O urso cresce

Dando uma olhada nas minhas estatísticas das últimas semanas, notei um crescimento significativo do número de usuários do Firefox, que quase triplicaram, e o aparecimento de usuários do Opera.

Parece que as últimas notícias sobre a fragilidade do Explorer — ainda mais assustadoras quando são endossadas por um órgão do governo americano, que normalmente não se pronuncia sobre esses assuntos — finalmente conscientizaram as pessoas de que estavam usando um produto perigoso para sua própria segurança. É um bom sinal.

Acho improvável que alguém que tenha experimentado esses browsers consiga voltar para o IE. A diferença é gritante, ainda mais quando ela descobre que pode instalar um sem-número de extensões. Mas a maioria das pessoas, no entanto, continua usando o Explorer.

Para esses perseverantes, há uma boa e uma má notícia.

A boa é que é só uma questão de tempo até a Microsoft tornar o seu browser, se não mais seguro, pelo menos mais agradável ao uso. A próxima atualização, que vem no Service Pack 2 do Windows XP, já virá com um bloqueador de pop ups. Por dentro continua o mesmo pão bolorento, suscetível a tudo quanto é tipo de código malicioso, mas as pessoas usam o que quiserem. Detalhe: a não ser que mudem de idéia em cima da hora, pela primeira vez a Microsoft não vai permitir que usuários de cópias piratas atualizem seus sistemas operacionais. Se você não comprou o seu Windows, ao que tudo indica vai ter que continuar com o mesmo velho Explorer ao qual já está acostumado.

Agora vem a má notícia. Infelizmente, as outras benfeitorias necessárias nessa casa velha — como o tabbed browsing, fundamental — até agora não são sequer um projeto da Microsoft. Se algum dia saírem será na próxima versão do Windows — em 2006 ou, mais provavelmente, em 2007.

Quem não quiser esperar pode baixar o Firefox aqui, e o Opera aqui.

(Uma explicação sobre o título do post: apesar do que o nome indica, um firefox não é uma raposa. É um ursinho da família dos pandas.)

Renegando o próprio filho

Artigo na Slate diz que o IE é extremamente inseguro e que é melhor usar o Firefox.

Não seria nada demais se: a) a Slate não pertencesse à Microsoft; b) não fosse publicada através do MSN, também da Microsoft; e c) o Internet Explorer não fosse um produto da própria Microsoft.

Get FirefoxSe as coisas chegaram ao ponto de vários setores da MS reconhecerem que o IE é frágil demais para continuar a ser usado — ainda que, desconfio, temporariamente –, é cada vez mais difícil compreender por que as pessoas ainda insistem em usar aquele lixo.

Só para lembrar: além de muitíssimo mais seguro, o Firefox é um browser modular. Se você é o tipo de usuário que simplemente instala o programa e nunca mais mexe nele, ainda assim o Firefox está a anos-luz do Explorer, decididamente um bowser que parou em 1997. Se você gosta de configurar o browser de acordo com necessidades específicas, o Firefox oferece a possibilidade de instalar extensões de praticamente todos os tipos, que aumentam e muito a praticidade do browser.

Script kiddies, ou o que a gente tem que aturar

Já é a segunda vez que essa idiota tenta conseguir o controle do meu site:

O IP da mal-amada é 200.153.231.14.

Vai arranjar um valente que se disponha a te encarar em vez de perder tempo comigo, imbecil.

Firefox

Não há nenhuma razão para que alguém insista em continuar usando o Internet Explorer.

No meu caso especifico, não uso o Internet Explorer por uma razão: eu nunca gostei dele. Usei o Netscape desde que me entendo por internauta, passando para o Mozilla no ano passado, quando a AOL desistiu do browser. Para não dizer que nunca usei o IE, quando a Netscape lançou a versão 6 tive que pedir água. Por sorte algum tempo depois lançaram a versão 7 e pude voltar para casa.

Mas além dessas idiossincrasias bestas, há uma série de razões para que uma pessoa com juízo não use o IE.

Em primeiro lugar, praticamente todos os virii e scams são direcionados a ele; segundo os entendidos, a arquitetura do programa é propícia a isso. O IE é vulnerável e pode comprometer a segurança do seu computador.

