Amor de mãe

Notícia de cantinho de página do Globo de ontem: autoridades esperam a chegada de um número muito grande de prostitutas à convenção democrata em Boston.

Sei que é bater na mesma tecla, mas uma vez mais eu não entendo a razão do auê. Mães orgulhosas, afinal, têm o direito de ver o ápice da carreira de seus filhos.

Extensões

Do jeito que vem de fábrica, o Firefox já é infinitamente melhor que o Internet Explorer.

Mas o melhor, mesmo, é que sua arquitetura permite a instalação de uma série de extensões que ampliam sua utilidade. Dessa forma você pode configurar o browser de acordo com suas necessidades, ao mesmo tempo em que dispensa recursos que não lhe interessam.

São muitas as extensões disponíveis; tanto para o Firefox quando para o Thunderbird. Aqui estão as que eu uso. Só é preciso prestar atenção à data dos arquivos, porque alguns deles não são compatíveis com as versões mais recentes dos programas.

Antes de ir à extensões, duas recomendações:

MozBackup
Pelo menos para mim, é o primeiro utilitário a ser instalado. Faz rápido o backup do Firefox, incluindo configurações, senhas e cookies, e do Thunderbird, inclusive e-mails e todo o resto. É uma das razões para alguém usar o Firefox. Eu já estava cansado de formatar o computador e perder meses de configurações do meu browser. Aqui.

Temas
Tem razão quem diz que o Firefox é feio (e o Thunderbird não fica atrás). Mas você pode instalar um sem-número de temas, que dão a ele a cara que você quiser. Há temas para o Firefox e para o Thunderbird.

O que eu uso é o Charamel, para ambos.

Firefox

Tabbrowser Extensions
O Tabbrowser Extensions efetua a sintonia fina do comportamento das abas. É, sem dúvida, a extensão mais importante a se instalar, e praticamente imprescindível.

Allow Right-Click
Uma das coisas mais chatas que conheço são páginas que usam mecanismos para evitar que você use o botão direito do mouse. Geralmente para evitar que você copie imagens, mas isso evita que você abra outras janelas ou abas sem sair da página inicial. O Allow Righ-Click acaba com isso.

Google Pagerank
Só uma bobagenzinha que lhe mostra, no cantinho direito inferior da janela, qual o pagerank da página que você está visitando.

Spiderzilla
Útil para baixar um site inteiro e salvar no seu computador. Mais útil ainda quando você encontra alguma informação útil nos Geocities e hpG da vida e tem medo que acabe saindo do ar.

BugMeNot
É uma extensão que facilita o uso do BugMeNot, que por sua vez dispensa registro em sites que resolvem saber tudo sobre sua vida. Por exemplo, dispensam que você seja obrigado a revelar que seu nome é Mickey Mouse, tem 97 anos, mora no Turcomenistão e tem uma renda de alguns milhões de dólares por mês.

EditCSS
Adiciona um item de menu que lhe permite dar uma olhada no CSS da página que você está olhando.

Thunderbird

TB Attachment Tools
Provavelmente o mais necessário de todos, porque é o que me permite guardar mensagens sem os respectivos anexos. Faz outras coisinhas, também.

Get All Mail
Para baixar todos os e-mails de todas as contas de uma só vez.

Tagzilla
Para adicionar taglines (se você não sabe o que é, tenha certeza de que não precisa) a e-mails.

De um papel solto, esquecido em uma agenda velha

“Ora, mas que indecência, senhor Plumfield. Como o senhor pôde fazer isso? Deixe minhas calcinhas em paz. Sai! Vou contar ao meu marido. Eu sou uma senhora de respeito, o senhor não vê? Eu não me responsabilizo, senhor Plumfield. Não me responsabilizo pelo que o meu marido fizer com o senhor. Senhor Plumfield, ai… Eu sou uma senhora de respeito, senhor Plumfield… Por favor… Isso. Por favor, senhor… Ai… O que o senhor quer de mim, senhor Plumfield? Tão bom… Ah, senhor Plumfield, eu devia lhe dar um tapa, sabe? Não pára… O senhor é um velho indecente… Devagar… Assim… Ai, senhor Plumfield, que delícia… Mais… Mais…”

Do pó ao pó

Meio por acaso, descobri um cemitério antigo em Aracaju que eu não sabia que existia. Me disseram que lá há alguns túmulos com a estrela de Davi, raridades em uma cidade que não é notável por sua colônia judaica — judeus são inteligentes, você sabe.

Lembrei dos cemitérios americanos. De vez em quando ouço alguém falando como eles são tão bonitos, ainda mais em comparação com os brasileiros. E louvam a cultura protestante de simplicidade e ascetismo em suas lápides, ainda mais se comparadas às orgias de mau gosto do catolicismo brasileiro.

