Furtado e Mainardi

Jorge Furtado é o Amaral Neto do petismo. Faturou 700.000 reais para dirigir um comercial do Banco do Brasil sobre o tema da fraternidade. O comercial faz parte da campanha ufanista “O melhor do Brasil é o brasileiro”. Na ditadura militar, Amaral Neto exaltava o orgulho nacional mostrando a construção de hidrelétricas. Jorge Furtado, o maior propagandista do lulismo no meio cinematográfico, mostrou a construção de uma quadra de futebol na periferia de Porto Alegre. A quadra custou 120.000. Foi financiada pelo próprio Furtado, com o dinheiro pago pelo Banco do Brasil. Furtado elegeu a si mesmo como exemplo de fraternidade, portanto. E usou o dinheiro do Banco do Brasil com a desenvoltura de um deputado maranhense, que constrói quadras de futebol em seu curral eleitoral, com a verba do Fundef. Não todo o dinheiro, claro: se a quadra de futebol custou 120.000, e outros 130.000 foram gastos em impostos, sobraram 350.000 para Furtado. É assim que funciona a fraternal contabilidade petista.

Furtado já declarou que, em parte por motivos ideológicos, não aceita fazer publicidade em sua produtora de cinema. Exceto publicidade do PT. Ele é o mais requisitado marqueteiro petista do Rio Grande do Sul. Dirigiu as duas campanhas de Tarso Genro à prefeitura de Porto Alegre e as duas campanhas de Olívio Dutra ao governo do estado. Valeu a pena. O governo gaúcho, na administração Olívio Dutra, premiou seu filme O Homem que Copiava com 1,3 milhão de reais. E deu mais 1,1 milhão para seu sócio. Furtado está entre os maiores captadores de recursos públicos para o cinema do país. Leva dinheiro de todos os lados. Só nos últimos tempos, recebeu 250.000 da Petrobras, 380.000 da Ancine, 400.000 do BNDES, 370.000 do Ministério da Cultura, uma ajudinha camarada dos Correios, outra ajudinha camarada da velha prefeitura petista de Porto Alegre.

Não é só com o apoio de estatais que Furtado financia seus filmes. Meu Tio Matou um Cara, atualmente em cartaz, contou também com o patrocínio da Brahma. Furtado diz que não faz publicidade, mas o filme está repleto de merchandising de cerveja. Seus sólidos princípios ideológicos valem tanto quanto os de Lula. Como todo petista, Furtado protestou violentamente contra a privatização das empresas de telefonia. Agora, com a maior naturalidade, passa o pires na Brasil Telecom e na TIM. Quando o PT estava na oposição, Furtado acusava Fernando Henrique Cardoso de representar “décadas de concentração de renda e exclusão social, patrocinadas pela mesma elite que continua no poder: ACM, Sarney, Maluf, Delfim”. Os quatro antigos vilões foram alegremente absorvidos pelo fisiologismo petista, e Furtado deixou de se escandalizar com isso. Afinal, além de patrocinar a concentração de renda e a exclusão social, a tal elite também patrocina seus filmes.

A esquerda, durante a ditadura militar, deu a Amaral Neto o apelido de “Amoral Nato”. Furtado tem uma vantagem: se alguém quiser aplicar-lhe um apelido depreciativo, nem precisa estropiar seu sobrenome.

Diogo Mainardi

Quando li o texto acima no Intelligentsia, fiquei impressionado com a babaquice do Mainardi e a puerilidade dos seus argumentos. Se o tal curta-metragem for o que eu estou pensando — um longo comercial exibido aí pelo Natal –, é a melhor peça publicitária veiculada nos últimos tempos. Um comercial de fazer babar.

Aí eu vi uma peça ainda maior de babaquice, a cartinha do Jorge Furtado no Smart Shade of Blue.

22 thoughts on “Furtado e Mainardi

  1. Pois é… fiquei matutando e a verdade é que eu adoro os filmes do Furtado, os curtas, os programas de tv.

    Lamento que ele esteja tomando esta atitude, logo ele, tão capaz de responder melhor.

  2. Há muito tempo que parei de me impressionar com a babaquice do Mainardi. Agora só ignoro-o.

  3. O Departamento Jurídico da Veja comeu mosca? Essa crônica(muito fraquinha)dá uns processos mesmo.Bom para os advogados. Mas a resposta do Furtado é a pior possível. Mordeu o anzol.

    Li o livro do Mainardi (A tapas e pontapés). Quando ele parte para a esculhambação é muito engraçado. Mais engraçado ainda é ver os atacados dando pulos de raiva. Dizer que os envagélicos fizeram um bem ao país fechando teatros é muito divertido. Lembra a camiseta “Vá ao tatro. Mas não me chame”.

  4. Eu não acho que caberia qualquer processo contra o Mainardi, apesar de toda a babaquice de seus argumentos — no máximo um por “injúria”, que é o mais fraquinho de todos os crimes.

