Há alguns anos, criei uma empresa virtual chamada GhostLovers, Inc.
Sua missão empresarial era possibilitar àqueles que a Providência não dotou de boa capacidade de expressão encontrar a sua cara-metade na internet; poderíamos também desempenhar a nefanda função de encerrar, em seu lugar, um namoro — ou relacionamento, como dizem esses modernos.
Seríamos algo como Cyranos de Bergerac cibernéticos, à disposição, caros Christians, para a conquista de vossas Roxanes ou, simplesmente, para um bom pé na bunda, com ou sem estilo, maldade ou piedade.
Cheguei a oferecer uma amostra grátis dos nossos serviços, mostrando o que fazer quando a ninfeta com quem você está saindo resolve lhe abandonar.
Era uma empresa promissora, mas sou forçado a admitir que virtual demais. Nunca foi a lugar nenhum. Talvez porque eu seja um sujeito de idéias modestas, não de grandes empreendimentos; talvez porque se a idéia de ajudar pessoas com problemas com o vernáculo me parecia muito boa, por outro lado a perspectiva de encarar uma mulher aos prantos feria um restinho de princípios éticos que ainda tenho. A GhostLovers, Inc ficou por aí, uma idéia esquecida em algum lugar.
Mas uma boa idéia não fica no limbo por muito tempo. Um chinês chamado Che acreditou numa premissa semelhante. E montou uma agência de término de namoros.
Ao Che, os meus votos de boa sorte. Sem despeito, sem inveja, sem tristeza. Porque não posso evitar notar que a sua empresa destina-se apenas a matar o amor, não a criá-lo ou fazê-lo crescer, ninando-o com juízo. Lá no fundo deste velho coração, fica a impressão de que falta algo na empresa do Che. Ele diz que pode “passar as informações de forma clara”, quando não era isso de que a GhostLover’s tratava; para nós, o que valia era o jogo jogado com a cabeça fria, com a certeza de que estaríamos aproximando duas pessoas que talvez viessem a se amar para sempre.
No fim das contas, o Che só destrói, não constrói. E este velho blogueiro ainda acredita no amor.
Que o Che fique rico destruindo os sonhos de alguém.
rapaiz, fazia tempo que eu não achava um blog que não fosse desesperdor de tão ruim: nem o meu salva.
gostei das suas postagens, dos temas escolhidos, da forma que voce colocou. casou tudo muito bem.
parabens por ter aprendido a escrever tão bem (talento restrito)
espero que possamos entrar em contato, e conversar sobre alguma coisa que valha a pena gastar o dedo (ou a saliva – o que é muito mais divertido)
beijos
lyz
“Agência de término de namoro…”
As pessoas estão ficando cada vez mais ridículas.
Fico pensando se fosse comigo. Acho que eu “matava” o infeliz que contratasse alguém para terminar nosso relacionamento.
Eu acredito que quando duas pessoas não estão dando certo juntas, tem que terminar mesmo, mas não dessa forma.
O lado que quer o fim tem que ter pelo menos respeito: pelo sentimentos da outra pessoa; pelo tempo que ela se dedicou e perdeu; pelas coisas que ela abriu mão pelo relacionamento; por tudo e por todos.
Por mais insuportável e maldosa que uma pessoa seja, acho que ela não merece um “negócio” desses.
Ding dong!
Abro a porta e vejo a minha frente um chinês baixinho e magro com uma jaqueta de motoboy e um boné com os dizeres “The dream is over agência de desnamoro” e segurando uma caixa de papelão vazia.
Antes de eu falar qualquer coisa, ele pergunta: – Bom dia, o sr. é o Afonso?
– Sou, é alguma entrega pra mim?
– Hum.. não exatamente. Você é o noivo da Vivian, certo?
– sou, mas o que…
– Bem, não é mais.
– Heim?
– Desculpe, mas eu vim aqui lhe dizer que a Vivian não deseja mais te ver, e pediu que não a procure. Será melhor assim.
– Quem é você, afinal?
“Será que ainda estou dormindo?” eu penso, confuso com essa conversa logo no inicio da manhã.
– Meu nome é Che…
– Ela me trocou por uma miniatura da Jackie Chan, é isso? Interrompo antes que ele termine a frase.
– Rsrs, não, não. Eu não sou o novo namorado dela. Sou apenas da empresa que ela contratou para terminar com você.
– Heim? Empresa pra terminar comigo? Que porra é essa?
– Será que eu posso entrar? não é legal eu terminar com você assim, em pé na porta. Seria muito insensível.
Já na sala, pergunto se ele aceita uma água ou um café. Ele aceita um pouco de água e pede para eu me sentar.
– Bem, Afonso. É isso. As coisas não estavam indo muito bem entre vocês e a Vivian nos contratou para terminar com você, de forma rapida e indolor.
– “Mas não é possível, isso só pode ser uma brincadeira!” Eu digo indignado, sem acreditar que fosse verdade.
Que coisa estranha, contratar uma empresa para terminar um relacionamento. Que espécie de pessoa horrível faria uma coisa dessas?
– Posso assegurar que não é nenhuma brincadeira, tome aqui o meu cartão. A nossa empresa é especializada em terminar relacionamentos, e agimos de forma profissional e eficiente, de forma a minimizar os traumas para ambas as partes.
– Minimizar como? Estou aqui sentado diante de um completo estranho, que está terminando um noivado de 2 anos!
– Um ano e meio, na verdade.
– Como?
– Seu noivado durou um ano e meio, e não dois anos. Diz o chinês.
Meu Deus! como ele sabe disso? será que ele contou tudo para ele sobre o nosso relacionamento? será que ele sabe que eu… Uma expressão de espanto toma o meu rosto quando vejo que ele me olha com um sorrisinho sarcástico nos lábios…
Mr. Rafael:
Nossa, precisa de curso é? Eita povo incompetente…
Eu achei que todo mundo sabia dar ou levar pé na bunda.
E não acredito nesses amores que começam pela net.
Beijoca!
Olha Samireco, foi bem assim mesmo que eu imaginei a cena do tal acontecimento. Parece até piada. Coisa de gente insensivel, que não vale um centavo.
Bjus
Fugindo radicalmente do assunto. Ganhei um pacote de Gitanes de presente de aniversário, se pagar o frete te mando um maço.
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eu tenho frases prontas para terminar um namoro.várias. posso prestar consultoria para o china