Curso Rafael Galvão para sacanear comunistas

Este post tem uma missão nobre: iluminar um pouco a indigência direitista no debate social. É um esforço mínimo, claro, dentro das possibilidades de um blogueiro que prefere falar de sacanagem a falar de política. Mas bem intencionado, ainda assim.

Sua razão de ser são alguns dos comentários ao post sobre os canalhas da ditadura militar. Gente que, não contente em defender o indefensável, apela para um argumento raso de desqualificação pessoal: como alguém que defende Stálin pode reclamar de uma ditadura?

Não parecem ter entendido a parte em que se diz “de sacanagem”. ‘Stalinistas” é como trotsquistas barbudinhos do PT, saudosos da picareta no cocoruto de um exilado no México, se referem aos “verdadeiros leninistas” que militaram no glorioso Partido Comunista do Brasil. Não quer dizer que eles ainda defendam Stálin incondicionalmente.

Reconhecer e abjurar os crimes de Stálin contra o seu povo não significa voltar as costas aos grandes avanços sociais naqueles 30 anos. Quem fez isso foi o PPS — e olha só no que deu. Esse tipo de abordagem não é apenas inane, mas enganosa e burra.

A utilização desse argumento simplório incomoda por ser notícia velha e batida. Os crimes de Stálin são utilizado por todo mané de direita para justificar crimes cometidos por suas próprias ditaduras.

É preciso ser completamente idiota para fazer isso. É como justificar os erros de Bush apelando para Hitler. O que me impressiona é o seguinte: ainda que eu fosse um defensor incondicional de Stálin e de seus expurgos, o que isso teria a ver com o caráter malsão da ditadura militar no Brasil? Os fatos mudariam em função da opinião de um pobre blogueiro sem eira nem beira? Torturadores deixariam de ter torturado centenas de brasileiros porque A acredita que Stálin era gente boa? O golpe deixou de levar o Brasil para um longuíssimo período de trevas porque B consegue justificar os expurgos stalinistas?

Conduzir qualquer discussão para esse lado é confissão cabal de idiotice, que me perdoem aqueles que tentaram. Os expurgos stalinistas podem ser compreendidos e discutidos dentro do contexto russo, embora jamais justificados. Pessoalmente, acho que Stálin tem outros problemas também; se a direita fosse mais inteligente e um pouco menos infensa a argumentos fáceis demais poderia apelar a eles e, pelo menos, começar um debate razoável. A “traição” aos comunistas alemães em 1927 (sem certeza da data), por exemplo, na minha opinião foi um fator importante na viabilização do nazismo e condenou a revolução russa. Isso é imperdoável.

Diante de uma situação dessas começo a achar que é meu dever colaborar para o desenvolvimento cultural desse pessoal. A indigência intelectual da direita cansa. Eu fico cansado de ver esse mesmo discurso dos expurgos de Stálin, porque é ineficaz: ninguém mais justifica os erros de Stálin. É difícil para eles ganhar um debate porque eles têm argumentos pobres demais, velhos demais, desgastados demais.

Por isso este blogueiro, com a doçura que mamãe me deu, vou lhes fazer um favor. Está declarada aberta a “Oficina Rafael Galvão de Como Sacanear Comunistas”.

Para começar, me parece exemplo fino de puerilidade e ignorância qualquer bobo de direita apelar para Stálin contra um militante ou ex-militante do PCdoB. Puerilidade e ignorância, porque muito mais grave que ter apoiado Stálin — algo de que nenhum comunista se arrepende, geralmente porque sabe um pouquinho de história — foi ter acreditado que Enver Hoxha era gente boa. Essa, sim, não tem desculpa. A maioria dos comunistas do mundo repudiou Stálin logo após o XX Congresso do PCUS; mas Enver Hoxha continuou sendo admirado pelo PCdoB até bem depois de sua morte.

Quer bater em um militante do PCdoB? Larga um Enver Hoxha nas fuças dele. Dói. Machuca. Magoa. O problema é que 90% dos bobos de direita que acenam com os expurgos stalinistas não fazem idéia de quem diabos foi Hoxha.

