A Julia tem me sugerido colocar um contador de visitas neste blog.
Nunca.
A razão é bem simples. Na hora em que eu souber quantas pessoas vêm até aqui (meu ego gosta de imaginar milhares de pessoas vindo regularmente e se retirando em silêncio), ele deixa de ser o que deveria.
O fato é que nunca gostei muito de blogs. “Hoje saí com o Pê, comentei que o cabelo da Quê tá horrível, ri muito com a Pê”. As vidas dos outros, mesquinhas e pequenas como a minha, definitivamente não me interessam. É por isso que aqui neste blog há tão pouca informação pessoal.
Passei a escrever este blog para poder tirar da cabeça, ou registrar de alguma forma, uma série de bobagens em que penso diariamente. Um comentário para mim mesmo. Disseram que ele é eclético; na verdade é anárquico, no pior sentido da palavra. É só um amontoado de idéias desconjuntadas e mal-cozidas, só isso.
(Quase 150 posts depois, eu mesmo ainda não sei direito o que é este blog. Não é um diário online; tampouco um blog jornalístico. Provavelmente é apenas Rafael se dando o direito de ser cabotino quando quer, contando muitas vantagens e poucas desventuras [inversamente proporcional à vida real], escrevendo o que quer na hora que quer.)
Mas com um contador isso acabaria. Por vício profissional, talvez mesmo de caráter, eu passaria a escrever para as pessoas que viessem aqui. Tentaria descobrir quais os posts preferidos e me ateria a esse estilo. Não que isso fosse uma decisão consciente, mas depois de tantos anos escrevendo para convencer os outros, isso é inevitável. Além disso, se eu finalmente percebesse a verdade — 3 visitantes por dia — ia acabar revoltado e jogando tudo para o ar.
O blog continua sem contador, Julia.