Auto-psicografia

Há alguns artistas que, se eu tivesse chance de encontrar pessoalmente, não hesitaria em encher-lhes a cara de porrada.

Godard, Pollock, Picasso estão na lista. Pollock e Picasso porque sua genialidade (eu não engulo Pollock, mas reconheço o talento do sujeito) estabeleceu um padrão para os simples mortais impossível de ser seguido, ao mesmo tempo que irresistível, que resultou numa coleção de absurdos artísticos pela qual até hoje pagamos a conta. E Godard… Bem, não sei direito como aquele chato pôde influenciar tanta gente. Mas influenciou, e por isso um dia ainda lhe acerto as fuças.

Mas nenhum deles me deve tanto quanto Fernando Pessoa.

Aquele sujeito acabou com a poesia em língua portuguesa, porque milhares de pessoas que não tinham sequer a sombra do seu gênio acharam que poderiam seguir seu exemplo. Confundindo poesia com divã de analista, encheram o saco de milhares de leitores desavisados. “Não sou nada, nunca serei nada, não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todo os sonhos do mundo”. Os responsáveis pela minha raiva são aqueles idiotas que não entenderam esse recado, ou entenderam bem demais. Talvez não seja culpa de Pessoa; mas que ele é o responsável, é. Nos tempos da métrica o sujeito pelo menos fazia um esforço para se adequar. Hoje, nem isso.

Tudo culpa daquele esquizofrênico filho da puta.

3 thoughts on “Auto-psicografia

  1. Rafa, Será que no mundo de hoje ainda há jeito de aparecer algum gênio? Não estou fazendo uma reflexão ou um comentário com formato de pergunta, não. Estou é perguntando mesmo. Um beijo.

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