Meu cachorro é um cão equilibrado, tranquilo. Nunca fez mal a ninguém além dos pés de minhas cadeiras, minha edição de “O Gene Egoísta” e umas galinhas incautas que chegaram perto demais, nunca precisou. Meu pastor alemão é um poodle.
Eu sei que ele se identifica com um poodle. Um poodle melhorado, porque não é nervoso, não fica chorando quando saio, não tem medo de fogos de artifício, nem medo de outros cachorros, mas ainda assim um poodle.
É isso que vou responder quando as pessoas perguntarem se tenho cachorro. Tenho, sim, tenho um poodle. E na rua, quando os poucos que se atrevem a chegar perto de mim perguntarem “é um capa preta?”, eu vou dizer que não, é um poodle.
E se você alguma vez criticou a J. K. Rowling, vai me dar razão e vai dizer: sim, é um belo poodle, Deus benza.
E a minha cachorra, ah, essa é uma pinscher.
Não digo que não, mas o melhor (melhor nem sempre quer dizer bom) análogo humano das raças caninas são os grupos étnicos, não os gêneros.
Eu acho que não. Seria no aspecto físico, porque é fácil ver a diferença entre um negão do Zimbabwe e um branquelo da Noruega, assim como entre um poodle toy e um mastim napolitano. Mas aparência é (ou era, originalmente) secundária em se tratando de cães: as raças foram desenvolvidas em função do trabalho que devem fazer. Eu não vejo diferenças de comportamento entre grupos étnicos que não sejam definidas pelo ambiente. Mas vejo entre sexos, muitos quais condicionados originalmente pela biologia.
Por isso gostei da biografia não autorizada do Frank Sinatra escrita pela Kitty Kelley. E ela ainda deu una amaciada.
O legal sao os podres também. Até aquela dos guarda-costas do Elvis é divertida.