Da Wired: um sujeito fez um longa-metragem em seu iMac por exatos 218.32 dólares. O filme foi exibido no Sundance Festival.
À parte o exagero (o custo real do filme é muito maior; alguém teve que comprar a câmera, pagar a revelação, pagar a iluminação, etc.), o filme levanta duas questões interessantes, apontadas pelo TechDirt.
A primeira é a de que cada vez mais filmes com esse tipo de custo de produção vão aparecer. O que quer dizer uma fragmentação cada vez maior da mídia, com filmes direcionados a nichos específicos e pequenos.
A outra é: vai ser cada vez mais difícil distinguir entre o bom e o imprestável.
Eu, por exemplo, me empolguei com a perspectiva. E estou me preparando para escrever e dirigir o meu primeiro longa, em S-VHS. Vai se chamar “A Estranha Tentação de Willames Roberval”, um filme misturando filosofia, zen-budismo, uma visão foucaultiana do sexo, Kierkegaard, Marx, Freud, Heidegger, axé music, forró e Odair José. Vai ser um épico comparável a “Intolerância”, de Grifitth, e vai ter sucesso onde o Cinema Novo falhou, ao fazer uma releitura literária da trajetória brasileira.
“A Estranha Tentação de Willames Roberval” será a grande narrativa da epopéia brasileira, e colocará o meu nome no panteão dos grandes cineastas. Só falta um ator para fazer o papel do namorado do jumento.
É verdade, pois esse tipo de filme tende a despertar elogios e euforia na crítica e público por causa de “ousadia” e “originalidade”, sendo que as pessoas não percebem que nem tudo que é ousado e original tende a ser bom. Veja o caso do filme “Bruxa de Blair”, que muita gente elogiou a originalidade e o “relativo baixo custo”, e os comentários a respeito da história do filme ficaram largados em segundo plano, e outras vezes nem foram feitos. Não foi um exemplo perfeito, já que eu gostei do filme, mas acho que deu pra ilustrar o que quis dizer. Abraços.
Kakakakakaka! Me desculpe, Raf, mas eu não vou assistir esse filme. hehehehe