Promoção de inauguração

Acabei de demitir o Blogger.

Particularmente, não tenho lá muitas queixas dele: sou assinante da Globo.com. E como a miséria de uns é a fortuna de outros, nos últimos dias tem sido até mais fácil postar aí pela meia-noite, o que há algum tempo era virtualmente impossível.

Mas o namoro com o Movable Type já vem de alguns meses, e juntei isso a algumas necessidades especiais de e-mail que tenho.

As providências para a mudança tomaram alguns meses — cheguei a instalar o MT no meu computador, para ver como funcionava e se valia realmente a pena. Isso deu muito trabalho, porque exige a instalação do Active Perl. Depois veio a canseira de arrumar templates e stylesheets (se alguém os quiser, é só pedir), e finalmente pequenos problemas de configuração do servidor, principalmente com o meu velho Eudora, mas o MT é extremamente simples. Não tanto quando o Blogger, claro, mas muito mais potente.

Em vez de transferir todo o blog antigo, resolvi fazer uma seleção dos posts que mais gosto, que vão ficar na página principal por alguns dias. Assim a média de qualidade do blog aumenta consideravelmente. É um truque sujo, eu sei, mas válido. A vida é um truque sujo.

As principais vantagens são para o papai aqui, mas para quem ainda lê este blog metido a besta há algumas novidades:

Recebendo posts por e-mail
Agora você pode receber os posts por e-mail sem precisar vir aqui. Basta me mandar seu endereço de e-mail que eles serão enviados assim que forem publicados. Aviso, no entanto, que a formatação é meio esquisita.

Enviando posts por e-mail
Você também pode enviar os posts por e-mail a quem quiser. E esses são bonitinhos.

XML
Há várias opções de XML:
RSS 1.0 – Traz apenas as primeiras palavras do post.
Atom .03 – Posts completos.
RSS 2.0 – Posts completos, mais comentários.

Categorias
Os posts são arquivados individualmente, mensalmente e por categoria. Assim você pode escolher apenas os assuntos que lhe interessam.

Últimos comentários
Numa das caixas ao lado dá para saber quais foram os últimos comentários. É interessante. Pelo menos no meu ex-blog, muitos eram melhores que os posts.

Busca
Especialmente útil para quem vem parar aqui graças aos search engines, aqueles mesmo que acham ser este blog o fiel depositário de todas as taras que existem neste mundo.

Uma certa falta do que dizer

Meus hábitos de internet são meio malucos.

Eu checo regularmente 5 contas de e-mail, 3 delas várias vezes por dia. E para isso uso dois programas. Para o mail diário uso o Eudora, ainda o melhor cliente, principalmente para malucos que como eu guardam tudo o que recebem, com exceção de newsletters; ele manipula anexos com uma transparência e flexibilidade que nenhum outro produto oferece. Para as duas contas que só recebem newsletters uso o Mozilla Thunderbird, porque elas não permitem mais de cinco checagens diárias. Se permitissem, eu usaria só o Eudora.

Tenho 3 browsers instalados. O que realmente uso é o Mozilla, natural para quem usou o Netscape desde a versão 2.02. É, disparadamente, o melhor. Uso o Explorer exclusivamente para me conectar ao Velox, no Rio, e para postar no Blogger.br (que tem uma incompatibilidade séria com o Mozilla).

Para escrever estes posts uso o w.bloggar, que embora não poste diretamente no Blogger.br me permite contornar a deficiência crônica dos servidores da Globo (aqueles que dizem que você passou muito tempo sem mexer no blog, isso quando você acabou de entrar) e ainda facilita a inclusão de links e tags HTML.

Curiosamente, o blog é melhor visualizado no IE do que no Mozilla. Ao mesmo tempo, a cor original dos textos (cinza) só aparece no Mozilla. Em alguns computadores há um problema com visualização da fonte (Georgia, que se você quiser pode baixar aqui), mas pelo que vi não é nada de tão grave.

Durante muito tempo usei o ICQ — meu UIN é um remoto 693217, bem longe dos 8 ou 9 dígitos de agora. Mas acabei admitindo que o MSN Messenger é muito mais prático e simples, e há muito tempo não uso o ICQ.

Ainda uso algumas velharias como o CuteFTP, e ainda guardo um cliente Gopher, embora não sirva mais para nada. Para compartilhamento de arquivos uso dois programas: o iMesh, razoável para músicas isoladas, e o eMule, o melhor para álbuns inteiros, filmes e programas. Entretanto, é preciso paciência com este último.