Além disso é um programa tecnologicamente atrasado. Depois que lançou a excelente versão 4 e ganhou a guerra dos browsers a Microsoft simplesmente deixou de atualizá-lo. Qualquer outro browser oferece, hoje, mais recursos que o IE.

Alternativas ao Netscape e ao IE sempre existiram, mas com exceção do Opera nunca conseguiram alguma penetração. Cientes de que ninguém resiste a um programa que já vem instalado no seu sistema operacional, webdesigners e programadores se acostumaram a desenvolver seus sites especificamente com o IE em vista. Dessa forma, os outros programas que usavam padrões abertos (foi isso, aliás, que fez da web algo revolucionário: padrões) acabavam levando a pior.

Get FirefoxMas agora tudo parece que vai ser diferente.

Venho dando uma olhada nas versões do Firefox desde a 0.3, acho. Apesar do entusiasmo com que vinham sendo saudadas pelos malucos do software livre, que acham maravilhoso tudo o se posicione como uma alternativa à Microsoft, eles não prestavam ainda. Mas a última versão, a 0.8, é muito, muito boa. Entre os recursos que hoje considero imprescindíveis estão o bloqueador de pop ups e o tabbed browsing, que possibilita que você abra várias e várias páginas em uma só janela.

Finalmente, este blog é melhor visualizado no Mozilla e no Firefox. Não por frescura minha, mas porque o IE tem problemas com CSS.

O Firefox ainda não é perfeito. O Blogger.br tem problemas com ele, mas não o Blogger americano. E não é recomendável instalá-lo em uma máquina que já tenha o Mozilla (aprendi isso da pior forma possível). Mas para quem usa o IE, vale a pena experimentar.

Se gostar, aproveite para considerar a possibilidade de abandonar o seu LookOut Outlook e usar o Thunderbird (ou o meu preferido, o Eudora, que no entanto não é gratuito). Dessa forma, você vai estar dando uma pequena contribuição para tornar a internet um pouquinho mais segura. E uma grande contribuição para tornar o seu computador muito mais confiável.

O contrato do Movable Type 3.0D

Minha instalação do Movable Type é a mais simples possível: eu tenho um autor (c’est moi) e um weblog. Não pretendo ter muito mais que isso (às vezes namoro a possibilidade de transformar as notícias estranhas em um blog à parte, mas a preguiça não deixa). Melhor um bom weblog, se me perdoam a falta de modéstia que nunca tive, do que três weblogs medianos. Portanto, preencho perfeitamente as condições necessárias para utilizar a versão pessoal e gratuita do Movable Type 3.

Mesmo assim andei dando uma olhada na licença do Movable Type 3.0D, e alguns trechos me chamaram a atenção. Que ninguém leve isto a sério, até porque é a primeira versão de um contrato que vem mudando praticamente todo dia, graças à gritaria dos usuários.

You must maintain, on every page generated by the Software, an operable link to http://www.sixapart.com/movabletype/

Este blog gera uma página exclusivamente para impressão de cada post (na verdade eu nunca me preocupei com isso, mas como minha mãe está viajando e sem computador, ela tem que pedir para meu cunhado imprimir no trabalho. Resolvi facilitar o serviço). Essas páginas não têm o logo do Movable Type, nem um “link operacional” para ele. Eu não pretendo incluir nenhum. Não acho justo.

Os arquivos também não têm, mas é por pura incompetência minha e isso será resolvido logo.

“Non-Commercial Purposes” means use of the Software by an individual for publishing on a personal blog site on a single sever that does not directly or indirectly support any commercial efforts. Use of the Software for any purpose by any non-individual entity, including but not limited to any commercial entity, corporation, non-profit organization, educational institution, governmental body or group, is not permitted under this Agreement.

Digamos que eu faça parte de uma ONG — Liga Brasileira dos Espancadores de Velhinhos Ceguinhos e Entrevados, por exemplo — que não tem site ou e-mail. O único lugar em que ela estabelece sua comunicação com o mundo é através do meu weblog pessoal. Isso me faria cair nessa categoria? Essa é a parte mais confusa do licenciamento, pelo menos para mim.

Affiliate or associate fees that are earned by a personal blog site and are payable to a single individual and that are earned through activities incidental to the main purpose of the site are permitted under the Non-Commercial Purposes of this Agreement.

