E aí vem alguém e tenta me explicar que uma bandinha nova com uns meninos remelentos enchendo o rabo de dinheiro mas fingindo desespero é a nova sensação do rock? Rock eu aprendi ouvindo Beatles e Stones (até o Exile, pelo menos) e Who e Chuck Berry.
Uns anos atrás o Bia veio babando por um tal de Vic Chesnutt, e aí eu fui ouvir e peraí, e botei o Bringing it All Back Home ou o Blonde on Blonde para tocar, e o fanho continuou me parecendo mais forte e mais moderno que o entrevadinho agora defunto.
Olha como tal bandinha é pesada. Ah, cumpadi, vai ouvir os primeiros do Led Zeppelin. Ou os primeiros do Black Sabbath. Em um tempo em que as pessoas elogiam o Aerosmith, isso deve soar como heresia.
E num tempo em que chamam aquela música horrorosa que toca nas Jovem Pans da vida de rhythm ‘n’ blues, me pergunto o que é que eu faço com Otis Redding. E ainda não sei por que ouvir Camera Obscura se tenho tanta coisa das Supremes na cabeça ainda. Como não sei por que ouvir Vanessa da Matta se a Gal dos anos 70 era tão brilhante.
O fato é que nada, nada mais chama a minha atenção. Nada do que eu ouça deixa de parecer derivado, repetido, requentado. Vivo em uma época em que a música pode até soar nova para quem não tem 60 anos de memória musical na cabeça, mas eu tenho uma memória boa e um HD maior ainda. Eu desisti de ouvir música.
Você é um reacionário mas é gente boa!
Eu tenho esta sensação também.
Meus irmãos dizem que eu estou ficando velho e rabugento, mas enquanto eu tiver a ilusão de que meus cabelos brancos, rugas e as entradas da minha carequice não são velhice, mas precocidade, estou em paz.
O que me salva são certas coisas aqui do nordeste.
Ainda consigo ouvir música…
Cabrueira, fim de feira e rosa de pedra, algumas sugestões. Mas tenho pra mim que talvez regionalismos, tambores e misturar chorinho com baião não venha a encantar alguns beatlemaníacos.
Ser chato, é uma arte, tenho dito…
Homenageando jimmy page, com forró esferográfico: http://www.youtube.com/watch?v=8hSRDucJMgU
Amém!
Eu sou mais novo do que você, mas tenho a mesma sensação. Tirando uma coisa ou outra (acho Radiohead genial, por exemplo), a música feita hoje, se não é um lixo absolutamente intragável, é pura repetição de coisas infinitamente melhores.
Você está procurando coisas novas nos lugares errados. Há muita coisa boa contemporânea. O problema é que não se acha na mídia convencional.
Abraço!
e isso porque o que faz sucesso hoje são uns adolescentes eleitores do serra e com calças coloridas e atochadas no rego.
complementando: o restart é o menudo de hoje em dia.
Vampire Weekend usa roupas coloridas, eu gosto, e voto em Lula desde 1989.
Qualé, pessoal, não exagerem na caricatura.
Tenho 36 anos e ainda não cansei de ouvir (e procurar por) música nova.
Artistas geniais como Boards of Canada não poderiam existir há 60 anos e, por isso, é legal manter os ouvidos atentos. Há muita coisa boa por aí…
co-to-ne-te.
é isso que vc precisa.
O que acha de O Rappa? é razoavelmente novo, pop e ao meu ver muito bom.
O sepultura também nos bons tempos.
abraço