Por que a cidade da Bahia não tem igual

Foi a Cipy quem me mandou esse poema de Miguezim da Princesa.

Fala sobre o caso do padre Pinto, que soltou a franga e virou notícia nacional há algumas semanas. E é fantástico.

Padre Pinto, a sensação da Bahia
Disse Octavio Mangabeira,
Coberto de ironia:
Pense num só absurdo,
Hipótese que não se cria,
E vai achar numa esquina
Da Cidade da Bahia.
A Bahia tem dendê,
Xinxim e acarajé,
Carnaval todos os dias,
Samba-de-roda e axé,
Tem padre que reza missa
Com trajes de candomblé.
Eu, quando vi Padre Pinto
Sair na televisão,
Me lembrei de um ditado:
Quer pegar papai, zoião!
O santo baixou no homem,
Foi a maior confusão.
Ele revirava os olhos
Com um jeito desbundado.
Dona Terezinha disse:
– Esse padre tá pegado.
Luiz Mott comentou:
– Olha o novo associado!
O caboco Chupa-peito
Quis baixar, ele não quis.
– Sou bezerro desmamado –
Blasfemou o infeliz.
– Eu quero é botar um piercing
Bem na ponta do nariz.
– Eu quero beijar Caetano –
Disse o padre no altar.
– Nesse clima da Bahia,
Eu só penso em rosetar.
Pode baixar, Pomba-Gira,
Que hoje eu viro o borná!
O arcebispo retou,
Tirou Pinto da Lapinha,
Mandou pra Itaparica
Pra ver se entrava na linha.
Pinto disse: – Hoje eu depeno
O sobrecu da galinha.
Voltou para Salvador,
Fez uma manifestação,
Chamou ACM Neto
Pra ele lhe dar uma mão.
Grampinho só não foi com medo
De perder a eleição.
Padre Pinto tá virado,
Recorreu da decisão
Tomada pelo arcebispo
De lhe afastar da missão
E vai ser avaliado
Pela sua Congregação.
Para Pinto só o Papa
Pode tirar sua batina.
Que mal faz sua veia artística
Com passos de bailarina?
Abaixo a hipocrisia
Em nome da fé divina.
Abram as portas da Igreja
E deixem o padre dançar.
A dança alegra o espírito,
Como o ato de rezar
Pousa a paz no fundo d’alma,
Raio do Céu a iluminar.
O povo quer Padre Pinto
Para fazer o sermão,
Mostrar que em solo baiano
Preconceito não há não:
De acarajé se faz hóstia,
Pois é tudo o mesmo pão.
Viva o homem que assume
Sua real condição
Padre Pinto se assumiu
Pôs o armário no chão
E já virou na Bahia
A sensação do Verão.

7 thoughts on “Por que a cidade da Bahia não tem igual

  1. Miguel Lucena, o Miguezim da Princesa, não come reggae – bota pra ver tauba lascá ni banda.

    Quanto ao religioso rebolativo, minha sentença é a seguinte: Diante dos abutres do clero baiano, o pároco da Lapinha é pinto.

  2. Prezado Padre Pinto,

    Sou Homen, heterosexual, descasado e apoio o senhor nessa causa desvendada de preconceito e anti liberdade de escolha. Apoio tambem tudo que de bom vier, resultado desta conduta e agradeço o senhor por lutar pelo que acredita. A igreja católica, outra forma de controle social, deveria ser mais atuante, menos omissa e voltar a ser a instituição familiar, moderna, aprimorada, sem os preconceitos feudais. Exclareço ainda que sou cristão, sannyasin e medito e oro diariamente. Reintero meu apoio a sua causa e repudio o preconceito, fonte de muitas desavenças. Sentimentos negativos frutos do Ego ezacerbado. A sua benção padre, que o senhor seja feliz. Amen.

  3. caro chetan ,
    como vc fala em igreja omissa se ela afastou um padre doente , que deteriora a familia ? como vc vai explicar aos seus filhos que um padre sai por aí dando bitocas em todos é uma coisa normal ? Caro chetan , o caminho é um só , a biblia , ninguem pode muda-la para defender suas idéias. ou vc a segue ou não, não podemos servir a 2 deuses , existe a escolha , ou vc o segue como ele quer , ou vc segue ao diabo, que vem nessas formas como esse tal padre. não adianta vc manter 500 crianças em creches e ao mesmo tempo ser gay . Deus te quer por inteiro e da forma como fomos concebidos. fora isso é doença que só não é combatida pq ultilizam a causa gay para ganhar votos nas eleições.
    um grande abraço

Leave a Reply to Milton Ribeiro Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *