Da fidalguia atávica dos nordestinos

Cheguei no boteco e pedi uma coca-cola. A mulher demorou para me atender, demorou para pegar a coca, e veio com ela andando sem pressa, sem nenhuma pressa. Sua expressão não prenunciava alguma vontade de se fazer minha amiga.

Pensando na diferença de atendimento entre Aracaju e o Rio, tomei minha coca e saí.

No meio do caminho percebi que tinha esquecido alguns papéis no boteco. Voltei.

E então ela me atendeu com um sorriso, me entregou os papéis e disse algo gentil e simpático.

Agora ela estava me fazendo um favor.

5 thoughts on “Da fidalguia atávica dos nordestinos

  1. Tenho uma relação muito peculiar com garçons, sou fiel a eles. Já deixei de frequentar muitos lugares porque não fui com a cara dos garçons e, por outro lado, já mudei de bar pra acompanhar amigos garçons que mudaram de emprego. Tem coisa pra mim que é sagrada e uma delas é ser atendido com um sorriso no rosto e papo agradável.

  2. Vez ou outra eu como em um boteco perto do “sirviço” ,onde peço o almoço executivo, com batatas cozidas no lugar de fritas. Só ganho as batatas cozidas se falar umas três vezes em voz alta e clara para o garçom que não quero as fritas. Ele também finge esquecer de trazer a farofa, que está inclusa na descrição do prato.
    Apesar disso, o garçom sempre aparenta bom humor ao servir.

  3. Caro D’Alembert,

    Permita-me expressar meus sentimentos e solidariedade, nenhum homem deveria ser obrigado a escolher entre batatas fritas ou cozidas de almoço executivo. Caminhamos para a barbárie, eu sei e lamento.

    Abraço,
    Roger

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