Mário Sergio Conti falou uma coisa interessantíssima em uma de suas colunas em nomínimo: o Brasil está se tornando um país com elite católica e povo evangélico.
O avanço pentecostal podia ser notado em Salvador há alguns anos, mas parecia um fenômeno local, devido às características religiosas específicas da cidade. Não era: acontecia em todo país, sob as barbas da atenção oficial, incapaz de ver o que era o Brasil de verdade.
Uma das vantagens de uma religião antiga e com uma história de intimidade perdida com o poder, como a católica, é o fato de ela se tornar cada vez mais tolerante e menos intrusiva no cotidiano das pessoas. O Papa é contra o uso de camisinha, mas o povo não está nem aí; se dessem ouvidos a ele, o problema da Aids seria muito pior. Em um mundo majoritariamente evangélico, com alto grau de ortodoxia, o caminho estaria aberto para uma tragédia de maiores proporções.
A empregada de minha mãe é evangélica — e ela tem a vantagem de trabalhar aos domingos, porque o seu dia santo é o sábado. Trabalha ouvindo uma rádio evangélica, o que talvez santifique o seu trabalho. Talvez isso abençôe a casa, quem sabe?
Não tenho muita certeza de que o Brasil do futuro vai ser realmente melhor, com fanáticos nas ruas pregando o Apocalipse de São João e tentando me tirar do pecadinho nosso de cada dia. Por via das dúvidas, louvado seja o Senhor.
Sei bem o que vc tá falando. hehehehe
Ter uma religião é importante, embora eu não tenha encontrado uma que me fisgasse, penso que é importante. Mas desde que não seja fanatismo… Beijo