Embora estejam longe de ser meu passeio preferido, os cemitérios brasileiros não me parecem tão feios. Alguns túmulos são bonitos, sim. São também uma prova cabal de como pode ser idiota a vaidade humana.

O fato é que a insanidade dos outros pode ser um bom divertimento, se você tem o grau mínimo de sadomasoquismo para viver em sociedade. A dos fãs de Jim Morrison, por exemplo, lhe dá o que fazer no Pére Lachaise. Os milionários que não cometeram o crime desejável de sobreviver ao seu dinheiro ergueram obras interessantes nos grandes cemitérios, menos por sua beleza arquitetônica do que pela idéia mórbida de que sua vaidade pode sobreviver a eles mesmos.

Para mim, a grande diferença entre cemitérios protestantes como os americanos e católicos como os brasileiros está no fato de que nem na morte a diferenciação entre as classes finalmente cessa.

Os ricos têm direito a túmulos imponentes, os muito ricos e tradicionais a grandes mausoléus de família, luxuosos, enormes desperdícios de mármore.

Já os pobres, coitados, são submetidos a uma última humilhação, empilhados em “gavetas” quase anônimas e indistintas, umas sobre as outras. A patuléia que não foi nada em vida continua a ser nada na morte, indistinta em meio a tantos outros nadas. Há poucas coisas mais soturnas que as gavetas de cemitérios. Poucas coisas mais humilhantes, também.

E no fim das contas, lá no fundo, os cemitérios americanos, brasileiros e conchinchineses são a mesma coisa: lá dentro, está todo mundo morto. E morto é morto em qualquer lugar, sob qualquer lápide. Os vermes não fazem distinção, e não lhe ridicularizam a vaidade ou se condoem de sua pobreza. Eles simplesmente lhe comem.

Movable Type 3.1

Boas notícias para o mês de agosto, pelo menos para quem, como eu, usa o Movable Type.

A versão 3.1 trará alguns acréscimos que melhorarão, e muito, a vida que quem escreve blogs. A mais fraquinha é a adição de subcategorias. Por exemplo, eu tenho uma categoria (veja aí ao lado) sobre cultura em geral. Agora poderei subdividi-la em literatura, música, cinema e etc. É uma boa.

Depois disso vem a adição de templates dinâmicos. É algo mais técnico, e é o que vem empolgando todo mundo que li, mas isso eu deixo que o Chad Everett, que deu a informação, explique.

Além disso, uma série de plugins serão incorporados, aumentando a funcionalidade do MT.

Mas a melhor de todas as novidades, mesmo, é a possibilidade de programar a publicação de posts.

Eu não gosto de deixar o blog às moscas. E por isso, quando viajo, sempre dou um jeito de entrar (se levo o computador faço isso do hotel, mas se não levo — e cada vez menos me empolga este computador nas costas — me enfio nos mais abjetos cybercafés) e postar alguma coisa. E aí checo e-mail. E visito algum blog. E faço isso e aquilo.

Com a publicação programada isso acaba. Basta escrever, dizer quando ele deverá ser publicado, e o MT fará isso automaticamente. Isso quer dizer que posso passar meses longe do blog, e mesmo assim publicar todo dia.

A vida vai ficar mais fácil.

Eu e Cristóvam Buarque no PSDB

Dia desses uma amiga comunista de longa data me disse que eu tinha me tornado PSDBista, seja lá o que isso for.

Embora eu ache que seja fácil ser comunista numa beira de piscina num final de tarde, em volta do meu uísque e da cerveja dela, fiquei pensando na acusação, injusta por eu ser antigo militante do PDF, Partido do Dinheiro Fácil.

Primeiro achei que era só um exemplo da síndrome que vem acometendo a esquerda, que entrou numa espécie de adesão irrestrita ao governo — ou então se perde nas oposições ensolaradas de Heloísa Helena ou noturnas da velha direita.

Mas agora, lendo a entrevista do Cristóvam Buarque à Época, percebi isso não importa, porque tem mais gente no meu PSDB. Isso é um bom sinal.

Gmail, Orkut e Babe, o porquinho atrapalhado

Alguém pode me dizer o que faz as pessoas agirem como as ovelhas de “Babe, o Porquinho Atrapalhado”?

Eu já estava me achando um intocável indiano quando a Tata me mandou um convite para o Orkut. Enquanto isso, as pessoas estavam comprando convites para o Gmail, o e-mail de 1 GB do Google. Virou moda. Ter um e-mail ali se tornou sinônimo de status. Como ninguém me ofereceu um, pedi ao Fredrik Wackå do CorporateBlogging.Info. Ele foi gentil e me mandou o convite imediatamente.

