E o lindo pendão da esperança foi escolhido a mais feia bandeira de um país independente.
Deixando de lado eventuais comentários sobre o que faria o presidente caso o sujeito fosse correspondente no Brasil de algum jornal como o Washington Post, a verdade é que eu estou longe de concordar com isso.
A bandeira brasileira está longe da simplicidade estonteante de uma japonesa (a nova, anti-imperialista; a de antes da II Guerra era horrorosa), e das belezas vermelhas que são a da Suíça e da China. Mas por favor, não dá para comparar com aquela coisa bizarra que é a da Guiana, ou mesmo com a a profusão absurda de listras que estão em 9 de cada 10 bandeiras mundo afora. A da Bielorrússia parece um tapete; a do Butão parece bandeirola de desfile coreano na Liberdade (existe isso?). A do Camboja é simplesmente uma assinatura de órgão oficial do turismo em um anúncio mal-feito.
Além disso, a simetria da bandeira (sem contar as estrelas e os dizeres positivistas) permite brincadeiras excelentes o ponto de vista gráfico. Basta olhar para as logomarcas do BNDES ou do Fome Zero.
O mais interessante em tudo isso é que a história da bandeira é mais interessante do que parece. Na escola aprendi que o verde representava as matas que os grileiros estão derrubando, e o amarelo o ouro que os portugueses levaram. Na verdade, o modelo original da bandeira imperial, desenhada por Debret e que inspirou a republicana, verde com o losango amarelo, foi inspirado no estandarte de Napoleão. E as duas cores não tinham nada a ver com a terra do “em se plantando tudo dá”: eram as cores dos Habsburgo e dos Braganças, as dinastias que nos deram D. Pedro I.
Quer símbolo maior do Brasil do que essa bandeira com suas histórias tão diferentes?