Por que ler os clássicos

Porque é que eu, Pipi, teimo em tentar sacar gajas feias, gajas gordas, Odete Santos, gajas com problemas de pele, gajas com queda de cabelo? Reflecti sobre isto e cheguei à conclusão que é o resultado imediato de ser um curioso da foda. Para mim, cada cona tem o seu encanto. Um encanto único, especial. E eu quero conhecê-lo a todas.

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Normalmente, uso preservativo porque não quero que o Zé Tolas adoeça. A SIDA, ao que parece, faz mal à saúde e a sífilis corrói o madeiro. O melhor é seleccionar criteriosamente a crica em que se vai espetar o Aníbal. Se se tratar de crica trigueira, a palpitar de vida e a respirar saúde, enterre-se o tarolo sem receios. Se é senaita mortiça e moída, o melhor é calçar a galocha à cobra zarolha, antes de a enfiar na toca. Mas, sempre que posso, não uso preservativo porque a Igreja é contra. E eu, nestas merdas do sexo, sigo sempre os ensinamentos do Vaticano. Afinal, ninguém percebe mais de pinocada do que os cardeais. Se eles não querem que se use, algum desarranjo a borracha há-de fazer ao caralho. Eles lá sabem.

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Muitas gajas me têm dito: “Mmmf, pmnngnn gnff mmlmn mmlgnf.” E depois eu tiro-lhes a pichota da boca e finalmente percebo que o que estão a dizer é: “Ó Pipi, esporra é uma palavra muito feia.” E eu contraponho: “Está bem. Também o zé tolas é feio e tu gostas que eu to enfie no gasganete conal.” A verdade é que a palavra “esporra” é o patinho feio da ordinarice.

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Mas, como disse, cada cona tem o seu encanto próprio. Por isso, uma gaja feia e gorda intriga-me. Partindo do princípio pipiano de que cada gaja tem em si o potencial para ser um dínamo de tesão, onde é que o Criador terá colocado o encanto desta puta? O que é que o Gajo terá escondido no meio desta chincha toda? E, de repente, vejo-me a jogar ao “quente e frio” com Deus. Estou a dar por trás à feia e parece que O ouço dizer “morno, Pipi, morno”. Mudo a piça de buraco e já Ele me incentiva: “a aquecer, Pipi!”.

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Quer-me parecer que é algo contraproducente, pôr-se mulheres daquelas a fazer campanha contra a violência doméstica, quando são, precisamente, mulheres daquelas que estão na génese da violência doméstica. Um gebo chega a casa, olha para o trambolho que lá tem, compara com o calendário de gajas boas e só lhe apetece dar uma carga de porrada na mulher. Aí, ocorre a democratização da violência: primeiro espanca a esposa, depois espanca o macaco.

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Tanta coisa que eu podia dizer da punheta! Quantas vezes, nos meus 15 anos (nos 25 também, confesso), rezei para serem verdade os mitos que profetizavam o nascimento de pêlos na palma da mão do punheteiro competente! Se tal fosse verdade, teria a direita sempre escanhoada, simulando crica rapadinha e profissional, e a esquerda gadelhuda, imitando pachacha sopeira e descuidada. Depois, era só escolher…

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Inês gemeu. Nesse momento, deixou de querer no cu. Deixou de querer no pipi. Só o minete lhe induz deleite no pito. Tudo bem: sou mineteiro de primeiro lote. Por equívoco, bebi o suco proveniente do rego do bicho felpudo e fiquei levemente indisposto. Sucede com meretrizes de higiene rude. Bom, depois de quinze minutos de focinho, repeti e meti-lhe o espeto no bordedo. Comi-o bem comido. Porém, certo episódio tingiu de tons lúgubres o evento festivo. No fim, tento ver meu piço. Impossível: sumiu. Confuso com o eclipse do ferro, desesperei. “Ó meretriz dum cono! Onde puseste o meu piston?” Inês encolheu os ombros, sorrindo. Eu dei-lhe um murro nos dentes. Engoliu dois incisivos. Deixou de sorrir. Contudo, meu grosso instrumento cessou seu sumiço incómodo? Os colhões é que cessou! Nem cheiro dele, robustos pepinos me penetrem fortemente! Por momentos, feito eunuco, estive perto do choro. Perto, pois sou homem, e é impossivel chover do olho de um homem.

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Não recomendo que leiam a poesia tísica do Cesário Verde, nem as lamechices do Nicholas Sparks. Tampouco as ordinarices dum Henry Miller ou as repetições senis dum Lobo Antunes. Nada disso me serve e uma senaita que fica húmida à alusão destes autores não presta grande coisa. Fode-se, mas não presta grande coisa. O que eu posso indicar como saca-mulas eficaz é a leitura da necrologia dos jornais. Eu faço-o. Gosto de saber quem morreu, para ir visitar a família. Gente enlutada é gente carente de consolo. Há sempre a hipótese de sacar uma viúva ou uma órfã. Tenho arrefinfado boas berlaitadas de pêsames em pito viúvo que, pese embora a sua viuvez, sabe proporcionar festa rija, mesmo que se apresente no leito com um fumo preto numa das bordas. Além disso, lágrimas de pesar dão sempre bom lubrificante.

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Rechear de nabo crica italiana em Londres conta como foda britânica, foda transalpina ou foda lusa? Sabendo que a pachacha italiana está em Inglaterra há alguns meses, é justo considerar que os humores segregados pelo pito transalpino estão a nascer já em solo britânico. Ou seja, a massa da greta é napolitana, mas o molho é inglês.

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Posso dizer que não vertia tanta porcaria para um livro desde que tive de limpar o cu a uma cópia de “Os Maias” que a filha de certa gaja cuja crica eu andava a escachar tinha deixado na casa de banho. Ou era a isso ou a uns dodots, e Deus me livre de ter a rabadilha a cheirar a perfume. Tratava-se de uma edição fraquinha, feita com tinta de má qualidade, de modo que, durante duas semanas, fiquei com a descrição do Ramalhete estampada nas nalgas. Foram quinze dias em que meu nobre e invicto cagueiro prestou homenagem a Eça, mas também a Pessoa. Aquele acaso feliz fizera dele um cagueiro interseccionista, uma – digamos – peida oblíqua: meu nalguedo era atravessado pelas varandas de ferro do primeiro andar do Ramalhete, alinhadas sobre o rego da bufa; as paredes severas e sombrias da casa dos Maias eram meus não menos lúgubres entrefolhos; e o painel de azulejos com o desenho do escudo de armas repousava sobre meu apertado olho do cu, como que a dizer: “Aqui não entra picha!”

O blog acabou há mais de dois anos, mas ainda não consigo passar muito tempo sem reler o que sobrou do Pipi.

8 thoughts on “Por que ler os clássicos

  1. hahahaha…gente!!!

    É incrível como o texto ganha uma agressividade extra por estar em português lusitano!

    Mas é ótimo, sem dúvida

  2. Estou a pensar se os substantivos que Pipi usa são gírias lusitanas ou palavras que ele inventa. De qualquer forma, merece o prêmio Nobel de criatividade! Morri de rir!

  3. Está explicado de onde vem “certas inspirações” que leio por aqui..hehehehe
    Esse Pipi é um tremendo FDP.(No bom sentido é claro.)

  4. gosto de ler quem dera que todos fosse assim.espero q omundo acorde para vida pois depoid De Deus a litrratuda é tudo

  5. Toda leitura é boa desde que vc entenda porque ler e para que ler.Eu adoro ler, leitura me torna uma cidadã melhor.

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