariedade ao preconceito racial não estavam nem de longe incluídos.
nao sei p que comentar, só sei que esse pova nao sabe o que faz
seu site é muito bom para pesquisa, gostei muito, mas nao achei o que precisava, se nao for encomodo gostaria de fazer um pedido….
…Preciso do movimento hippie mais complexo para um trabalho que estou fazendo, de história, e também preciso do movimento Woodstock, porfavor eu ficaria muito agradecida se vocês me mandacem isso em uma folha pelo meu e-mail.
atanciosamente Jessaine