Encontro a moça num elevador.
Bom dia, os olhos para baixo como é praxe em elevadores, aquele o que é que eu faço com as mãos, e então a voz da moça na frente: Como está sicrana? Eu me surpreendo, como ela sabe?, faz tanto tempo, e então ela diz, Eu sou fulana, morei perto de você em tal lugar, Ah, sim, claro, Fulana, agora lembrei, como você vai?, vinte e tantos depois eu não lembraria de você nem mesmo se o tempo lhe tivesse sido mais generoso, mas sei que vou lembrar em minutos, então não estou mentindo, estou apenas me antecipando a mim mesmo, pronto, lembrei.
Tchau, legal te ver, entro no carro pensando que o Gama é que é um sábio e é quem tem razão, o tempo é um fazedor de monstros, e essa moça há vinte e tantos anos era tão gostosinha, o que aconteceu com você, moça?, como o tempo lhe foi ingrato.
E é só então que a ficha cai.
Nesse exato momento, ela deve estar pensando a mesma coisa, e com ainda mais razão.
Rafeal:
Fica traquilo, talvez a vinte e tantos anos você não fosse uma gostosinha, então…
o tempo é complicado, dependendo de quanto avançamos em nossa idade.
há 10, 15 anos atrás, nenhuma menina ou mulher dava um puto por mim. hoje em dia a situação não mudou muito, mas os sorrisos espontâneos estão mais frequentes.
ah, acho que vc ainda está GOSTOSINHA.
;>)
Haha, muito bom! Minha avó já dizia que “o tempo não poupa nem os belos”.
gostosinha então? hm………..
pra quem como eu nunca foi gostosinha, minha esperança é estar cada vez mais inteligente 🙂