Filosofia à francesa

Nunca fiz segredo de que corro de filosofia como gato escaldado corre de água fria.

Agora posso explicar por quê.

Uma matéria da Primeira Leitura deste mês cita um tal de Roger-Pol Droit:

Pierre Hadot, grande erudito, mostrou que a filosofia da Antigüidade estava destinada a mudar a existência, e não a construir sistemas de filosofia. Ele influenciou Foucault e também uma nova geração, como a de Michel Onfray, com essa idéia de que a filosofia existe para ser vivida, não somente para ser pensada ou se limitar ao acaso.

É isso. O problema dessa francesada toda é só um: ignorância. Ou má-fé. Enquanto eles citam esse montão de sei-lá-quem o otário do Marx se revolve em sua tumba.

Droit continua:

Há uma grande demanda, hoje, na França, por essas obras filosóficas direcionadas à vida cotidiana, à reflexão individual, algo entre a sabedoria e a análise filosófica.

No Brasil também. Só que aqui a gente chama isso de auto-ajuda.

No que resulta o "Resumo de 'A Cidade e As Serras' por Rubem Fonseca"

Manchete em um “portal” de Sergipe há algumas semanas:

Mardoqueu apoia a taxa de assinatura de telefone

Achei que o deputado em questão jamais tomaria uma posição tão burra. Me assustei e lá fui eu ler a notícia.

Não precisei ir além do primeiro parágrafo:

O deputado estadual, pastor Mardoqueu Bodano (PL), defendeu o fim da cobrança da taxa de assinatura básica dos telefones fixos. Ele pretende mobilizar associações dos 75 municípios sergipanos para coleta de assinaturas. “Precisamos do maior numero possível para mostrar as empresas que a população quer a mudança na cobrança”, disse o parlamentar, acrescentando que a energia e a água são pagas de acordo com o consumo.

Devem ser os fichamentos de livros encontrados na internet, só pode.