Meu novo xodó é o NewzCrawler. Depois que descobri o RSS, é a minha forma preferida de ler blogs e notícias. Ainda é cheio de feeds que trazem apenas sumários, mas com o tempo ele vai se restringir a feeds completos. Acredito que mais cedo ou mais tarde o RSS vai se tornar fundamental; mas nem mesmo eu confio nas minhas previsões.

E pensar em 1990 eu não fazia idéia de que ia depender tanto de um computador.

De como a RIAA prestou um grande favor a Bin Laden

Um comercial da RIAA mostra alguém baixando uma música no computador e, em outro lugar, uma festa animadíssima. Quando o download chega ao fim, as luzes se apagam e a música pára na tal festa. Entendeu a analogia? Inteligente, não é? Eu tenho certeza de que, ao verem o comercial, todos aqueles que baixam música na Internet vão parar imediamente de cometer tal crime, porque agora sabem que download “ilegal” de música causa apagões.

De qualquer forma, Osama bin Laden está felicíssimo, porque já sabe como vai ser seu próximo ataque ao grande Satã. Vai precisar apenas de um computador, uma linha telefônica e o iMesh.

Wikipedia

Esta semana a Wikipedia alcançou a marca de 200 mil verbetes.

Quem não conhece não sabe o que está perdendo. A Wikipedia é uma enciclopédia online, gratuita e extremamente completa.

A diferença dela para as encicloplédias tradicionais, como a Britannica, é uma só: a Wikipedia está sendo construída baseada no open-source.

Ou seja, ela funciona de uma forma bem simples: todo mundo pode acrescentar um verbete — e todo mundo pode corrigir. Com isso, se está fazendo uma enciclopédia com um nível de acuidade excelente, em tempo que no modelo tradicional jamais seria possível.

A Wikipedia só é possível porque a internet existe e trouxe mudanças profundas na forma como se constrói e se transmite o conhecimento. O resultado do esforço comum, em que as pessoas colaboram apenas pelo desejo de compartilhar conhecimento (e às vezes pela velha e boa vontade de aparecer), atingiu na Wikipedia a perfeição. E mostra que a internet trouxe, sim, transformações importantes e provavelmente definitivas.

Comparações burras

Quase todo dia vejo alguma comparação entre o caso Betamax e o P2P. Nem mesmo leio mais essas matérias, porque já sei de cor a mensagem de todas elas: a indústria de entretenimento sempre reagiu equivocadamente às inovações tecnológicas. Citam o videocassete, o MP3 e a televisão como exemplo. Em todos esses casos, o cinema reagiu negativamente.

Acontece que não dá para comparar essas tecnologias. Não são a mesma coisa. E nem sempre a indústria de entretenimento foi realmente burra.

A reação da indústria fonográfica ao MP3 é histérica porque tem que ser assim mesmo: não há saída para o atual modelo de negócios se a troca livre de arquivos continuar aumentando. Iniciativas como o iTunes são paliativos que não poderão contornar o problema. Eles sabem que um novo status quo simplesmente acabaria com seu negócio — exatamente como o advento do fonógrafo destruiu a indústria de partituras.

Quando à TV, o cinema reagiu da única forma possível na época. Quando mudaram o formato dos filmes, em 52, saindo do 4×3 (que hoje é restrito à TV) e entrando em aventuras panorâmicas como o Cinemascope, não havia tecnologia que fizesse da TV uma aliada. A indústria precisava mudar a experiência de ir ao cinema, criar nele algo que o diferenciasse da telinha pequena da TV. Em curto prazo não foi muito eficiente; e as bilheterias continuaram caindo. Seria preciso um novo público e uma nova geração de cineastas, com um novo padrão estético e uma nova compreensão do mercado, o que só aconteceria nos anos 70.

A única reação realmente equivocada foi contra o vídeo-cassete. Ele viria a transformar o mercado e garantir uma nova receita para a indústria, mas não perceberam isso imediatamente. E mataram o Betamax.

Agora vem a reação ao MP3 e ao Divx. E mais uma vez eles estão corretos. Ainda não se descobriu uma solução — e eu pessoalmente não consigo ver nenhuma no horizonte — que faça com que essa indústria consiga dominar o compartilhamento de arquivos.

Eles se dizem gravadoras e produtoras, mas seu negócio sempre foi a distribuição. Eram imprescindíveis quando alcançar mercados custava muito — mas agora, que qualquer obra intelectual pode ser distribuída de graça, seu modelo de negócios corre o perigo de perder a razão de ser.

Costumo dizer que eles são muito mais inteligentes que a mídia que os critica e os acusa de cegos. Continuam sendo. E a razão é muito simples: só o dono do pé sabe onde seu calo realmente aperta. Eles viram o fim se aproximando, e estão apavorados.

