Em maio de 1988 eu era presidente do grêmio de uma escola pública. Fui obrigado a comandar uma greve de estudantes, e o resultado foi a saída da diretora do colégio.
Agora um amigo me traz um jornal atual do grêmio, que curiosamente tem as mesmas preocupações de 15 anos atrás, as mesmas características. É quase como uma viagem no tempo.
Em uma “Nota de Repúdio”, o grêmio faz uma ameaça à direção da escola:
Se a diretora pensa que é insubstituível no cargo, lembramos ou informamos que há quinze anos atrás (sic) os estudantes deste colégio “afastaram” uma diretora. O que nos impedirá de fazermos (sic) o mesmo?
A confiança e arrogância dos garotos me deixa meio perplexo. Talvez não valha a pena contar a eles a verdadeira história daquela confusão, cuja moral é que herói é aquele que não teve tempo de correr e que a história é melhor contada por aqueles que, pelo menos aparentemente, venceram.