E agora, algumas semanas depois, vi que tudo o que eu imaginava era verdade.

O pior caso é o do Gmail. A questão é que, com 1 GB ou 1 TB de espaço, isso é apenas um e-mail. E dos mais vagabundos, porque é webmail. Aliás, ainda mais vagabundo, porque submete o usuário a propaganda.

Não é sequer por causa do tamanho do espaço, porque desde aquela época o Spymac oferece a mesma coisa, além de alguns bônus como blog e 100 MB de armazenamento pessoal.

A única razão que consigo ver para que as pessoas queiram algo parecido é o fato de a empresa ter gasto um bom dinheiro em relações públicas para criar, em uma sociedade que não sabe o que quer nem aonde vai, a vontade premente de ter um e-mail com a marca Google — que por sua vez é só uma empresa e pode muito bem sumir em alguns anos. É maluquice. Eu ainda estou tentando descobrir o que fazer com o meu Gmail.

E tem também o Orkut.

O único sentido que vejo naquilo é o jogo em si. É tão simples que não sei como não percebi isso antes: ele vale por si próprio. Não tem objetivo. Não tem aonde chegar. Sua razão de ser é ele mesmo, como um jogo de SimCity. Talvez você possa procurar a comprovação da teoria dos seis graus de separação; mas esse é o máximo de significado que você vai achar no Orkut. Ele vale por si mesmo, porque de resto é absolutamente redundante e desnecessário. É engraçadinho no começo, e só.

Certo, as comunidades são interessantes. Mas são pouco mais que uma adaptação da velha e boa Usenet, com alguns avanços e retrocessos.

Ou seja, é tudo velho.

E eu não entendo mais nada. E quando não entendo, acho que basta fazer mééé e tudo bem.

Diálogos de guerra

Imagine o seguinte diálogo no Salão Oval da Casa Branca:

Bush: “É claro que as pessoas não querem a guerra. Por que um pobre coitado numa fazenda qualquer iria querer arriscar sua vida, quando o máximo que ele pode ganhar com isso é conseguir voltar inteiro à sua fazenda? Naturalmente, as pessoas comuns não querem a guerra. Nem no Iraque, nem na Inglaterra, nem no Irã e, para todos os efeitos, nem mesmo na América. Isso a gente já sabe. Mas, no fim das contas, são os líderes do país que determinam a política a ser seguida, e é sempre uma simples questão de arrebanhar o povo, quer seja em uma democracia, uma ditadura fascista, um parlamento ou uma ditadura comunista.”

Gilbert: “Há uma diferença. Em uma democracia, o povo tem alguma voz na questão através de seus representantes eleitos, e nos Estados Unidos somente o Congresso pode declarar guerras.”

Bush: “Ah, tudo isso é muito bonito, mas, com voz ou sem voz, o povo sempre pode ser levado a apoiar seus líderes. Isso é fácil. Tudo o que você tem a fazer é dizer a eles que estão sendo atacados e denunciar os pacifistas por falta de patriotismo e por expor o país ao perigo. Funciona da mesma maneira em qualquer país.”

Se o diálogo parece bem plausível, é porque ele já foi travado uma vez. Há muito tempo, na verdade. A diferença é que, no lugar de Bush, estava Hermann Göring, fundador da Gestapo. É só substituir Rússia por Iraque, América por Irã, e Alemanha por América. Sieg heil, América.

Com a macaca

(Via Boing Boing) Natasha é uma macaca do Safari Park, um zoológico de Israel. Depois de uma doença estomacal muito grave, ela se tornou exclusivamente bípede.

Uma porção de gente tem uma levantado uma série de teorias sobre isso, já que ninguém paga para ter teoria. Seu veterinário diz que algum dano cerebral deve ser o responsável por sua nova postura, e já tem gente um tanto alucinada achando que algo semelhante pode ter feito nossos ancestrais deixarem de andar por aí de quatro.

Só não vi ninguém dizendo que é o começo da realização da profecia de “O Planeta dos Macacos”.

Para mim, é só uma prova de que os animais nem sempre evoluem.

E, de qualquer forma, o mais impressionante mesmo é que ela está a cara do Tony Ramos. A cara.

Secessão

Uma das melhores propostas para se acabar com a dívida externa que alguém já fez é entregar o Piauí em troca do perdão da dívida.

Sempre achei a idéia muito boa. Para o Brasil, porque se livrava da dívida. Para o Piauí, porque se livrava do Brasil.

Tenho certeza de que ambos estariam melhores um sem o outro.