A escória da humanidade

Criadores de virii eletrônicos estão, certamente, entre os mais baixos tipos de seres humanos.

Um desses idiotas resolveu lançar o MyDoom para derrubar o site da SCO, empresa de software que resolveu processar a IBM pelo que chama de violação de direitos autorais relativos ao Linux.

Esse pessoal do Linux é engraçado. Engraçado e burro. Engraçado porque para atacar uma empresa que julgam ruim — eles, os grandes juízes do Bem e do Mal — resolvem causar problemas para todo mundo, justificando sua natureza ruim com um propósito que consideram louvável. E burro porque se suas sinapses fossem eficientes saberiam que a SCO vai se destruir sozinha, quando menos por não ter condições de enfrentar uma longa batalha judicial contra a IBM.

Nos últimos dias recebi dezenas de e-mails com o vírus, além de respostas de sistemas de anti-vírus dizendo que eu havia mandado virii para gente de quem nunca ouvi falar. A coisa ficou tão séria que precisei desabilitar o catch-all do meu domínio, porque as respostas vinham endereçadas para leo@xxx.xxx, mary@xxx.xxx, jim@xxx.xxx e por aí vai.

Duvido que algum dia entenda por que as pessoas insistem em clicar em arquivos enviados por gente que não conhecem ou com extensões como .pif, .exe, .cmd e .scr.

De qualquer forma, o MyDoom está me fazendo começar a achar que a SCO tem razão.

O fim de uma era

O PageMaker foi fundamental para a evolução do desktop publishing, a maior transformação que a indústria gráfica experimentou em quase meio milênio. Foi também o killer app que, depois ter praticamente crrado o Macintosh, possibilitou a ascensão do Windows, transformando, por sua vez, a correlação de forças entre o PC e o Macintosh.

É o PageMaker que a Adobe está deixando morrer agora. Anunciou que está tirando o programa de circulação, substituindo-o definitivamente pelo InDesign.

É uma morte anunciada. A última versão do PageMaker, a 7, foi o primeiro downgrade da história: tinha menos recursos que a versão anterior, a 6.5. Era uma maneira de forçar seus usuários a migrarem para o InDesign.

É impossível avaliar o número de pessoas que criou uma carreira sobre o PageMaker. E o triste é que dificilmente eles sentirão saudades. Culpa desse mundo que não pára de mudar.

RSS

Acho que ninguém mais lembra do Pointcast, um programa que apareceu aí por 97 e que permitia ler notícias offline. O Pointcast acabou, mas nos últimos tempos um substituto ainda melhor vem tomando corpo.

O RSS está sendo anunciado pelos quatro cantos da internet como a próxima grande revolução da internet. Derivado do XML, significa Really Simple Syndication. É um formato usado para o envio de notícias, principalmente por sites jornalísticos e blogs. Isso quer dizer que você pode receber manchetes, notícias e posts sem precisar ir a cada site. Lembra muito a Usenet, do ponto de vista do usuário. Mas é ainda melhor.

Para quem, como eu, tem mania de receber notícias por e-mail, o RSS é maná caído dos céus. Infelizmente o Blogger não fornece a alternativa de agregar RSS ao meu blog, mas o Movable Type, sim. Talvez por isso seja o sistema de blogging preferido por jornalistas e escritores nos EUA.

Boa parte dos blogs estrangeiros que eu visitava regularmente oferecem essa opção. O que quer dizer que raramente entro em sites como o Gothamist ou o Internet Nexus, para ficar apenas nos blogs.

Há vários leitores de RSS disponíveis. Quem usa o Outlook provavelmente gostaria do NewsGator, que funciona como um add on. Como eu não uso, fico com o NewzCrawler; mas há uma infinidade de clientes por aí, muitos dos quais gratuitos — o que quer dizer que não é preciso crackear o programa.

Bia, por que você não coloca feeds RSS no Tiro e Queda?

Longhorn

Os sites de notícias avisam com estardalhaço que há cópias piratas do até agora conhecido como Longhorn (o próximo sistema operacional da Microsoft, a ser lançado — a princípio — em 2005) vendidas por menos de dois dólares na Ásia.

Praticamente todos se mostram entre preocupados e chocados com a pirataria, e ressaltam o fato de que piratear uma versão alfa é o cúmulo, etc. etc.

Que engraçado. As versões alfa do Longhorn já estão disponíveis nas redes P2P há muitos meses. É aí que está a verdadeira mudança, mas os sites se preocupam muito mais com camelôs asiáticos defendendo um trocado com um programa que ainda não presta para nada.

Depois, quando o bonde passa, o pessoal fica se perguntando como foi que perdeu o danado.