Mas isso ainda é muito pouco. Não combina com a direita elitista deste país, que se pretende tão sofisticada e europeia (embora eu ache que ela está mais é para Miami, mesmo). São vocês que, na falta de argumentos concretos, gozam o “analfabetismo” de Lula, não são? São vocês os esnobes que gostam de alardear superioridade cultural, não são?

No reino das discussões bizantinas, se você puder dar uma luz nova a um debate antigo — ou seja, concordando com todo mundo mas de uma maneira ligeiramente diferente — você fará sucesso.

E isso a gente faz assim, ó: quando alguém quiser justificar as atrocidades da ditadura militar mencionando o nome Stálin, e todo mundo estiver fazendo aquela pose típica de intelectual em mesa de bar, você faz a de quem comeu merda e não gostou (a outra pose típica), olha em volta fingindo que é inteligente e larga:

— Jdanov.

E as pessoas em volta vão perguntar: cumé?

— Jdanov. O grande crime de Stálin foi Jdanov.

Pronto. Você acrescentou algo ao debate. 9 entre 10 pessoas na mesa não farão a mínima ideia de quem foi Jdanov. E aí você tem a sua chance.

A essa altura eu deveria sugerir que você, meu caro mané de direita que apela para os crimes de Stálin para tentar desqualificar críticas à ditadura, fosse procurar uma enciclopédia, mas como estou imbuído do senso messiânico de melhorar o seu parco repertório, vai aqui uma explicação sucinta do que estou falando.

Uma das noções mais deletérias instituídas durante a luta pelo socialismo foi o realismo socialista — a ideia de que a obra de arte deve apontar, necessariamente, a solução socialista. Na verdade, o realismo socialista não é algo intrinsecamente nocivo: é apenas uma escola artística, como milhares de outras. É tão válida quanto o naturalismo ou o romantismo ou o barroco, e deu grandes obras como “A Mãe” de Górki ou, aqui no Brasil, “Capitães de Areia” de Jorge, o Amado.

O problema começa quando o Estado passa a defender essa escola como a única admissível e utiliza seus meios de coerção para garantir isso.

Uma revolução se dá em vários campos, e o cultural é um deles. O combate a ela também, e foi por isso que o ocidente promoveu mediocridades como Soljenitsyn. Em um dos tantos desvios do ideário leninista, Stálin resolveu que seria necessário fazer da cultura um campo de combate praticamente militar.

Se o ambiente político russo era propício ao autoritarismo assassino que se tornou uma das marcas de Stálin, por outro lado a cena cultural russa, na virada do século XX, era virtualmente tão intensa quando a francesa. Não é preciso retroceder no tempo em direção a Puchkin ou Gogol, ou mesmo a Dostoiévski ou Tchekov. Naquele momento, a Rússia borbulhava em ideias diferentes, brilhantes e conflitantes.

Um exemplo do que se faria já nos tempos da Revolução, e um dos meus preferidos da virada do século:

À nossa volta floresciam campos vermelhos de papoulas, a brisa da tarde brincava sobre campos de centeio amarelecido e, no horizonte, erguia-se alto o virginal trigo mourisco, como a muralha de um mosteiro longínquo. O plácido Volin ziguezagueava, afastava-se de nós, sinuoso, e perdia-se no bosque de faias, envolvido numa névoa cor de pérola e entre colinas floridas. Depois serpeava lentamente entre plantações de lúpulo. Um sol alaranjado descia no horizonte, parecendo uma cabeça decepada; uma luz suave filtrava-se entre as nuvens, os estandartes do poente ondeavam sobre nossas cabeças. No frescor da tarde era forte o cheiro do sangue dos cavalos mortos na véspera.

Esse é o segundo parágrafo de “O Caminho do Sbruch”, de Isaac Bábel (“Cruzando o rio Zbrucz” na tradução de Cecília Prado, mas eu prefiro esta, de Roniwalter Jatobá). Foi esse ambiente vivo e vibrante que Stálin destruiu ao instituir a política cultural que seria conhecida como Jdanovismo. Ao permitir, grosso modo, que apenas as obras realistas socialistas laudatórias ao regime fossem reconhecidas, Stálin fez com que as artes russas agonizassem e morressem, virtualmente todas elas. Privilegiando a mediocridade apenas porque ela condizia com a sua visão autoritária de mundo, o Jdanovismo destruiu a cultura russa. Um país que tinha dado ao mundo gênios em virtualmente todas as áreas, mas especialmente a literatura, de repente se calou porque a única voz permitida e incentivada era aquela que louvasse o socialismo e o Grande Guia dos Povos.