    Sim, ele insinuou que Furtado é ladrão e troca apoio político por dinheiro público. Mas insinuar não é afirmar, como provou a absolvição dos jornalistas da Folha que colocaram “Acerto de contas” como título de uma notinha onde diziam que Fernando Collor estava contratando sem licitação uma agência de publicidade que trabalhou em sua campanha.

    O que me impressionou é que o Mainardi vira um verdadeiro “stalker” do desafeto de ocasião. Ele compilou um monte de informações sobre o Jorge Furtado que eu não tinha o menor conhecimento. Sim, elas tinham sido publicadas por aí, mas nada que tivesse chamado a atenção de muita gente — as pessoas se importam com o essencial, o talento desse cara, que produziu o melhor filme em curta ou longa metragem de toda a história do país, que é o “Ilha das Flores”.

    O texto é completamente imbecil, como quase todos dele. Acho triste que gente inteligente como o Alexandre Cruz Almeida fique elogiando esse canalha…

  5. Que o Mainardi é um porre, tudo bem, mas que cineasta gosta das tetas do governo, não vamos negar. É um bando de bezerrinhos, direitos ou esquerdos. E o Furtado ainda quer calar o mundo! É pior que o Mainardi.

  6. A insistência do Mainardi em desancar tudo e todos ligados ao PT é, por vezes, exagerada. Mas como alguém disse acima, tem muita gente mamando nas tetas do governo Lula, exatamente como nos governos anteriores. Jorge Furtado se não tem nada a temer, deveria ignorar. Agora, vc reproduzindo a crônica do outro não corre o risco de ser processado não? Q meda!

  7. Bem, não há mesmo muita chance de sucesso em um processo penal, mas uma condenação cível é provável (até porque a justiça brasileira é muito conservadora). E acho que o objetivo do Mainardi era ofensa pessoal mesmo.

    Já quem reproduz a crônica, só se arrisca a ser processado pela Abril pela violação dos direitos autorais 🙂

  8. Vítor, isso que você defende (uma produção cinematográfica que ande com suas próprias pernas) não existe, a não ser em dois lugares: Estados Unidos e Índia (esta, a terra dos piores filmes do mundo).

    Na medida em que qualquer um prova que não é possível fazer cinema brasileiro sem apoio estatal, das duas uma: ou defendemos dogmas liberais e matamos o cinema brasileiro, ou pensamos de que forma o apoio do Estado pode ajudar a gerar um cinema em sintonia com o país em que é criado.

    Eu não vou clicar no link do FDR — não faço isso desde que percebi que ele briga com os fatos como um velho ranzinza –, mas tenho certeza que ele e os wunderbobos preferem a primeira alternativa.

  9. Tão ou mais patéticas do que o chilique do Jorge Afanado são as mensagens postas na blogosfera em sua defesa. Uma delas inclusive acha que brandir o tal do “Ilha da Flores”, que seria, na opinião do mensageiro, o melhor filme brasileiro de todos os tempos (OHHHHHHHHHHHHHHH!), serve para desmontar toda a argumentação do artigo do Mainardi. Marquito Persona, se obra de arte de qualidade (que não sei se é o caso, pois a única película do Jorge Surrupiado que vi foi “O Homem-Cheróquis”, por sinal bem fraquinha…) tornasse seus autores moralmente superiores não existiriam os Pablos Picassos da vida, verdadeiros dublês de grandes artistas e canalhas. Engraçado é que a defesa do cineasta resume-se a atacar o autor do artigo ou falar da obra do cineasta. Nenhuma palavrinha, umazinha só, a respeito dos fatos ali descritos. Porra, o Jorginho mama sim nas tetas da viúva enquanto posa de cineasta independentchi, desce o cacete em publicidade e vive fazendo propaganda do petê, diz que não faz “merxan” e no filme dele vive aperecendo a cerveja do Seca Pacotinho e,por último e mais grave, suurupiou um prêmio governamental (claro!) destinado ao incentivo de novos roteiristas quando se sabe que é macaco velho no ramo…E ainda chamam o Mainardi de canalha da estória. Ei, Furtado, vá tomar no c….

  10. Marcos Pessoa, seu post é nota 10 ! De fato, chega a ser engraçada a tentativa das pessoas de defender o Jorge Mutretado. Nem os filmes desta figura são defensáveis – são chatérrimos, e só mesmos os companheiros com alto grau de firmeza ideológica são capazes de se obrigar a gostar das porcarias que esse cara dirige. Mas sejamos honestos: o Jorge Comprado não é o único cineasta e “companheiro de luta” a mamar nas tetas do Estado petista. O Primeiro companheiro está estendendo a bocada a quase toda a (ex)esquerda…

  11. Acabo de comprar o livro do Diogo Mainardi. Sou fâ mesmo de “Ilha das Flores”, mas sinceramente não consigo me aborrecer com as crônicas do Mainardi. O exagero de suas crônicas é como uma lente de aumento para muita coisa que, como disseram acima, passa despercebida. Estou me tornando fâ do Mainardi também´, mesmo que não concorde sempre com ele. É saudável ter alguém que não segue o coro dos contentes.

