Ontem um evento desagradável com a Mônica sobre Cauby Peixoto.
A Mônica é autora de um dos meus blogs preferidos, é inteligente como poucas pessoas. Escrevendo, ela vai a lugares onde nunca ponho os pés.
Ela só tem um problema: por alguma dessas loucuras em que as pessoas às vezes condescendem, prefere Chico Buarque cantando “Bastidores” a Cauby Peixoto. Diz a mulher que Cauby estraga a canção com seu exagero.
Ah, Mônica… Mas é justamente isso que faz da interpretação de Cauby algo primoroso e único…
Preste atenção à letra. Ela é desbragadamente viada, escancarada, é música que só poderia ser interpretada por Cauby. É para ser over, mesmo. Over como o bolerão de puteiro que é. De que outro jeito se pode transmitir a idéia de que “tomei um calmante, um excitante, um bocado de gim”, porque está tão atordoado e magoado que procura soluções disparatadas e imediatas que nunca aparecerão? Fale a verdade: você consegue imaginar Chico Buarque se despedaçando porque uma mulher o abandonou? Ah, não. Nunca. Ele simplesmente beberia outra dose — de uísque, não de gim.
“Bastidores” mostra um cantor se dilacerando no palco, rasgando sua alma porque foi abandonado; é alguém que jamais terá vergonha de mostrar suas emoções, mas que as sublima cantando.
Ninguém mais poderia cantar essa música, Mônica. Ninguém além de Cauby, kitsch, brega, desavergonhado. Porque só Cauby consegue encontrar consolo nos bêbados febris se rasgando por ele.
A sensibilidade da Mônica é muito refinada para que ela perceba a verdade que há na breguice desvairada de Cauby.
Minha sensibilidade não é nada refinada. Já cometi meus exageros também. Só não consigo imaginar o Cauby cantando “Bastidores” porque, sempre que ouço a canção, imagino a mim, euzinha mesma, me descabelando, bebendo, sofrendo, cantando… Acho que tenho talento para dor de cotovelo. Você está certíssimo no que disse, Rafa. Mas eu também. Na subjetividade da qual nem sempre consigo escapar, me vejo na alma da figura que leva o fora. Infelizmente o “refinada” que você atribuiu a mim na verdade pode ser substituído por “tímida”, “travada”. Quem me dera ter momentos de Cauby Peixoto. 😉 E obrigada pelos comentários positivos, que, vindos de uma das pessoas mais “plus” que já conheci, têm um peso enorme.
Ah, só pra constar. Sabe quem é uma de minhas “‘ídalas”? Elke Maravilha. Devo ser, no fundo, uma Elke Maravilha com visual de Heloísa Helena. E atitude de noviça de convento (pelo menos quando em público). Se pudesse, largava as duas segundas e ficava 100% Elke. Peço que me mandem, com urgência, plumas e paetês! Salvem minha essência ELKE!!!
Gente, esqueci de comentar uma coisa: o Rafael falou algo sobre a música que eu não tinha pensado. De modo irracional, discordei. Mas, no fundo, sentia que ele estava certo. E matutei, enquanto tentava dormir. E, por causa dessa conversa, descobri uma coisa sobre mim, conforme falei nos comentários iniciais. Mas não pense que vou pagar pela sessão de psicanálise não… Você tem carteirinha do Círculo Psicanalítico? Então não pago! Só agradeço pela conversa.
Esse “macaca de auditório” foi dirigido a mim, ousado rapaz? Que desaforo!!! Você acha que faço parte do time das frescalóides que ficam suspirando pelos olhos (não sei se verdes ou azuis) de nosso famoso Chiquinho??? Nada disso!!! Macaca de auditório é seu nariz!!!
Não, Mônica. Macacas de auditório eram as fãs do Cauby. Nesse caso, era mais fácil eu ser o macaco de auditório. Ou um dos bêbados se rasgando por ele. 😉
vamos parar as duas de brigar! a melhor versão da música ainda será gravada. quem vai cantar é a ROGÉRIA. e, talvez, o marlon brando…
Nao sei o que dizer frente a tanta rasgação de seda. Assim resolvi me meter pra dizer que ambos são brilhantes , e que o blog dos dois é dos melhores que ja visitei. Quanto às “bichas’ em questão Cauby ganha disparado, particularmente não suporto o olhar frio de Chico Buarque.
Eu vou dar uma porrada no Bia. ;)))))))
Eu vou dar uma porrada em todo mundo porque acordei de TPM!!!
Ah, Moicana… O Chico Buarque, depois de compor tanta coisa linda ainda tem que ter olhar desse ou daquele jeito? Deixa ele… Aquilo não é olhar frio. É olhar de quem tá olhando pra dentro (ó eu puxando saco e sendo piegas até a raiz do cabelo). Bom… Obrigada pelo elogio. Mas vem cá: vale a pena rasgar seda pra cima do Rafa. Ele prometeu 50 reais para cada elogio recebido. Aproveita, menina… 😉
Cauby é único em sua viadagem… A Monica…por ser mulher…Equivocou-se! Homem que é homem sabe o qto Cauby é “tricha”!!
Paulo, Não me equivoquei não. Leia meus comentários e entenderá. E se quer saber, mulher tem faro pra bichas (escandalosas pelo menos). Tudo bem que às vezes cismamos de gostar de gays disfarçados. Mas no estilo do Cauby, não tem como…
Fala Rafa! A visita, dessa vez registrada, é para retribuir a cortesia! Um grande abraço e parabéns pelos posts sempre com seu ponto de vista singular. Inté!
sei lá …
acho é que ele se encheria de vinho
não sei ..
qual é o assunto mesmo?
Não há comparação possível e imaginária: nem Yves Montand faria melhor que Cauby em “Bastidores”. Nem o pai de Chico, o professor Sérgio. O resto é preconceito. Por que não falam de Milton, Caetano e Gil com a bichice expressa?