A União Soviética se recuperou dos expurgos stalinistas — na verdade, saiu deles como uma das duas únicas superpotências do mundo. No entanto, jamais conseguiria se recuperar do Jdanovismo.

É possível apenas imaginar quantos Dostoiévskis e Tolstóis deixaram de aparecer porque o Jdanovismo não permitia visões distintas do mundo; Babel, pelo menos, foi executado por Beria em 1941. E eu consigo pensar em poucos crimes tão grandes — e tão admiravelmente adequados ao discurso elitista da direita — como esse, o de destruir a cultura de um povo.

No fim das contas, é o seguinte: ninguém em sã consciência justifica hoje os expurgos stalinistas. Apelar para eles denota burrice e ignorância, e não apenas porque os crimes de Stálin não justificam os crimes da ditadura militar no Brasil, mas porque há argumentos melhores para tentar essa besteira. Este blog, que pode ser canalha e chauvinista mas tem lá seus parcos conhecimentos de história, cumpre o seu papel de bom samaritano e tenta ajudar as antas de direita a calibrar melhor seus discursos retardados oferecendo alguns subsídios básicos para o seu crescimento espiritual.

Em vez de me xingar, me agradeçam. Se chamei vocês de burros e ignorantes é porque vocês são — mas também porque quero fazer com que vocês melhorem. E voltem na próxima — porque eu e vocês temos certeza de que vai haver próxima — com um discurso melhorzinho.

Espero ter ajudado. E lembrem-se: da próxima vez tentem apelar para a desqualificação pessoal através de Enver Hoxha e Jdanov, em vez dos expurgos stalinistas. O debate fica mais interessante, tipo assim, esteticamente highbrow. Olha que chique.

17 thoughts on “Curso Rafael Galvão para sacanear comunistas

  1. Stálin e esse branquelo da Albânia são dois frescos. Eu gosto mesmo é do Pol Pot. Que não tolerava burguesinhos da laia desse Jdanov (risos). Adorei o texto, Rafael.

  2. incrível. a direita precisa de ajuda até pra ser direita.

    isso me faz lembrar a história do sujeito que foi ao zoológico e se deteve na jaula dos chimpanzés, onde um biólogo observava o comportamento dos animais. o biólogo então comenta com ele:

    – sabia que os chimpanzés possuem não só hábitos, como também formas de expressão semelhantes às dos seres humanos? pesquiso o assunto há bastante tempo e posso dizer que estes chimpanzés, por exemplo, estão discutindo formas de organização de sua sociedade.

    nisso, um dos chimpanzés começa a gritar descontroladamente, defeca na própria mão, atira as fezes em seus pares e sai na direção contrária agitando os braços.

    – e este chimpanzé, o que disse? – pergunta o sujeito ao biólogo.

    – posso estar errado, mas ele aparentemente fez um discurso contra o estado, a favor do indivíduo, e saiu cantando vitória dizendo, literalmente: ‘ninguém me refuta’.

  3. tudo bem, o cara era mesmo um grande filho d puta. Mas cá pra nós, sua sanha assassina cairia como uma luva sobre a corja de trânsfugas do pps e quejandos.

    Não há sob o sol nada mais execrável do que um ex-comunista…

  4. Rafael,

    É engraçado que quando os militantes comunistas reclamam da ditadura brasileira.

    Todo militante comunista estava vinculado aos açougueiros responsáveis pelos circos dos horrores na Rússia, na China, em Cuba e nos outros países que sofreram a experiência socialista.

    Alguns desses canalhas que hoje reclamam da ditadura brasileira trabalhavam ativamente para que o Brasil fosse vítima da mesma tortura que eles sofreram, e numa escala muito maior. É a mesma gente que reclama quando um militante comunista é torturado mas que considerava natural quando havia alguma prisão política em país socialista ou supressão de levante armado, afinal, era necessário defender a revolução.

    Ou seja, tortura boa é quando o cara é de direita. Quando o cara é de esquerda não pode.

    Dois pesos e duas medidas sempre.