  12. Ao ler o Mainardi, não importa saber quem é o alvo da vez. Ou que tipo de argumento é dado pelo colunista para chegar a uma conclusão. Importa perceber, antes, que o que ele escreve está inscrito numa coerência. Que coerência? Basta ler um único livro, “As viagens de Gulliver”. Não importa que seja o Furtado ou, como nesta semana, Jabor& Cia; importa, basicamente, não lê-lo pela via direta, formal, objetiva. Aplique-lhe uma leitura da leitura, onde cada elemento do texto dele está lá porque tem que estar. Mais precisamente, a cada semana, ao ler o Mainardi, tente (como eu tento) perceber por que ele escreve, por que ele continua a escrever. Se fosse apenas repetição e tagarelice, ele sequer estaria sendo debatido aqui.
    Eu não gosto do Diogo Mainardi.

  13. Já foi citada a babaquice do texto do Mainardi. Eu endosso.
    No último parágrafo ele DERRAPA DEFINITIVAMENTE, o apelido AMORAL NATO é anterior aos governos militares!!!!!!!
    Tem gente que só bate em “cachorro morto” (por favor é um dito popular).
    Paulo

  14. Um sujeito que diz que odeia o Brasil com toda a certeza vai defender ideais totalmente ao inverso dos sujeitos que amam o Brasil, quem não gosta vende e o papel que esse tal de Diogo Mainardi faz é de entreguista, os que defendem esse Mainardi são aqueles doentes que fazem uma oposição pérfida a Lula, PT e todas as esquerdas do mundo. É muito deboche e muita cara de pau desses entreguistas da GNT e da editora abril dizer que Diogo Mainardi, um homem que viveu a vida toda fora do Brasil feito um YUPY e com nacionalidade Italiana gosta do Brasil. Diogo luta com unhas e dentes para fazer do Brasil uma grande colônia dos EUA. O PAPAI do Diogo Mainardi é o maior publicitário do Brasil totalmente influente nas organizações Globo. Diogo Mainardi tentou ser escritor e fracassou, tentou ser cineasta e fracassou mas graças a influência do seu PAPAI Diogo Mainardi brinca de ser jornalista nos meios de comunicação que seu Pai tem forte influência, por isso ele não tem ética alguma, mente descaradamente deixando os Manhatans sem saber aonde enfiam a cara e diz barbaridades pró EUA e Pró Israel,e quem vai demitir Diogo Mainardi filho do HOMEM? A GNT tenta a todo custo promover o incompetente do Diogo Mainardi, deixando de lado milhares de jornalistas FORMADOS que mereciam uma chance, para dar lugar a um egocêntrico, prepotente, mentiroso, mau caráter, entreguista, parcial e tendencioso(DM). A GNT poderia responder quais são os prêmios e as condecorações que Diogo Mainardi já recebeu? Diogo Mainardi nunca recebeu prêmio de nada nem condecoração por nada ele é apenas mais um do NEPOTISMO no Brasil. Diogo Mainardi quer afundar o Brasil para derrubar o Lula, quem gosta do Brasil não compactua contra para derrubar Ciclano ou Fulano só porque Ciclano e Fulano são de Esquerda ou Direita, quem gosta do Brasil procura axiliar quem esta no governo para este fazer um belo trabalho para nossa nação, não interessando quem esteja no comando. Estão tentando promover esse Diogo Mainardi a todo custo, e é bom que todos saibam quem é Diogo Mainardi, Diogo Mainardi disse em rede mundial que qualquer empresário extrangeiro que pense em investir no Brasil é um otário, disse que a única saida para o Brasil era o aeroporto, disse que a Embratur deveria parar de fazer propaganda enganoza sobre o Brasil, que o Brasil não tinha nada de bom para se fazer a não ser o turismo sexual, Diogo Mainardi e seus seguidores criaram um lema ideológico: aquele que ousar gostar do Brasil, falar bem desta terra ou enaltecer suas qualidades é enquadrado como ufanista, facista, getulista, comunista burro, lunático, Ptista, terrorista e assim vai… Diogo também disse que o brasileiro não tem higiêne, disse também “Não faço a mínima questão de conhecer aquela porcaria daquele estadinho”(Maravilhoso Mato Grosso), também disse que o ano do Brasil na França é uma idiotice e o Brasil e tudo que é produzido nele devia ficar escondido pra não despertar mais vergonha”. Eu não gosto do Lula, mas aturar um anti Brasil ridicularizar o meu povo e a minha pátria não é do meu feitio, deve ser do feitio desse povo de personaliddade duvidosa que tenta promover um anti Brasil racista, preconceituoso e xenófobo do povo brasileiro.

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