A Luz brilhou para mim. Pelo menos posso colocar aqueles anunciozinhos do Google aqui. Em um mês compro meu Jaguar; em três, minha cobertura na Delfim Moreira. Quanta felicidade. Posso também anunciar aqui os meus talentos e tentar ganhar uns trocados com isso. Pois bem. Alguém está disposto a contratar um beatlemaníaco para passar horas diante de uma garrafa de uísque discutindo quem compôs que palavras e progressões de acordes, em cada música reconhecida como composta por Lennon e McCartney? Não prometo chegar a uma conclusão, mas exijo um uísque honesto e vale-transporte.

You have, subject to the terms and conditions of this Agreement, a non-exclusive, non-transferable personal license to use the Software for your own Non-Commercial Purposes.

Sinceramente, essa conversa de advogado é irritante pela sua imbecilidade. Como se eu precisasse transferir algum direito de uso sobre um software que é gratuito e que todo mundo pode baixar no site da Six Apart. Essa sentença reforça a minha teoria de que advogados são pouco mais que antas gananciosas: só um maluco faria isso. E malucos são inimputáveis.

“Author” means one individual with a unique login name generated by the Software via the “Add/Edit Weblog Authors” function of the Software. The sharing of an individual login name for more than one person is prohibited.

E se eu, esta pessoa aprazível que até prova em contrário não tem nenhum traço de esquizofrenia, resolver criar os 3 blogs a que tenho direito com nomes diferentes (tudo bem, há a tag MTEntryAuthorNickname, mas eu posso não querer utilizá-la)? Por que o software insiste em me definir a partir dos nomes que coloco num programa de computador? Quem sou eu, afinal? De onde venho? Para onde vou? Lá tem CMS gratuito para uso pessoal?

E o meu MT tem dois autores: euzinho e Melody, uma graciosa backdoor que você pode reduzir sadicamente à catatonia, mas não consegue matar. Espero que ela não conte.

Um último “e”: o que me impede de oferecer espaço para alguém, e esse alguém instalar e rodar o Movable Type nesse espaço? Neste momento tenho duas instalações do MT rodando, esta e uma de teste com a versão 3. Não faço idéia do crime que estou cometendo.

The Software is not intended for use by persons under the age of 13 and may not be used anyone under such age.

Algum advogado pode me explicar se, dentro das leis brasileiras, a autorização de um responsável legal se sobrepõe a essa restrição? Ou seja, se eu quiser deixar que minha filha escreva um blog, e autorizá-la expressamente a isso, esse trecho se torna inválido? (A propósito, para reforçar minha teoria da incompatibilidade entre advogados e o vernáculo, faltou um by ali.)

***

Seguindo um link do Caryorker testei o pMachine e no WordPress. O pMachine me pareceu um pouco melhor, o WordPress tem a vantagem de nunca poder vir a deixar de ser gratuito, mas nenhum deles chega aos pés do Movable Type. É improvável que eu migre para um deles. O MT continua sendo a melhor ferramenta de blogging disponível. No entanto, por via das dúvidas, a minha cópia do MT 2.661 continua aqui. Pode vir a ser útil um dia, quem sabe.

Finalmente: se não me engano, o fato de a licença ser em inglês provavelmente desobriga pessoas que provem não conhecer a língua do bardo. Brasileiros pouco honestos sempre podem alegar isso.

Movable Type 3.0

O Movable Type lançou sua versão 3.0 (este blog roda a 2.661) e os blogs explodiram em indignação.

Até agora o MT era gratuito, embora você fosse incentivado a fazer uma doação. Mas a SixApart, empresa criadora do produto, está cobrando pela nova versão. As pessoas detestaram. Não tanto o fato de o programa passar a ser cobrado, mas o fato de ter preços salgados demais. Acho que se mantivessem os preços em patamares mais aceitáveis a gritaria seria menor.