    O mais curioso é que hoje depois de que todo regime socialista implementado resultar em estados policiais e expurgos de toda ordem, ainda tem gente que se orgulha de se dizer comunista. Comunista como? Comunista sonhador, que acha que um dia a revolução chega e todos serão felizes para sempre, ou comunista dos bons, daqueles que vai torturar e matar para defender a revolução?

  5. Hmm,

    perdi a outra parte da discussão, depois vou olhar. Só não entendi uma coisa, afinal: você defende mesmo o Stálin?

    Não acho que seja chiliquinho direitista não. Boa parte da esquerda que combatia em armas o regime militar estava mesmo pensando numa ditadurazinha do proletariado por aqui (só que sem proletariado, claro, que esses tavam curtindo o milagre econômico e militavam na política via sindicalismo centralizado legado por Vargas e, portanto, meio fácil de controlar, até aparecer o Lula).

    De modo que eu também gosto de perguntar se o meu interlocutor defende Stalin, num debate político deste tipo.

    Acho que “Capitães de areia” não é exemplo de Realismo Socialista não. Seria melhor citar “O cavaleiro da esperança” (biografia de Prestes), “Subterrâneos da liberdade” (trilogia da resistência comunista ao Estado Novo) e “O mundo da paz” (relatos de viagem ao Leste Europeu no início dos anos 50). O último o autor até renegou depois.

    O negócio do Jadnov aí é meio controvertido. Não sei se dá pra dizer que o cara acabou com a cultura de um povo, por que a grande arte russa do século XIX não era bem “do povo”. Tá, o Bábel foi assassinado, mas o Shostakovich, por exemplo, continuou muito ativo. Prokofiev também, e Eisenstein.

    No caso do Shostakóvich, que conheço talvez um pouco melhor, acho que não foi bem a dupla Jdanov/Stalin que tentaram lhe impor o realismo socialista. Tinham lá umas comissões populares para avaliação das artes, e camponeses e operários não eram lá muito entusiastas das experiências de vanguarda. De modo que foi o gosto da maioria que prevaleceu.

    Não muito diferente do que a “indústria cultural” fez, via mercado, no Ocidente. É claro, em ambos os lados, existem as honrosas exceções, mas há um dilema para a arte, a decidir-se entre a pesquisa estética ou o gosto da maioria.

    O realismo socialista, na música brasileira, foi um impulso fertilizador. Seus maiores representantes: Santoro e Guerra Peixe, devem ser os maiores compositores esquerdistas de todos os tempos. Com repercussões diretas em toda explosão criativa da MPB dos anos 60.

    Aliás, tudo comunista essa gente, também. E a “canção engajada” não deixou de ser uma nova proposta de realismo socialista via indústria cultural. Coisas de Brasil.

  6. André,

    Releia o post. Nao acho que seja preciso falar novamente se eu defendo ou nao Stalin.

    Capitaes de Areia é um exemplo de realismo socialista, sim. Como é Seara Vermelha. Os livros que você citou apenas sao mais explícitos, principalmente na escolha temática. Mas o realismo socialista é um pouco mais que isso.

    No caso de Eisenstein, e Shostakovich, acho que você nao entendeu o que significa o Jdanovismo. As pessoas continuaram a fazer arte, de uma forma ou de outra. Mas apenas a arte que condizia como ideário do regime ia para a frente. Shostakovich chegou a se filiar ao PCUS mais tarde.

    E o realismo socialista, como eu disse no texto, nao é um problema. O problema é forçar todo mundo a ser realista socialista.

  7. Não adianta, Rafael. Outro dia eu vi um otário de direita dizendo que a união soviética tinha cometidos muitos crimes, especialmente durante a 2a. Guerra Mundial! O pobre imbecil não sabe nem mesmo a quem creditar o mérito da derrota nazista, não deve nem mesmo saber de que lado a URSS estava, muito menos que morreram 27 milhões de soviéticos na guerra (contra 6 milhòes de judeus).

