A impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice

O nome dela era Vanderlice, tenho quase certeza. Era uma catarinense loura, olhos talvez azuis, seios balouçantes livres de importuno sutiã, uma impressionantemente volumosa bunda redonda sempre em shorts folgados e minúsculos, tão ciente era a moça de suas graças. Corria o verão de 1988 e estávamos em Petrópolis, no congresso nacional da União da Juventude Socialista, ao qual cheguei inconsciente por excesso de sangue na corrente alcoólica. Sem dinheiro, enfadado por todo aquele blá-blá-blá, eu e dois amigos fundamos uma dissidência política: a UJA, União da Juventude Aloprada, instrumento popular revolucionário que se dedicava a ser o mais demente possível enquanto era expulsa de boates que não podia pagar. Petrópolis era uma cidade tão enfadonha. Para não dizer que estávamos totalmente à parte do processo político, assistimos a uma palestra sobre sexo (claro que porque a impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice estava lá, tentando acomodar sua exuberância calipígia em medíocre e falta cadeira). Um de meus amigos, comovido pela impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice, fazia insistentes perguntas sobre sexo anal, enquanto todos nós contemplávamos ostensivamente o óbvio motivo de suas singelas dúvidas. Infelizmente, na noite daquele sábado, a impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice agraciou outro sujeito, um paulista que não me parecia capaz de apreciar devidamente o maná caído em suas mãos. Mas na plenária final, no último dia, sentado a sudeste da impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice enquanto tentava convencê-la — sem sucesso e com excesso de tato, lamento admitir — de que prazeres inauditos e celestiais a aguardavam naquele paraibinha com cara de bobo, eu tive a minha redenção: ao apoiar firmemente no chão suas mãos e seus joelhos para se levantar em uma votação, a impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice se revelou em toda a sua glória e exuberância diante de mim, a um ínfimo palmo destes pobres olhos que por fim encontravam sua razão de ser. E é por isso, por esse único momento fugaz e tão desgraçadamente transitório, que jamais me será possível esquecer a impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice. Boas lembranças e diamantes são para sempre.

8 thoughts on “A impressionantemente volumosa bunda redonda de Vanderlice

  1. Calipígia… Fiquei de ontem até hoje imaginando coisas do arco da velha que pudessem significar “calipígia”. Afinal, uma imaginação anárquica (pelo menos a imaginação ÀS VEZES tem esse direito). Pensei cada coisa… Mas hoje vi no Aurélio que “calipígia” significa: “que tem belas nádegas”. Que balde de água gelada! Essa palavra prometia tanto…

  2. Rafa, Adorei !!!! Mto bom mesmo. Mas eu quero dizer mesmo, q estou morrendooooooo de saudades ! beijocas

  3. voces não tem vergonha na cara de fica falando de sexo, vam buscar Jesus para Ele mudar a sua vida
    Igreja Universal do Reino de Deus esse e o endereço da felicidade.

  4. e por isso que vou a igreja toda semana
    de sexta a domingo para ser mais preciso
    se alguem quiser visitar minha igreja e so pedir.
    e para quem esta curioso o nome da igreja eu vou dizer.
    Igreja universal do reino da formiga de fogo.
    esse sim e o endereço da felicidade, concerteza.

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