O sistema de preços adotado pela Six Apart é, para usar uma palavra bonitinha, assustador. A versão mais cara custa cerca de 600 dólares, e como teoricamente é destinado a utilização profissional é passível de discussão; mas a versão pessoal custando 100 é um absurdo. Há uma versão gratuita, claro, que só admite 3 blogs e um autor, e é por isso que vou fazer o upgrade; afinal meu blog é um bloco do eu sozinho, e não penso em publicar mais blogs porque sou muito preguiçoso para ter manias nesse nível. Sendo o mais prático possível, para mim tanto faz quanto eles cobrem, desde que mantenham uma edição gratuita — e ainda por cima me tiraram a obrigação moral de fazer uma doação.

Mas essa é uma decisão arriscada, ainda mais quando há tantas boas opções por aí: b2, WordPress (que é licenciado por uma GPL e não tem chances de vir a se tornar pago), pMachine, TextPattern e agora o Blogger. Tenho certeza de que a SixApart acaba de dar um belo tiro no pé. É difícil que os velhos usuários migrem para outras plataformas, mas é bem provável que se você quer montar o seu primeiro blog você escolha qualquer uma, menos o MT.

A avaliação mais correta é a de que a SixApart criou em seus usuários a expectativa de que o programa seria grátis para sempre, e de certa forma incentivou as pessoas a manterem vários blogs com vários autores diferentes; de repente tiram tudo isso. Gente que fez doações, quando não eram obrigatórias, está revoltada. Com certa razão.

A grande vantagem do Movable Type é a grande quantidade de usuários, desenvolvedores e documentação. Mas isso pode diminuir a partir de agora. Para começar, acho bem provável que muita gente se recuse a usar o TypeKey, serviço de registro para comentários, porque se ele passar a ser pago ( o disclaimer no site do MT diz que você nunca pagará para comentar, mas não fala nada sobre disponibilizar o serviço em seu blog) as pessoas vao ter que procurar outra alternativa. Eu, pelo menos, não vou cair nessa esparrela.

As novas regras da casa da Mãe Joana

Até agora meu sistema de comentários permitia o anonimato, ou seja: você não precisava digitar um e-mail válido para postar.

A razão era simples: mais cedo ou mais tarde, spambots vão correr este site em busca de e-mails para venderem a spammers. E se as pessoas deixam seus endereços aqui, eu me sinto responsável por eles.

No entanto, algo me diz que mais cedo ou mais tarde vou receber comentários inteligentes e educados como o da Nina. Não é muito comum — até agora foram dois casos, apenas –, mas é melhor prevenir. E eu não compro a idéia de que se não quero receber comentários desagradáveis e ofensivos não devo postar nada ou disponibilizar espaço para comentários. Por essa lógica, se não quero ser assaltado não devo sair de casa. É uma inversão de valores muito pouco saudável.

O Movable Type tem um sistema de proteção que já vem instalado no sistema de comentários. Através da tag <$MTCommentAuthorLink spam_protect="1"$>, ele mascara o e-mail incluído nos comentários. Por exemplo, ze@jose.com vira ze@jose.com.

Mas isso é subestimar os canalhas que fazem spambots. Descobri uma outra tag: <$MTCommentAuthorLink show_email="0"$>, que faz com que os e-mails nunca sejam exibidos (eu, no entanto, os recebo por e-mail).

Portanto, uma combinação dos dois (<$MTCommentAuthorLink spam_protect="1" show_email="0"$>) resolve o problema.

Com a minha consciência em paz, cumpro o triste dever de anunciar que, a partir de agora, só será possível postar comentários aqui digitando um e-mail válido.

Música eletrônica

A Toyota lançou um robô que consegue tocar trumpete com lábios humanos. (A arte do trumpete está em duas coisas: no sopro e nos lábios.) Ela espera lançar uma banda totalmente integrada por robôs no ano que vem.

A pergunta é: e daí?

Música tocada por robôs não deve ter a mínima graça. Sempre igual, absolutamente igual. A magia de um show ao vivo é justamente o fato de que nenhuma música é tocada duas vezes da mesma forma. Na melhor das hipóteses, essa idéia não é mais que um showcase de tecnologia, que serve apenas como demonstração inicial de uma tecnologia que servirá para outra coisa.

De qualquer forma, ela deve estar aceitando sugestões de nomes. HAL e suas Odisséias no Espaço? Os Filhos de Asimov? Rob e seus Chips? Os Processadores do Ritmo? Édipo Elétrico e sua Placa-Mãe?