  8. Os meus amigos de boteco, reacionários defensores da oligarquia branca, ainda nem chegaram a Stalin. Empacaram no comandante… e está duro de avançarem um bocadinho. Qquer discussão política mais elaborada “desacaba” em Cuba antes de 10 minutos. Uma tristeza!…

  9. Aproveitando o ensejo do Jorge Amado, o que você acha do Jubiabá? Não li o livro, só a adaptação para HQ do Spacca. Achei excelente, mas achei que (pelo menos na adaptação) a epifania do protagonista quando descobre o grevismo e a força do proletariado pareceu meio deslocada.

  10. Henrique,

    Acho que Jorge Amado fez ainda pior em outro livro: “Seara Vermelha” podia ter sido o melhor livro dele, na minha opinião, se não fosse o final com a revolução de 35 em Natal. Aquilo destruiu o livro, porque era deslocado, sem sentido dentro do épico sertanejo que ele tinha escrito. No entanto, acho que em outros livros — como “Suor” — o realismo socialista funciona muito bem.

  11. “Sua razão de ser são alguns dos comentários ao post sobre os canalhas da ditadura militar. Gente que, não contente em defender o indefensável, apela para um argumento raso de desqualificação pessoal: como alguém que defende Stálin pode reclamar de uma ditadura?”

    Peraí, tá tudo errado! Meus colegas direitistas, (não, não aquela galera Social Democráta do PSDB, intervencionista pra dédeu), não defendem a Ditadura, eles apontam que quem combatia a Ditadura era TÃO errado quanto os ditadores.Por que? Porque eram canalhas como Lamarca que queriam, munidos da AFP, AP, Var Palmares e o Diabo, derrubar um treco horroroso pra colocar no lugar um regime russo ou maoísta que somente exterminou 80 milhões de pessoas. É, alguém que defende Stálin, que assinou um pacto com Hitler (Ribentrop-Molotov) não pode reclamar de uma ditadura.

    “E o realismo socialista, como eu disse no texto, nao é um problema. O problema é forçar todo mundo a ser realista socialista.”

    Realismo Socialista só existe se…O Mundo for socialista. Logo é um problema, sim. Socialismo é contra a natureza humana, logo se esses caras quiserem viver em Gulags, que se isolem numa comunidade no meio do mato sem as benesses do maldito capitalismo. O que significa: Sem celulares, sem laptops, sem blogs e sem pizzas que não sejam fabricados pelo Estado.

  12. Só complementando: Realismo socialista pra mim é algo alienado por natureza. Um grupo de pessoas que se julgam expoentes contra a mesmice, destruindo a estrutura cultural munidos de um jdanovismo tacanho. Deixo bem claro que não sou a favor de nenhuma ditadura. Mas, justiça seja feita, a única coisa que se comenta em mesas, botecos, mídia impressa e televisiva são as malditas ditaduras de direita com os “heróis” sendo ovacionados e o estado pagando “bolsas ditadura”. Essa Sua revolta é contra 5% de respiro direitista que há na mídia e nos livros. O que só mostra como o pessoal de esquerda é autoritário.

  13. As coisas são mais simples do que parecem. O marxismo-lenilista não deu certo por um só motivo: não existia marxismo, só lenilismo. O marxismo puro é uma doutrina humanista que não combina com ditadura e outros absurdos mais que foram cometidos em nome de Marx, que coitado, se revirava no túmulo, mas era apenas Marx, e não Jesus que ressussitou (acho que essa palavra está errada, mas foda-se) no terceiro dia e cousa e lousa.

  14. Rafael, mais um texto genial. Como faz falta reunir bons neurônios para pensar a história. Não tenho o retrato de Stalin na sala, mas depois que vi a santa aliança entre a mais deletéria direita com os revisionistas do PPS e os perfumadinhos meninos troskos transformar o cara em uma espécie de bin laden do século XX, quase visto uma camiseta com um bigodão. Não o fiz até agora por ter críticas severas contra stalin. Ele foi um frouxo. Deixou crescer ao seu lado um tal de kruschov, traidor notório da revolução, imperdoável. E, se verdade, a operação de mandar um treinado agente da KGB matar o trotsky com uma picareta de quebrar gelo é coisa de amador. Mas, méritos existem para stalin. Uniu aquele povo em ensinamentos de Lênin, transformou e industrializou o país e ganhou a II guerra, apesar da oposição de hollywood. E convenhamos, o jdanovismo morreu há um bom tempo, cad? a arte russa nos dias atuais?

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