Skindô ou a morte da democracia

Eu não agüento mais ouvir os deslumbrados (adequadamente pagos para isso, é bem verdade) dizerem que o carnaval da Bahia é democrático.

O carnaval baiano não é democrático desde que o primeiro bloco estendeu uma corda separando seus foliões da massa ignara, estabelecendo uma hierarquia e roubando do povo sua invenção. E hoje, com a ditadura dos trios, esse mesmo povo é obrigado a pagar para pular — ou então se espremer no espaço que resta, se tornando causa e efeito da violência.

Aos poucos, o que resta do carnaval de rua do Rio — justamente o que sempre foi considerado o mais elitista — vai se tornando mais “democrático” que o baiano.

E, para quem gosta dessa festa, sempre resta o carnaval de Olinda.

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