Paulo, a questão aqui não é exatamente o trabalho da polícia: é a atitude da igreja em acobertar o crime e criar condições propícias para a ação de pedófilos que por acaso usam batina.
A Igreja Católica é admirável, no que tem de inteligente e maquiavélica. Ela sabe muito bem que apenas está expondo o padre a novas tentações, a novos garotinhos que não sabem quem é ele. Pode-se acusar a igreja de tudo, menos de burra ou incompetente. Sua atitude não é impensada. Ela prefere continuar acobertando aquilo que chama de pecado a arriscar um escândalo público, provavelmente herança de tempos melhores em que mandava no mundo.
Ao fazer isso, ela está cometendo um crime pior, o da omissão. Talvez tente se justificar alegando a si própria que está dando a outra face — o que é fácil quando a face é dos outros, das crianças que fatalmente serão abusadas pelo novo padre da paróquia. Há um elemento engraçado em tudo isso: os mesmos religiosos de direita que pedem as punições mais graves para criminosos comuns, o que inclui até castração, assumem uma postura totalmente diferente quando o pedófilo usa batina.
Dizer também que o problema está na mídia é brincadeira. Para começar, não é a imprensa que abusa de crianças; mas mesmo esse ainda não é o problema central. O problema, mesmo, é a atitude da Igreja em não punir os padres, em fingir que nada aconteceu. Quando ela faz isso, está sendo conivente. Não é culpa da imprensa se há padres pedófilos, muito menos se a Igreja se esforça em escondê-los de maneira porca.
Resumindo, a questão aqui é a instituição chamada Igreja que age de forma canalha. Não são os padres. O problema deles é psicológico; o da Igreja é ético e legal. O problema da Igreja não se resolve num divã.
Confesso que não fui muito bem nas minhas aulas de catecismo, e que nunca freqüentei a igreja. Nem mesmo para correr atrás das meninas, porque eu não gosto de meninas boazinhas, eu gosto é das más. Mas acho que isso que a Igreja vem fazendo está errado. E acho que ela devia correr para o confessionário mais próximo, persignar-se e começar dizendo: “Padre, eu pequei”.
Não discordo de sua explanação.
Mas tenho certeza que em muitos casos,o Padre não é apenas transferido para outra paróquia.
Assim como militares ficam afastados de suas funções,os “Religiosos Infratores” tbém deveriam(e devem) ser.
Sua explicação tende à superficialidade. Sabe, talvez devêssemos provar os casos de abuso antes de condenar e afastar. infelizmente, você coloca o erro na Igreja, quando o erro é humano. Nada tem a ver com a doutrina, pois o ato do padre infrator deve ser julgado e punido, mas, é claro, sempre com provas. Se não houverem provas, corremos o risco de cometer injustiças. Na maioria dos casos, as brasileiras estupradas ou enganadas deveriam é ser informadas que uma batina não diminui nem um pouco a libido. Não é fórmula mágica. Por isso, tanto homens quanto mulheres devem ser cautelosos com todo tipo de pessoa. Padre ou leigo, católico ou espírita, negro ou branco. Mas que a Igreja tenta evitar escândalos, ah isso com certeza.
É prezar por sua imagem moral; assim, apesar da doutina não coadunar com acobertamento de erros, muitos padres cometem este erro, e quem fica como errada é a Igreja Católica.
Que pena.
Se continuarmos assim, criaremos cada vez mais mitos que se afastam da realidade. Como a mídia faz.